quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Intérpretes de Libras

Este texto foi publicado originalmente em 29 de agosto de 2012.

Nos meus primeiros anos ambientado no universo dos surdos, fiquei muito alegre ao conhecer a língua de sinais que, naqueles tempos, ainda não era chamada de Libras. Eu perdi a audição em Formiga, estive em tratamento em Belo Horizonte, mas voltei para Formiga meses depois. Meu contato com os surdos só ocorreu no ano seguinte, quando fui continuar os estudos no Instituto Santa Inês. Minhas conversações se davam através de leitura labial e, minha mãe e meu tio tinham muita paciência para conversar comigo dessa forma; