terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Boas festas!

Fim de ano...
Festas, orações, confraternizações...
Os que por aqui passaram, visitaram, leram, clicaram, comentaram, tenham um 2010 cheio de realizações e conquistas.
E que continuem acompanhando meu blog.
Feliz 2010.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Prá turma que entende de política

José Serra estava em Copenhague, mesmo sem ser convidado. Mas, foi filmado e apareceu no Jornal Nacional. O pessoal não perdeu a deixa, principalmente porque ele conversou justamente com o Arnold Schwarzenegger, que todo mundo lembra como ator e não como governador da Califórnia. Eis o que conversaram:

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

E os bêbados...

Os bêbados, talvez por causa da fala arrastada, às vezes conseguem entabular uma conversação comigo com mais facilidade. Em Formiga eu tinha contato com alguns bêbados, visto que eu também frequentava os botecos do bairro. Eu era jovem e ajudava os bebuns, sem preconceitos. Lembro de uma vez que ajudei o Seu Zuca. Ele estava sentado no meio-fio tentando tirar a botina. E bêbado até falar chega, não conseguia. Eu me aproximei e perguntei:
- O que foi Seu Zuca?
- Esta botina está me matando. Vou tirar.
- E vai embora descalço?
- Sim! Vou descalço mesmo.
Eu brinquei com ele, falando que ele tinha acabado com o estoque do Bar do Seu Evaristo. E comentando coisas atoas. Tirei as botinas do coitado. Uma dificuldade! Amarrei os cadarços de uma na outra e coloquei no ombro dele. Ajudei-o a levantar-se. E ele se foi, cambaleando.
Dias depois, minha mãe me conta:
- O seu tio estava rindo hoje, contando o que o Seu Zuca falou com ele.
- Falou o que?
- Ele falou para o seu tio: "Gomes, o Jairo não é surdo não, ele FINGE de surdo!!"

Confusões que eu apronto comigo mesmo.

Surdez é uma deficiência não visível. As pessoas não sabem que sou surdo, até que falem comigo. No meio da multidão sou considerado uma pessoa normal. E muitas vezes as pessoas conversam comigo e eu não entendo nada do que dizem. Elas praticamente conversam sozinhas. Duas, no máximo quatro, frases soltas, que eu não respondo e fica por isso mesmo. Porém, há os que perguntam algo (eu consigo "ler" o tom de interrogação nos olhos da pessoa) e eu respondo "não sei". Quando estão somente comentando sobre algo, eu fico concordando com a cabeça, com expressão de desinteresse, o que faz a pessoa interromper o monólogo. Não informar que sou surdo é uma forma de evitar que a pessoa fique e me deixe constrangido. Porque eu falo normalmente e para muitos ainda há a associação de SURDO e MUDO. Embora muitas vezes eu utilize a frase: "desculpe, eu não escuto", na maioria das vezes que percebo que é uma pergunta, eu respondo "não sei".
Há ocasiões que o "não sei" acaba causando constrangimentos para mim mesmo. Estava chegando em casa, desci do ônibus e uma moça me perguntou:
- O senhor poderia me informar... uma ....perto?
Por mais que eu tenha me esforçado para tentar ler toda a frase, não consegui compreender o que ela desejava saber. E respondi com o inevitável "não sei". Fui em casa, troquei de roupa e decidi ir comprar pão. Ao entrar na padaria e cumprimentar a moça do caixa e algumas balconistas (afinal, já resido no bairro há mais de 8 anos), quem eu vejo fazendo um lanche? A moça que tinha solicitado uma informação na hora que eu desci do ônibus. Pelo modo como ela me fuzilou com os olhos, na mesma hora traduzi perfeitamente qual foi a pergunta que ela fez:
- O senhor poderia me informar onde tem uma padaria aqui perto?
Comprei os pães e saí rapidinho, sem olhar novamente para a moça.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Revistas semanais que perderam a importância

Já fui assinante da revista Veja, de 1994 a 1998. Deixei de assinar a revista, contrariado com uma reportagem sobre Itamar Franco, que destratava o mesmo e, de carona, os mineiros. Muitos dos meus amigos pensaram que deixei de assinar Veja por causa do Lula, outro desafeto da revista, que eu, particularmente digo que, sim, merece críticas, mas não da maneira que a revista faz, sem exaltar as conquistas. Nada disso, o problema foi mesmo a matéria sobre o Itamar e o desrespeito aos mineiros. Eu até escrevi uma carta para a revista (a internet e os e-mails ainda estavam engatinhando), reclamando da matéria, ironizando que o texto cairia bem no programa dos Cassetas, mas não numa revista que, à época, eu considerava uma revista séria. Dessa forma só vim a receber exemplares da revista através das promoções; receba tantos exemplares gratuitos para conhecer a revista e depois assine. Não dava, não voltei a assinar.

Em 2004 assinei a revista Época, entendendo que a mesma seguiria um caminho melhor. Mas, após o término da assinatura, não renovei a mesma. Não foram as matérias contra o Lula, que a revista até se mostrou um tanto imparcial. Mas uma coluna da Ruth de Aquino que, comentando sobre a família Nardoni e a morte da pequena Isabella, conseguiu colocar o Lula no meio da história, claro, de modo negativo. Para ela, sim, foi e-mail, reclamando, não da coluna, que até estava ok, mas da inserção do governo no meio de um fato inerente ao mesmo. Ela respondeu o e-mail, educadamente, mas neutra, finalizando com um "espero que as próximas colunas o agradem". Não sei se era resposta automática. Continuei recebendo a revista por mais uns 2 anos, gratuitamente, até que a mudança de endereço ocasionou o corte definitivo do envio dos exemplares.


Hoje, ao ler os blogs que acompanho (Escrevinhador, Rodrigo Vianna), deparo com uma crítica à revista, que elegeu os 100 brasileiros mais influentes de 2009. Afora as figurinhas carimbadas de sempre (Aécio, Serra, Lula, FHC), tivemos alguns nomes bastante contraditórios (Gilmar Mendes, José Sarney, Renan Calheiros, Kátia Abreu). Mas, até aí tudo bem, afinal, a política é uma seara difícil demais! O que contrariou muita gente foi um nome entre os Guias & Pensadores. Não dá para entender como o nome de Ali Kamel entrou nesta lista. Ele é o autor de um livro que diz que no Brasil não há racismo, outro sobre o Islã e um dicionário sobre os discursos do Lula. Também é o diretor de jornalismo da Globo. Daí a ser um grande guia ou pensador, vai uma distância muito grande (A lista dos 100)

Disse comigo mesmo: se não tivesse cancelado a assinatura antes; estaria cancelando hoje.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

As vantagens de ser surdo.

Claro que muitos dirão que não há nenhuma vantagem em ser surdo. Mas, a partir do momento que você está numa situação, digamos, delicada, devemos procurar nos adaptar à mesma. E aprender a tirar vantagens da situação.
Uma das maiores vantagens em ser surdo é que eu durmo a noite toda tranquilo. Nem o sonzão do vizinho, nem foguetes, trovões e sirenes de carro de polícia; nada disso atrapalha meu sono. Mas, é importante lembrar que aparelhos de som não incomodam os surdos, desde que não estejam próximos. Se meu filho coloca o som em volume muito alto, eu (100% surdo) vou lá reclamar. É que as vibrações incomodam da mesma forma que o som incomoda seus ouvidos.
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Meu filho chegou junto com um colega de serviço. Eu estava na sala, assistindo tv.
- Benção, pai.
- Deus te abençoe, meu filho. - cumprimento o colega. - Boa noite, rapaz! Tudo bom?
- Tudo bem! E o senhor?
- Também! Fique à vontade.
Eles vão para o quarto, meu filho vai tomar um banho e eles vão sair para um festa da firma.
No outro dia, meu filho me conta que, no quarto o colega dele falou:
- Percebi que seu pai estava assistindo a tv, mas a tv estava sem som! Não entendi!
Meu filho caiu na gargalhada e esclareceu:
- Meu pai não escuta, então, ele tira o som da tv.
Dessa forma assisto tv até altas horas da madrugada e não incomodo ninguém!

As notícias da semana




Sem blábláblá de política (argh), vamos aos fatos.

O Flamengo, quem diria, tem chances de ser campeão. A raiva é que meu Cruzeiro, se tivesse mantido os 2x1 sobre o Avaí (cedeu o 2x2), os  2x0 sobre o Fluminense (deixou virar 2x3) e o 1x0 sobre o Grêmio (cedeu 1x1), chegaria neste domingo com chance de ser campeão. Faltou um pouquinho de atenção. E este negócio de colocar time reserva no início do campeonato por causa da Libertadores também é um tiro no pé. Os jogos fáceis que perdeu no início do campeonato nos dariam hoje o título do brasileiro. Mas, futebol não é SE... é bola na rede, gols, resultados. Derrotas do início do campeonato serão lembradas desta forma mesmo: derrotas. Ninguém vai lembrar que era um time reserva que estava jogando.
Que o Flamengo seja campeão!
Leila Lopes, a professorinha da novela Renascer, que deu uma guinada de 180º e passou a fazer filmes pornô, morreu. De acordo com as publicações, foi suicídio. Lembrando que o ostracismo depois da fama, para os ex-famosos, é um tormento. Ela havia dito em uma reportagem recente, que sim, tentou voltar às novelas antes de enveredar pelos filmes pornô. Só que ninguém a chamou! É um caso muito triste!
Outro que morreu, cuja fama é devida à voz e não à imagem, foi Luis Lombardi, o Lombardi, do Programa Sílvio Santos. Até mesmo eu, que já não ouço nada há anos, já ouvi a voz dele. E como o brasileiro perde o amigo, mas não perde a piada, quando ele chegou no céu, adivinhem o que ele disse para Deus............ "Sílvio Santos vem aí... olêolá!"
E hoje ocorreu o sorteio para a Copa do Mundo do ano que vem, na África do Sul. Como sempre, os analistas, comentaristas e palpiteiros de plantão, analisaram, comentaram e deram palpites sobre os grupos da copa. Dizem que o Brasil está num grupo difícil, com Costa do Marfim, Coréia do Norte e Portugal. Porque consideram Portugal forte e dizem que Costa do Marfim é a mais forte das seleções africanas. Para mim, conversa fiada. Considero todos fracos. Forte somente as seleções tradicionais, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Holanda e nossos hermanos argentinos. O resto é figurante. Estou brincando! Isto é papo de torcedor. Acredito que são boas seleções, que vão vender caro uma derrota. E que o time do Dunga (que era o último da lista de técnicos de mais da metade da população e hoje é o primeiro) vai conseguir fazer boas apresentações desde o princípio.
Ontem, 3 de dezembro, foi o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A repercussão é menor, principalmente entre os surdos, porque nós temos o nosso próprio dia (26 de setembro). Mas, justamente devido a tantos dias de luta dos deficientes, foi que as conquistas surgiram, se consolidaram e hoje fazem parte do nosso dia a dia. Conquistas muito importantes para os surdos: closed caption em diversos programas de tv, telefone público para surdos, reconhecimento da LIBRAS, como linguagem, através da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, entre outras.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A importância do telefone para surdos

Eu relatei o problema que tive ao tentar utilizar um telefone público para surdos (TDD). Embora eu não tenha escrito nada contra o aparelho telefônico, vale lembrar que o TDD é muito importante para nós, surdos. Porque uma representante da Koller (clique aqui para ir ao site da empresa) postou um comentário ressaltando a importância do meu relato, para que problemas como o que ocorreu comigo, não ocorram mais. Há diversas vantagens em utilizar um telefone para surdos. Por exemplo: em caso extremos, a comunicação via TDD não deixa dúvidas: nossa mensagem está sendo enviada e recebida. Já fui membro de Conselhos de Deficientes e sei muito bem a importância de qualquer invento que beneficie os surdos (e os deficientes em geral). Portanto, não posso deixar de divulgar algo que auxilia a nós, surdos, a vencer uma das tantas barreiras da comunicação.

domingo, 29 de novembro de 2009

Vacina contra meningite.

Muito importante esta campanha. Minas sai na frente e efetua a vacinação de crianças de 2 meses a 2 anos. Eu nasci em uma época que a vacinação não era algo tão importante como hoje e não havia campanhas de vacinação. Não tive caderneta de vacinação e não tenho "marquinha de vacina" no braço. Hoje o país está quase reduzindo a zero a poliomielite. E a varíola foi erradica no mundo. Mas, a meningite tem uma variedade grande, a campanha visa a meningite C (conjugada e pneumocócica), que são mais recorrentes em MG. É importante ressaltar que há vários tipos de meningite e a vacina não protegerá contra todos. Mas, estará protegendo contra as formas mais graves da doença, cujas doses de vacina custam muito caro, em média R$ 150,00 uma dose. Ou seja, a classe baixa não vacina suas crianças contra a meningite devido ao preço.
O Governo de Minas antecipou em 2 anos a vacinação gratuita, que constará do calendário de vacinação nacional a partir de 2011. Pode ser uma atitude eleitoreira, mas tudo bem, é algo que merece elogios, pois visa o bem estar da população. Meus filhos foram vacinados em todas as campanhas e têm as cadernetas de vacinação totalmente preenchidas. Mas não foram vacinados contra meningite.
Eu lembro (que ironia) que,  poucos meses ou um ano antes de ficar surdo, fui justamente ao Hospital Santa Marta (Formiga-MG), junto com meu primo, tomar a vacina contra varíola. Era aplicada com aquelas pistolas que pareciam revólveres. Quase um ano depois (1973) estava dando entrada no hospital, com os sintomas clássicos de meningite: dor de cabeça (assustadora; eu chorava de dor), vômito intenso, febre altíssima e prostração. Seria transferido para cá, Belo Horizonte, e sairia do hospital João Pualo II, já surdo.
Portanto, saber que hoje já há uma vacinação em massa contra essa doença e que muitas crianças poderão estar imunizadas contra as graves sequelas que ela causa, é uma notícia muito gratificante.
Pessoas como eu, que perderam algo muito importante devido à doença, é que valorizam ainda mais a campanha.

Você pode ler mais sobre a campanha e a meningite nesta reportagem do jornal.Hoje em Dia (clique para ler).


A barra de vídeos do blog

Não tem como eu selecionar os vídeos que gostaria que estivessem na barra de vídeos. Apenas posso inserir preferências de pesquisa, mas a exibição é aleatória e própria do youtube.
Os vídeos exibidos são sobre surdos, humor, gran turismo (videogame). Para fechar a janela que abre, basta clicar em "acabei de assistir".
Muito útil também é a Pesquisa no blog. Basta digitar uma palavra, assunto, tema, etc, que a pesquisa retornará os posts que contêm a palavra.
São novidades que o Blogger implantou e eu resolvi testar.
Hoje o Governo de Minas (Aécio Neves) vacinou as crianças contra meningite. Muito importante isto!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Joãozinho não tem jeito mesmo

O Joãozinho estava no banheiro da escola, com a mão na massa (ops!). A professora, jovem, bonitona, vai atrás do aluno, entra no banheiro e o flagra fazendo o que não devia.
- Joãozinho, o que é isso???
- Puxa vida, professora, que susto! A senhora não  morre tão cedo...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O TDD (telefone para surdos)


O TDD é um aparelho telefônico para surdos, com um teclado aclopado, para digitação das mensagens. TDD é a sigla em inglês para Telephone Device for Deaf (aparelho de telefone para surdos). Poucos sabem que é uma invenção de um cientista surdo: Robert Weitbrecht. Mas, a tecnologia para redução dos aparelhos (eram enormes) demorou muito. A invenção acabou suplantada pelos celulares, que permitem o envio de mensagens de texto, muito mais práticos. Ainda existem TDD's pelo Brasil afora. Nunca havia utilizado o TDD, devido justamente ao celular, até...
Semana passada, na hora do almoço, fui ao banco depositar um dinheiro para meu filho. Já estava no interior do banco quando percebi que esqueci de trazer o papel com o número da agência e o da conta. Estava sem meu celular há dias, pois o mesmo estragou. Não tinha certeza se meu filho precisava do valor depositado naquele dia. Se estivesse no meu local de trabalho, claro que pediria a um colega para ligar para mim, mas como eu faço somente uma hora de almoço, não tinha como voltar e pedir alguém para ligar. Lembrei dos TDD's e fui para a companhia telefônica na Rua Tamoios. É a Oi a responsável pelos telefones públicos de BH. Comprei um cartão de créditos e fui até o aparelhinho. Li as instruções, apertei botões, coloquei o cartão, mas nada do telefone funcionar. Fui ao balcão e solicitei:
- Preciso de ajuda para utilizar o telefone para surdos.
A moça me fitou espantada e apontou para uma outra pessoa:
- Fala com ela lá.
Fui até a outra moça, aliás, uma senhora, pois aparentava ter minha idade.
- Você poderia me ajudar a usar o telefone ali. - apontei para o TDD.
Como quase todas as pessoas que não me conhecem ou que têm um primeiro contato, ela considerou que eu fosse um caipirão:
- Este telefone aí é para os surdos. Use aquele lá - apontou para um telefone comum.
- Não, eu preciso usar este telefone. Eu sou deficiente auditivo! - eu tenho muita paciência, sei que as pessoas ainda estão engatinhando no aprendizado de como tratar os deficientes.
A senhora me fita espantada. Surdo, falando normal, dicção perfeita... ainda assim considera que eu estou errado, que não entendo nada do aparelho:
- Não tem jeito, a outra pessoa também tem que ter um aparelho igual este.
EU ensino para a senhora sobre o TDD:
- Somente se a outra pessoa for surda. Quando um surdo liga para uma pessoa ouvinte, há uma intermediária que transmite as mensagens por voz, para o receptor. Eu preciso somente utilizar este aparelho, com o intermediário, porque minha esposa não é surda.
Ela mexe daqui, mexe de lá, aperta a tecla para ligar o teclado (isto eu também fiz), insere o cartão, mas nada do telefone chamar. Liga para o número da ajuda, que está no aparelho, não resolve nada, aliás, piora:
- Você tem que fazer ligação sem cartão.
"Que eu saiba, o serviço não é gratuito!", eu ia falar, mas apenas disse:
- Então faça a ligação, por favor.
Ela aperta mais alguns botões, disca o número 142 (ih, este eu não prestei atenção. Tinha que ligar para este número, que é a central intermediária).
Não adianta, não consegue fazer a ligação.
Viramos atração das atendentes; a moça do balcão fica rindo disfarçadamente; as da venda de cartões chegam até a portinhola para nos olhar. O jovem segurança também chega, pergunta porque a atendente estava tentando usar aquele telefone, crendo que sou ouvinte e que poderia usar um telefone comum. Ele aponta as instruções (ah, como se eu não tivesse lido!!), manda apertar outros botões. Nada de nada.
Cansei!
- Senhora, não adianta. A senhora poderia fazer a ligação para mim? È só ligar para minha esposa e perguntar se precisa depositar o dinheiro do meu filho hoje, porque eu esqueci o número da conta.
Ela disse ok, perguntou qual era o número. Ligou. Alguém atendeu e ela já estava falando:
- É o rapaz aqui que quer saber o número da conta...
- Rapaz, não. Jairo. Quem está falando?
- Sua esposa mesmo. O que você quer saber mesmo?
Precisava do número da conta e agência. Ela perguntou e o segurança pegou papel e anotou.
Desligou e me entregou o papel.
Agradeci, reclamando:
- Obrigado, mas é um absurdo que ninguém sabe como utilizar o aparelho.
- Não, a gente sabe, mas, mas... um problema...
- Na hora que eu mais precisei, não foi possível utilizar! De qualquer forma, obrigado.


Tenho que lembrar de reclamar com a Oi, que os atendentes não estão capacitados para ajudar quem precisa utilizar o telefone para surdos.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O implante coclear e a campanha dos surdos - I

Resumo rápido: um grupo de quatro otorrinolaringologistas procuram a Rede Globo e entregam uma carta a dois diretores de Marketing Social da Rede Globo, a respeito da novela Cama de Gato, que tem um personagem surdo (Tarcísio), pedindo para prestarem atenção no Implante Coclear (IC), tendência mundial em tratamento de surdez severa e profunda, e que consideram um retrocesso o uso de Libras na novela (palavras do Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento). O mesmo insiste ainda que deve-se respeitar os surdos adultos que não tiveram a oportunidade de serem implantados e que hoje desejam continuar surdos. Mas, que não se pode negar às crianças pequenas o direito de serem ouvintes.
O que causou um problema entre estes médicos e a comunidade surda foi a crítica à Libras. A Libras é uma linguagem própria dos surdos, com características (fonologia, morfologia, sintaxe e semântica). Libras não é o português em sinais. Em Portugual, a linguagem de sinais (LGP) é diferente da Libras.
Os surdos não são iguais em sua vivência da surdez. Há surdos que falam, que lêem nos lábios, que escutam parcialmente, entre outros. Há surdos que se comunicam quase exclusivamente em Libras e surdos que não conhecem Libras. Há surdos como eu, bilingues, que utilizam Libras e Português. Há surdos que entendem português, mas não conseguem ler nos lábios e não sabem Libras. Esta grande diversidade de surdos cria alguns atritos entre nós mesmos. Há grupos de surdos oralizados totalmente contra a Libras. Há grupos de surdos que utilizam somente Libras e que não consideram surdos oralizados como partícipes de sua comunidade. Ou seja, nós surdos também temos a nossa Babel.
O que os surdos como eu, que convivem bem entre estas comunidades, sempre pedimos é compreensão de ambas as partes. Compreensão e respeito.
O vídeo dos surdos (que criaram um site sobre o assunto Luta Libras) sobre este pedido dos médicos à Rede Globo radicaliza um pouco. Teme que no futuro os surdos nem existam mais, que as comunidades surdas vão desaparecer. Como dizem... nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Impossível que as comunidades surdas desapareçam. Há surdos, mesmo implantados, que utilizam Libras também.
E os médicos esqueceram de passar as informações completas sobre o implante coclear; uma das quais muito importante mesmo: nem todo surdo pode ser implantado. O próprio site oficial sobre o IC diz, sobre os candidatos ao implante: No entanto, os resultados variam de individuo para individuo, em função de uma série de fatores, entre eles, memória auditiva, estado da cóclea, motivação e dedicação e programas educacionais e/ou de reabilitação. Você pode ler lá no próprio site oficial, claro (Site oficial do Implante Coclear). O site não faz nenhuma apologia à implantação indiscriminada dos surdos. Inclusive não oculta o fato que a cirurgia para implantação coclear pode causar complicações (paralisia facial, por exemplo).
Os surdos com perda leve devem continuar utilizando os aparelhos auditivos (AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual)).
Lembrando que, em ambos os casos, AASI e IC, é necessário motivação, entusiasmo e persistência para o aprendizado de "ouvir" os sons.

O vídeo da comunidade surda:







Santo Antônio das Roças Grandes...

Um dia eu estava indo com minha mãe pela cidade e vi um ônibus com destino a Santo Antônio das Roças Grandes. Eu perguntei minha mãe:
- Tem este Santo Antônio também?
- Tem e é perto daqui. Fica em Sabará.
Sabará faz parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
- Temos que ir lá um dia. - disse minha mãe, meio pensativa.
- Porque?
- Por que quando você ficou surdo e estava no hospital, rezei muito para Santo Antônio das Roças Grandes. Para você melhorar. A Olímpia também.
Olímpia era minha madrinha.
Estou lembrando disto porque assisto alguns capítulos da novela Viver a Vida. Por causa da moça (Luciana) que fica tetraplégica. É interessante acompanhar a história de deficientes, embora seja uma deficiência completamente diversa da minha.
Quando a moça sofreu o acidente e estava imobilizada na cama do hospital, conversou com a mãe. E lembro que uma parte dos diálogos era o pedido da moça à mãe:
- Vai dar tudo certo, minha filha.
- Mãe, você promete que eu vou ficar boa?
- Sim, minha filha. Eu prometo.
E imaginei o quanto minha mãe rezou pela minha recuperação. O quanto ela prometeu, o quanto sofreu, enquanto eu estava em coma no hospital. Minha mãe mesmo havia me contado que passou uma semana sem se alimentar direito, a semana em que fiquei em coma. E quando ela me contou que tinha rezado tanto, imaginei o que ela passou. São coisas que a gente só vem a entender depois que temos os nossos próprios filhos. As dores que sentem, doem muito mais em nós. O que sofrem, são sofrimentos nossos também. A ligação que temos com os filhos é muito forte. Mas, enquanto filhos, não temos noção desta ligação. Depois que tive meus filhos foi que imaginei minha mãe rezando, pedindo, implorando, para que o filho sobrevivesse. Eu saí do hospital surdo, mas, estava em perfeitas condições físicas e mentais. Podia caminhar com minhas próprias pernas, podia fazer as coisas independentemente... só não podia mais ouvir. Meu mundo ficou em silêncio, mas lembro do apoio familiar, da preocupação de minha mãe comigo, o receio que eu ficasse revoltado, que eu tentasse alguma coisa errada. Mas, eu era otimista desde pequenininho. Com o apoio familiar, com a benção de minha mãe, continuei tocando a vida, vivendo a vida, mesmo que os sons já não fizessem mais parte dela.
:) 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Videogames!

Eu gosto de videogame. Gosto muito mesmo. Eu sou dos tempos do Atari, depois Nintendinho, Supernintendo, Playstation I, Playstation II e hoje já existe o Playstation III, que eu ainda não tenho. Sempre gostei dos jogos de corrida, o Enduro do Atari, foi o primeiro jogo de corrida que joguei. Fora um muito parecido, de máquina de fliperama. Não lembro o nome. Era um joguinho linear, sem fim, que os meus meninos acharam o maior lixo, "uma porcaria", disseram na época, quando mostrei para eles num simulador de Atari para computador. Ficaram perguntando qual era o objetivo do jogo, e eu disse que o único objetivo era a pontuação, visto que o jogo não tinha fim. Aliás, a maioria dos jogos daquela época não tinham fim. Eu jogava também River Raid, e por mais que avançasse no grande rio, nada de chegar ao fim. São os jogos da primeira geração, cujos gráficos eram realmente pobres e os jogos eram repetitivos.
Veio a segunda geração e uma verdadeira revolução nos games. Com Super Mário Bros, descobrimos que os jogos poderiam ter princípio, meio e fim. Havia um objetivo nos jogos. Salvar princesas, derrotar inimigos, ganhar corridas. Aí começou a melhorar um bocado os jogos de corrida. Com o Supernintendo (Super NES), eu detonei Top Gear 1, 2 e 3000. Estes jogos eram bastante divertidos, pois o essencial era decorar a pista, saber onde brecar e tinha o nitro (ah, ah, Need For Speed), para conseguir passar os carros que estavam em primeiro. O nitro você tinha que pegar durante a corrida, ficava solto pelas pistas. Joguei F Zero também, mas o meu preferido sempre foi Top Gear. Isto até que surgiu o Playstation...
Com o P1, o CD que veio junto tinha alguns demos. E o demo de corrida era Gran Turismo. Os gráficos, a pista, tudo uma beleza. Claro que comprei o CD. E aí começou a verdadeira diversão. Lembro que eu estava tentando correr, mas não podia. Meu filho mais velho, que frequentava a loja de videogames, foi quem explicou:
- Pai, você tem que tirar a carteira primeiro.
- Esse jogo tem isso também?
- Se não tirar a carteira, não pode correr.
Em um primeiro momento achei que não ia ser legal. E também, para tirar a carteira precisava de uma boa habilidade. Eu que jogava Top Gear (permite fazer as curvas sem frear, só é necessário frear quando a curva é em 90 graus), encontrei dificuldade para me adaptar ao simulador. Mas, como era possível passar com bronze, fui tirando bronze em todas as provas e comecei a disputar as corridas. Todos os Gran Turismo foram muito bons. Só não zerei os primeiros porque era muito cansativo jogar 60 ou 99 voltas dos endurance. Meu filho mais novo até jogou 99 voltas de uma das endurance. Lembro que o melhor carro era um Toyota Castrol Supra GT.
No Gran Turismo 4 criaram uma opção muito interessante, B-spec. Você comanda o piloto (como um chefe de equipe) e manda acelerar, ultrapassar e ir para os boxes. Este modo também pode aumentar a velocidade do tempo em até 3x. O que é muito bom para passar as corridas de 24 horas. Corridas de 2 horas terminam em menos de 1. Mas, corridas de 24 h acabam durando umas 12 h, devido ao desgaste dos pneus, que obriga o piloto (independente de ordem sua) a entrar no box. E quando ele entra, o tempo volta para a velocidade normal. Ou seja, mesmo se você deixar em B-spec, para ganhar tempo, necessariamente você deve acompanhar o jogo, para aumentar a velocidade quando o carro entrar no box. Atualmente já estou perto de zerar o jogo (99,1%). Das 80 provas para conseguir as carteiras, eu forcei a barra para tentar colocar todas de ouro, mas não consegui. Tem duas provas que tem que fazer um ziguezague em volta de cones. Nestas duas, só consigo prata.
Agora, está para lançar o Gran Turismo 5. O problema: somente para Playstation III, que está custando mais de R$ 1.200,00. Vou ter que fazer uns sacrifícios para poder comprar um ou...
Vou ali assaltar um banco e já volto.

Ah, eu gosto de Tomb Raider também, mas aí já é outra história.

Agradecimento ao BloggerSPhera, que me ensinou como colocar as legendas nas imagens.

As notícias da semana... (Parte II)

Eu leio muitos blogs, porque a blogosfera é mais antenada com as notícias deste nosso país e, principalmente, não ficam "maquiando" as notícias. Porque quando a notícia é a favor do governo, sai uma notinha nos jornais, ou a manchete é truncada. Se você ler só a manchete entenderá que uma notícia positiva é negativa. Os grandes jornais, por exemplo, não publicaram quase nada sobre o cancelamento do SARESP. Você sabe o que é isto? Afora os paulistas, provavelmente a maioria dos brasileiros não sabe. SARESP significa Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. O Google taí, se você quiser saber mais sobre este sistema. Mas, o que tem a ver o SARESP com jornais e blogosfera? É que você pode colocar lá no Google, e pesquisar, "cancelamento do SARESP", e tudo que vai retornar da pesquisa será de blogs ou de sites. Os grandes jornais? Nadica de nadica. Porquê? Por que é uma notícia negativa para o Governo Paulista e o Sr. José Serra não permite que tais notícias sejam manchetes de jornais. Mas, hoje isso não adianta muito, uma vez que a blogosfera está antenada. E foi justamente através de sites e blogs que vim a tomar conhecimento deste problema da SARESP. E o Renato Rovai (clica aqui para ler lá) publica hoje um post falando justamente disto: uma pesquisa do Vox Populi informa que o brasileiro está mudando pouco a pouco a forma de procurar notícias. A TV ainda lidera, mas sites e blogs já estão em segundo lugar na preferência dos entrevistados. Estes blogueiros, que eu leio e estão listados ao lado, estão muito mais bem informados que os jornais. E o principal deles é que não editam a notícia. Na maioria das vezes, transcrevem por inteiro uma entrevista, ou uma tradução de algum jornal estrangeiro.
Como eu não sou repórter, nem jornalista, comento a notícia, ainda mais que este meu site é sobre o mundo de silêncio dos surdos. Mas, os surdos hoje são bastante antenados com o dia a dia do país. Como eu relatei no post O Gol do Cruzeiro na Madrugada, antigamente era muito mais difícil eu ter acesso às notícias. Somente o jornal impresso mesmo.
No site do Azenha tem a tradução de uma entrevista do Presidente Lula, muito legal, principalmente pelo que ele expõe, com um conhecimento profundo do país e do mundo. O pessoal comentou que mais parecia uma resposta ao Caetano Veloso, que disse e depois disse que não disse o que disse: que o Lula era analfabeto. Uma bobagem, esta de destratar o Presidente, principalmente porque ele conseguiu melhorar o país em muita coisa. Ainda tem muita coisa errada, ainda tem muita coisa que devemos cobrar e criticar no presidente, mas com a mídia toda caindo de pau e ocultando todas as boas conquistas, não dá.
E a decisão dos ministros do STJ foi unânime: a BHTRANS não pode multar. Quáquáquá... A BHTRANS foi criada para ser auxílio à Polícia de Trânsito. Mas, depois desvirtuou sua função. Passou a ser Guarda de Trânsito Municipal e, mais do que auxiliar no trânsito, passou a multar no trânsito. Aqueles policiais militares de bonezinho branco não eram mais vistos nas ruas de BH. Eles eram os responsáveis pelo trânsito e agora estão de volta. A BTRANS vai recorrer, claro. Mas, a população já obteve uma pequena vitória.
Ah, e comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim.






As notícias da semana... (Parte I)

Engraçado, eu vou lendo notícia dali, notícia daqui e quando resolvo comentar, as notícias já são "velhas". A menina que foi expulsa da Uniban, o futebol (meu Cruzeiro chegando), o Presidente Lula e seu reconhecimento internacional, a blogosfera.
A menina que foi expulsa da Uniban (Talibã?) é mais um daqueles absurdos que custamos crer estejam ocorrendo nos dias de hoje, e principalmente, no nosso Brasil. Nosso país tropical, onde usar pouca roupa é uma norma, não exceção. A maioria já assistiu os vídeos, viu a jovem e o famoso vestido. Vestido que não parece tão curto assim não, embora os alunos do contra digam que ele vai subindo e que acabava deixando as partes íntimas à mostra. Caramba, não dá para entender os jovens... OS jovens... que ficaram contra a moça. Lembro da minha juventude e da galera na escola, bolando artimanhas para conseguir visualizar as roupas íntimas das meninas. Não existe mais isso? Descobrir cor de calcinha hoje, não dá mais mesmo, pois mesmo com calça comprida a parte superior das calcinhas fica à mostra. Alguns dos que protestaram contra a jovem disseram que a roupa dela era imoral, contrária ao ambiente universitário. Como outros blogueiros bem disseram, então que a "Unitaliban" baixasse as normas sobre vestimentas femininas. A garota foi ofendida como "puta", ou seja, se você é do sexo feminino e usa um vestido curto, você é puta. Tanta coisa para se discutir numa universidade e uma galera resolve criticar... modo de vestir de uma jovem. A universidade foi na onda (se a maioria dos seus alunos estava contra...) e publica nota em jornal, informando que a moça foi expulsa. Piorou! A coisa repercutiu ainda mais. Não demorou muito e a universidade revoga a decisão. Acredito que não só a aluna, mas as mulheres em geral, foram ofendidas, pois em pleno século XXI, estão julgando a mulher pelo seu modo de vestir. Neste quesito (vestimenta), o problema é estritamente feminino. Você jamais verá uma manchete do tipo: "Jovem é expulso de universidade por usar bermuda acima do joelho".
E o Palmeiras perdeu, roubado, mas perdeu...Engraçado que agora o Palmeiras botou a boca no trombone e   conseguiu mandar o Simon (o juiz) para a geladeira. Mas, quando este mesmo Palmeiras ganhou do meu Cruzeiro, após o juiz anular uns trinta penaltes claríssimos, o que eles disseram mesmo? Ah, sim, coisas do tipo: "essas coisas acontecem no futebol!", "o juiz errou, mas isso não era um problema deles (palmeirenses)".  Eu, que assistia o jogo pela net, quase tive um ataque cardíaco diante de tanta roubalheira. Estes 3 pontinhos que o Palmeiras levou e que por direito deveriam ser do Cruzeiro, colocariam meu time lá na luta pelo título (tem chances ainda, mas mínimas). Não sou a favor deste tipo de erro, porque é muito descarado. O Eugênio Simon já prejudicou muito o meu Cruzeiro. Mas, algumas vezes a gente concorda: o lance é duvidoso, com os replays dá para ter certeza que foi penalti, que foi mão na bola, falta dura, etc, etc. Na hora, o juiz só viu uma vez, pode confundir, realmente. Mas, neste lance de domingo passado, o Simon estava bem posicionado e ele viu sim, que o gol foi legítimo. Mas, anulou (tinha que anular?). Na derrota do Cruzeiro para o Fluminense um membro da comunidade do Cruzeiro no orkut disse que o dirigente da Unimed comprou a derrota do Cruzeiro, para tirar o Fluminense da degola, e mantê-lo na Primeira Divisão. Cada boato que surge, caramba! Só prestam para confundir ainda mais a nossa já confusa cabecinha...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ainda os perigos do trânsito para os surdos...

Minha amiga reclama:
- Jairo, você falou sobre os riscos que os surdos correm com ambulâncias, carros de bombeiro e de polícia e eu fiquei matutando...
- Mas, é verdade. São riscos reais.
- Pois então, lembrei de outros riscos relacionados ao trânsito.
- E...
- Carros com vidros escuros, que não sabemos se estão estacionados, ou apenas parados (com o motor ligado). E que de repente, arrancam.
- Estes também já me causaram alguns sustos. E já que estamos falando disso, também os carros que dão marcha-a-ré. E os que entram na contra-mão.
- Você ainda  aumentou a lista...
- Uma vez eu estava no ponto do ônibus, tinha um carro com vidros tudo escuro, no acostamento. De noite, não dava para ver nada. Eu resolvi recostar no carro e aí, dei um pulo assustado, ao sentir o barulho do motor.
- Hehehe... 
(Os surdos sentem os barulhos, principalmente quando têm contato físico com o objeto. Se eu tocar um rádio, sei se ele está ligado ou não).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Poesia no Dia dos Mortos

Quando eu era mais jovem tinha uma coleção de poesias que falavam de morte. Na juventude nos arriscamos ao máximo, nos consideramos imortais e poderosos. Depois ficamos comedidos e cautelosos. Morrer é a única certeza que temos na vida.


"Mas quando preludia ave d’aurora 
E quando à meia-noite o céu repousa, 
Arvoredos do bosque, abri os ramos… 
Deixai a lua pratear-me a lousa!"
(Lembrança de Morrer, Álvares de Azevedo)

"Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto."
(Oh captain! My captain!, Walt Whitman)
Ó, capitão!Meu capitão!, poema que ficou famoso no filme Sociedade dos Poetas Mortos)

"Dêem-me um terno de Ministro
Ou roupa nova de noivo...
E assim solene e sinistro,
Quero ser um tal defunto,
Um morto tão acabado,
Tão aflitivo e pungente,
Que sua lembrança envenene
O que resta aos amigos
De vida sem minha vida.
- Meus amigos, lembrem de mim.
Se não de mim, deste morto,
Deste pobre terrível morto
Que vai se deitar para sempre
Calçando sapatos novos!"
(O Defunto, Pedro Nava)


Eu lembro que, por mais que falasse de morte, escrevesse ou colecionasse poesias sobre morte, nunca deixei de amar a vida, tanto que para minha lápide a frase que deveria constar seria:
"Aqui jaz, Jairo Fernando, bem contra sua vontade!"


As poesias completas estão no meu Google Docs.
Poesia no Dia dos Mortos
.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fórmula 1... somente para quem gosta...


E para quem entende ao menos um pouco. Eu lembro dos meus meninos jogando Super Trunfo e não entendia muito bem como era o jogo, com aquelas cartas que tinham um monte de carros e de critérios. É porque eu não escutava o principal do jogo: citar justamente um dos critérios da carta que você acredita que vai vencer os critérios da outra carta. Na comunidade de F1 que eu participo no orkut, a galera disponibilizou o link com um jogo do Super Trunfo, de pilotos de F1.
Eu sou insistente. O jogo não é fácil, uma vez que o computador fica com algumas das melhores (ou as melhores mesmo!) cartas, tipo o Schumacher (ele tem SÓ 7 títulos)... hehehehe.
O jogo está no portal do Estadão.
Estadão. Super Trunfo de Pilotos
Para quem é fã de F1 é um achado.


Como eu disse, eu sou insistente mesmo.
Joguei uns 40 minutos, mais ou menos, para conseguir esta imagem ao lado.
Pena que não apareceu nenhum trofeuzinho.
Seria mais bonito que esta mensagem tão simples, que lembra os jogos de paciência.
Vai lá, tenta!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Como é feito o Jornal Nacional do Bonner para o Homer...


Repercutiu há tempos, uma comparação que o apresentador do Jornal Nacional fez sobre o telespectador. Depois, é claro, ele disse que não foi bem isso que ele disse.
Vejam como é elaborado um Jornal Nacional e as decisões do seu editor chefe, que é o próprio Bonner.

De Bonner para Homer
(Com os devidos créditos à Revista Carta Capital, 371, autor Laurindo Lalo Leal Filho)

Eu li ali

"Os que dançavam eram chamados insanos, por aqueles que não ouviam a música!"
Nas costas de uma camisa, que tinha na frente:
"Insanidade Mental" e o nome de uma cidade (que vou omitir).

Hoje, dentro do ônibus que me levava para o trabalho.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os riscos que os surdos correm...


Outro dia, conversando com uma amiga no MSN, perguntei seriamente:
- Que tipo de veículo é mais perigoso para nós, surdos?
Ela respondeu:
- Não tenho idéia! Bicicleta, moto, carroça? Eu já fui atropelada por uma bicicleta.
Eu ri, mas expliquei:
- Na verdade, nós surdos corremos um grande risco com carros oficiais. Ambulâncias, bombeiros, carros de polícia.
- Porque?
- Por que eles avançam o sinal vermelho! Mesmo com a barulheira das sirenes, nós surdos não temos idéia que um destes carros está se aproximando.
Ano passado eu quase fui atropelado por uma ambulância. Eram umas 7 da noite e eu estava atravessando a Av. Afonso Pena, ali na Praça Sete. O sinal ficou verde e eu comecei a atravessar a avenida tranquilamente. Meu sexto sentido me avisa de alguma coisa errada. Eu diminuí o passo ao perceber que somente eu estava atravessando a avenida, mesmo com os carros parados. A pista tem quatro corredores para cada mão e o último estava livre. A ambulância piscou os faróis (santo motorista que percebeu que eu não ia parar). O piscar dos faróis me alertou e eu parei, petrificado. A ambulância passou a uns dois palmos do meu corpo.
Eu nunca fui atropelado, sempre atravesso as ruas com bastante atenção. Apesar de considerar uma coisa natural (minha percepção mais apurada), muitos já disseram que isto se deve ao fato de eu ser surdo. Mas, é claro que um veículo que se aproxima em altíssima velocidade não é muito perceptível. O alerta do mesmo é o som, inútil para mim.

São curiosidades da vida dos surdos, do meu mundo em silêncio.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Revistinhas que eu fazia


Criava, desenhava, editava, corrigia, fazia as capas, coloria as capas e só não distribuia porque não encontrava condições de publicação. Hoje, com o advento da internet, do scanner, dos arquivos pdf, estou tentando passar ao menos uma das minhas revistinhas para pdf. E postar aqui no meu blog, com liberdade para que copiem, imprimam e leiam. A Turma Gep foi minha melhor criação, pois não era clone de nenhuma outra revista. Três amigos, que têm um clube, uma turma rival e as artes marciais que eles praticavam. Brigam muito, mas quase todos, mesmo os rivais, são do bem. Os "maus" querem apenas tomar o clube dos "heróis". Meu maior erro foi seguir a linha humorística quando criei a turma, em 1973. A pior das consequências foram os nomes do heróis, apelidos que penei para dar uma explicação lógica. GEP é apenas as iniciais de Guigu, Espanholo e Poca. Os rivais, Rivão, Potoca e Moleza. Quando eu passei a elaborar melhor as histórias, a criar personagens coadjuvantes fortes, a maioria ganhou nomes corretos, ou pelo menos apelidos mais lógicos. Alfredo, Chicão, Bingo, Luciana, Marcelino e não podia faltar um mestre nas artes marciais: Jen Lee, um rapazinho chinês radicado no Brasil. A história que estou tentando passar para pdf é Nick Violeiro, um garoto violeiro que se envolve com a Turma Gep. É muito complicado passar para pdf, pois tenho que scanear página por página, apagar os textos dos balões escrito a mão e digitá-los. O texto fica menor, tenho que readaptar as falas para os balões não ficarem muito grandes para pouco texto. É uma história com mais de 20 paginas (em formatinho) e eu só já consegui trabalhar umas 5 páginas!!


Por causa das revistinhas que eu fazia foi que minha irmã Vera falou que eu devia ter um stand no FIQ. Hahahaha... Talvez, se lá houvesse stand de amadores, eu pegasse uma ponta. Meus quadrinhos são amadorísticos, eu desenho direto, não faço um rascunho, meus personagens carecem de melhor características, etc, etc. Mas, para um amador, está bom. E também, eu sempre desenhei por gosto de desenhar. Era uma forma de passar o tempo, um hobby muito bom e relaxante.

Apesar da violência, as turmas não utilizavam armas. Somente lutavam entre si, utilizando golpes de artes marciais.

Esta foi minha produção mais longa. Eu desenhei mais de 25 revistas da Turma Gep. As últimas foram as mais elaboradas, inclusive utilizei papel sem pauta. Porque eu fazia as revistinhas em papel pautado, de caderno brochurão. Como eu disse, desenhava por diversão e jamais imaginei que um dia poderia publicar minhas revistas em algum lugar. Naqueles tempos sequer se sonhava com internet. O mais próximo de publicar seria cópias xerox, com os textos escritos a mão mesmo. Porque, fazer os textos com a máquina de escrever era um horror. As letras da máquina de escrever consumiam muito espaço e era muito difícil "acertar" a posição do carro (hehehe, carro da máquina de escrever, viu!) no início do balão.

Clique nas imagens para visualizá-las em tamanho maior. Ctrl - (para menos zoom) ou Ctrl  + (para mais zoom)





segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos


Eu adoro quadrinhos. Tinha uma coleção com mais de 1.000 (mil) revistas em quadrinhos. Infelizmente, um dia eu resolvi vender algumas coleções. Só bem mais tarde me arrependi... se arrependimento matasse... As coleções da revista Tex e Ken Parker (ambas de faroeste), eu vendi por um bom preço, mas hoje sinto falta destas revistas. Eu sou de ler e reler. Livros também. Leio hoje, daqui uns dois meses leio novamente.
O 6° Festival Internacional de Quadrinhos começou comigo mesmo... Como eu trabalho na área de Cultura do município de Belo Horizonte, o convênio para realização deste festival passou por minhas mãos.
Estive no Palácio das Artes, para admirar algumas obras. Pena que não tinha como fotografar, porque fui de última hora. Tinha um monte de gibis americanos do Batman, que está fazendo 70 anos. Muitas obras de franceses, pois este é o ano França-Brasil, uma reciprocidade ao ano Brasil-França, realizado em 2005.

Minha irmã Vera também visitou o FIQ  e disse que meus gibis tinham que estar expostos lá. Bom, não havia um stand para amadores. Eu desenhei muito, nos idos anos de 1974 a 1976, quando morei com minhas irmãs, no bairro Cachoeirinha, devido a escola para surdos (Instituto Santa Inês). Como eu ficava sozinho na parte da tarde e em casa, eu desenhava (e escrevia) muito. A qualidade era baixa, claro. Somente nos anos 90 eu aperfeiçoei um bocado a minha criação predileta: Turma Gep. Elaborei histórias mais longas, mais criativas. O meu processo de criação é espontâneo: eu imagino uma história, começo a desenhar e a medida que vou desenhando desenvolvo a história. Posso iniciar uma história sem ter idéia de como vai acabar. Da mesma forma escrevo contos, histórias, etc. Parto de uma idéia e desenvolvo a história. Pelo meio da história, com as tramas já enredadas, já tenho uma noção de como a história pode terminar.


Batman era um dos meus personagens favoritos, principalmente com as histórias mais sofisticadas, miniséries e álbuns. Mas, eu sou da época em que as histórias ainda eram simples, publicadas pela Ebal, nas revistas grandes e não no formatinho. Não gostei dos filmes que fizeram, exceto o último, com o Coringa do ator Heath Ledger (que faleceu) e o Batman do ator Christian Bale. Pelo menos neste filme as adaptações foram coerentes.


O mal de alguns filmes sobre personagens de quadrinhos é a adaptação que fazem. O Homem-Aranha (outro personagem que sempre gostei muito) nunca teve teia saindo do corpo; ele criou dispositivos que disparavam a teia e adaptou-os ao pulso. Como os filmes respeitaram ao máximo as características dos personagens, os fãs (eu entre eles) acabaram por aceitar. 



Tenho até hoje as revistas da Ebal e também da Abril, com séries e miniséries, destes heróis. Uma minisérie que reuniu praticamente todos os personagens da DC foi Crise nas Infinitas Terras. A DC procurou acabar com a lambança, pois havia Terra X, Terra Paralela, Terra isso e aquilo, sem contar a terra, essa nossa mesmo. Cada uma destas terras tinha seu Batman, seu Super-homem. Os da Terra Paralela normalmente já casados, maduros. Para voltar a ter somente um Batman, um Super-homem, um Flash, foi necessário esta série, que uniu as terras em uma só e matou os personagens paralelos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Boas histórias devem ser divulgadas...

Evito de todas as maneiras falar de política neste meu blog. Devido ao fato de que as discussões que envolvem política e futebol (religião também!) nunca chegam a um meio termo. Mas, estou linkando uma reportagem política do Terra Magazine, Bob Fernandes, porque ela conta uma história, uma linda história, muito mais do que política. É a entrevista com uma professora nordestina, Dona Joana Camandaroba. Basta clicar no link abaixo:

 Lembrando também que ontem, 15 de novembro, foi o Dia do Professor. Minha primeira professora foi a D. Wanda Rodrigues, que foi Miss Formiga. Era muito brava, do tempo em que ainda era permitido aos professores puxar as orelhas dos alunos e um dia... Bem, esta história fica para outro post.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O código de barras

No dia 7 de outubro comemorou-se 57 anos do registro da patente do código de barras (7 de outubro de 1952). Como eu estou sempre atrasadinho, só hoje estou falando sobre isto.





O código de barras é uma dessas coisas simples, que aos nossos olhos parecem complicadas. George J. Laurer funcionário da IBM, foi o criador deste código. Antigamente, os preços eram colados no produto, uma etiqueta com o valor. Que os espertinhos trocavam de um produto mais barato para um mais caro. Com o código de barras, além de resolver este problema, houve uma redução nas filas, pois não era mais necessário o caixa digitar o valor dos produtos. Hoje em dia, praticamente todos os produtos têm código de barras.


Por coincidência, o código acabou entrando nas páginas de misticismo, ocultismo e religiões. Por que? Porque o código tem três barras guias que, aparentemente, parecem o número 6 (as barras vermelhas do código acima). Mas não são. O número 6 é diferente, as duas barras que o representam são menores (as barras azuis). Daí a divulgarem que o número 666 (o número da besta do apocalipse) estava escondido em todos os códigos de barras foi um pulo.
Para se aprofundar no assunto, basta clicar nos links abaixo:
Testemunhos do mundo cristão (além das teorias do número da besta, tem uma explicação detalhada sobre o código de barras).

sábado, 3 de outubro de 2009

Alô, Rio de Janeiro, aquele abraço!!


"O Rio de Janeiro continua lindo... O Rio de Janeiro continua sendo... O Rio de Janeiro, fevereiro e março...", assim começa a música do Gilberto Gil. Música que eu ouvi e que se adapta à comemoração da vitória para sede das Olimpíadas de 2016. "Alô, Rio de Janeiro – aquele abraço! Todo o povo brasileiro – aquele abraço!". Foi uma conquista do nosso país, em especial do Presidente Lula, que batalhou muito para conseguir esta vitória. Quem gosta deste nosso Brasil se emocionou, achou muito bom que o Rio ganhasse. Lá no meu serviço, na hora do almoço, entrei na internet para saber o resultado. Pouco antes do almoço eu tinha comentado com meu colega que Chicago era a favorita. Pelo menos era o que a mídia andava dizendo. Ledo engano, foi a primeira eliminada. Depois Tóquio. A disputa ficou entre Madri e Rio. Vem aquele aperto de torcedor: "pôxa, se era para ser eliminada, que fosse eliminada de cara e não agora, no final!". A internet demorou um pouquinho (uns 2 minutos) para que o resultado fosse publicado por um site. Então eu li: Rio de Janeiro é a sede das Olimpíadas de 2016. Abri um largo sorriso, me emocionei mesmo. Mostrei para outro colega que havia perguntado antes como estava a votação. A chefe do setor também viu e disse:
- O Rio ganhou! Lula é mesmo o cara!
Meu outro colega mais velho chegou e já estava até planejando ir para o Rio em 2016, trabalhar nas Olimpíadas. Disse que, como estamos no setor cultural do município, tínhamos boas possibilidades de ir trabalhar lá. Que as inscrições seriam abertas e que nós deveríamos nos inscrever. Que eu, como deficiente auditivo, poderia participar de recepção a deficientes. Ele realmente é um cara animado! Eu ri:
- E como vamos justificar a ausência de mais de meio mês? - as olimpíadas duram em média duas semanas.
- Ah, que isso, estaremos fazendo um trabalho cultural, a gente justifica numa boa, a gerência abona!
Eu ri. Meu colega é mesmo muito otimista.
Eu disse a ele também que é muito bom ver os brasileiros aplaudindo as conquistas do Brasil. Que não podemos ter vergonha de ser brasileiros. Que patriotismo é bonito sim. Que a mídia é antipatriota e fica sempre contra o país. Só passa a comemorar depois que o país ganha e não tem mais jeito. Também não concordo com o blábláblá de que o dinheiro gasto deveria ser utilizado nisto ou naquilo. Eu acho que uma coisa não tem nada a ver com outra. Não é porque vai INVESTIR (e não gastar, como diz a mídia) muito dinheiro no Rio que neste momento devemos nos preocupar com as mazelas deste país em contraponto às olimpíadas. Segurança, educação, saúde, entre outras, são questões bastante relevantes, mas a discussão destes temas não pode envolver as olimpíadas. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
O momento é de comemoração e de parabenizar o nosso país.
"Alô, Rio de Janeiro – aquele abraço! Todo o povo brasileiro – aquele abraço!".
Parabéns, Rio! Parabéns, Brasil!

sábado, 26 de setembro de 2009

26 de setembro, Dia do Surdo

Parabéns a todos os surdos pelo seu dia.
Participei de muitas lutas em prol de benefícios para os surdos, fui membro do Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência, aqui de BH.
As entidades que continuam lutando pelos surdos e todos os surdos deste nosso Brasil PARABÉNS!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os cavalos de tróia (3)

Sempre tem algum curioso que quer saber quanto foi parar na conta, ao invés de verificar o extrato no próprio banco (ou no internet banking).
Colocando o cursor no link Executar Extrado, dá para descobrir que o arquivo é na verdade uma aplicação java.

Este é mais um daqueles cavalos de tróia, que chegam em sua caixa-postal sem mais nem menos. Não há identificação de pessoas, simplesmente um comprovante de depósito. A intenção é esta mesma: alguém errou e depositou dinheiro na sua conta. E são muitos os incautos que clicam em Executar Extrato.

Os malwares são softwares maliciosos que se infiltram nos PCs dos incautos que costumam clicar em tudo que recebem através de e-mails. No Brasil, de acordo com um relatório da McAfee, o alvo predileto são as contas de banco, ou bem explicado, o roubo das senhas, principalmente as que permitem transações através dos internet banking.

domingo, 20 de setembro de 2009

O gol do Cruzeiro na madrugada...


Naqueles tempos não existia internet, a tv não tinha closed caption e a maioria dos jogos de futebol não era transmitido ao vivo. Passava o videoteipe (ou video-tape) altas horas da noite. Quando tinha jogo do Cruzeiro era um martírio para mim. Em Formiga, pelo menos eu tinha os amigos, Antônio e Emílio, que ouviam os jogos no rádio e iam me passando o resultado. O maior pecado deles é que torciam para o Atlético. Mas, em Belo Horizonte, eu não tinha amizades no bairro e portanto, tinha que esperar o noticiário da tv, para saber quanto ficou o jogo. Principalmente quando os familiares não estavam em casa. Algumas vezes, sabendo que o jogo já tinha terminado, eu pedia que ligassem o rádio e escutassem o resultado do jogo. Os jogos do meio de semana eram às 20:00h e minha família (cinco mulheres, incluindo minha mãe. São seis, mas uma já estava casada), assistia às novelas e depois iam todas dormir, afinal no outro dia tinham que acordar cedo mesmo. Morávamos em Contagem nesta época.
Houve uma quarta-feira que o Cruzeiro jogou contra o América e se ganhasse ia à final contra o Atlético. Eu acho muito chato ficar incomodando as pessoas com algo que não é de interesse das mesmas. Então falei comigo mesmo que iria aguardar o videoteipe do jogo. Quando deu 23:00h o videoteipe começou. Eu torcendo em silêncio. Até que o Cruzeiro marcou um gol e eu gritei em alto e bom som: GOOOOOOLLLL!!!
O meu pessoal (quatro mulheres, a caçula não acordou) entra espavorido na sala, uma espremendo a outra no vão da porta:
- Que isso, que aconteceu?
- Gol do Cruzeiro!
- Você está maluco? Já passa de meia-noite!
- É o videoteipe.
- Assista em silêncio! Parecendo doido!
E minha mãe ainda completa, sonolenta:
- Vai dormir, menino, que amanhã você tem que acordar cedo!
------------------------- xxx -------------------------
Eu estava lendo uma lista de coisas que a internet usurpou nos dias de hoje e que consideravam boas coisas (no blog do Luis Nassif, o link está aí do lado). Mas, lembrei-me deste fato justamente porque com o advento da internet eu conquistei um pouco mais de independência em relação às informações.
Hoje é possível eu acompanhar um jogo na internet, com o minuto a minuto, ou até mesmo o jogo ao vivo, em sites que oferecem este serviço. E se desejar saber o resultado de qualquer jogo, basta entrar nos sites de esporte. Para os surdos, estas coisas foram uma benção!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O adivinho...

Este site é antigo, mas ainda faz muito sucesso. Principalmente para quem não conhece.
Basta pensar num personagem famoso, que o gênio descobre. Você vai respondendo as perguntas do adivinho com: SIM, NÃO, NÃO SEI, entre outros. Na maioria das vezes ele acerta. Se não acerta de primeira e você permite mais perguntas, ele acaba por acertar. É interessante o processo de eliminação das possibilidades. Invariavelmente ele começa perguntando o sexo do seu personagem. Quem bolou o "Gênio" é uma pessoa muito paciente, que montou um extraordinário banco de dados com as características de tantas personagens, de tv, cinema, música, quadrinhos, etc, etc.

Para visitar o site e testar o Gênio, clica no link abaixo.
E volte para postar seu comentário, infornamdo se ele adivinhou mesmo...

Akinator, o Gênio da Internet

sábado, 12 de setembro de 2009

O fim do mundo será em 2012!

É o que dizem as profecias... Próximo demais: 2012. Em novembro entra em cartaz o filme, com efeitos especiais de tirar o fôlego. Para cada país um cartaz específico. O brasileiro mostra o Cristo Redentor sendo derrubado pela força das águas.
Mas, de onde surgiu esta profecia sobre o fim do mundo em 2012? Os povos maias tinham um calendário muito mais preciso que o nosso. E este calendário termina no dia 21 de dezembro de 2012. Ocorre que esta também é a data do solstício de inverno, quando a terra estará alinhada com o sol e com o centro da galáxia, Via Láctea. Este fator acarretará mudanças drásticas no planeta, causando erupções vulcânicas e tsunamis.
Na minha infância, lembro que me assustaram muito, dizendo que o mundo iria acabar em 1970. Não recordo muito bem o porque desta data. Depois a data mais famosa do fim do mundo era o ano 2000. E estamos aqui até hoje...
Fim do mundo não é a expressão correta para estes fatos. Pode ocorrer grandes modificações no planeta, mas em relação aos humanos, é claro que alguns sobreviverão (aliás, o filme trata disso também; a dificuldade de sobreviver após as catástrofes).
Muitas foram as datas do fim do mundo e a da hora é 2012. E como a maioria, acredito que o máximo que pode ocorrer serão algumas mudanças climáticas, que realmente já estão em curso, mas nada tão catastrófico como o filme.
Trailer do filme (muito bom, realmente).

Também pode assistir o documentário produzido pelo The History Channel sobre as profecias Maias (no Youtube, porque senão o post ficará enorme. Os links estão abaixo, para facilitar)
Profecias Maias-Parte 1
Profecias Maias-Parte 2
Profecias Maias-Parte 3
Profecias Maias-Parte 4
Profecias Maias-Parte 5

domingo, 6 de setembro de 2009

7 de setembro

Quando criança, sempre acompanhava os desfiles. Era sair de casa com uma roupa melhor e ir para o centro, cedo, para pegar um bom lugar, principalmente perto do palanque onde ficavam as autoridades, pois era ali que as escolas caprichavam na apresentação. Normalmente, próximo ao Bazar Guri. Minha escola (Escola Normal de Formiga) tinha uma fanfarra considerada uma das melhores de MG. Gostava também do Tiro de Guerra, que é a denominação do Exército no interior. Nunca desfilei, porque a Escola Normal fazia uma seleção de quem desfilaria e os escolhidos eram os do Ensino Médio. Minhas irmãs desfilaram diversas vezes e uma delas chegou a fazer parte da fanfarra.
Fiquei surdo na adolescência, e daí para frente, a música, sons, fanfarras, bandas, etc, etc... se tornaram apenas sonhos do passado. Mas, eu sempre achei muito bonito os desfiles, principalmente do Tiro de Guerra.
Minha cidade praticamente parava para acompanhar os desfiles.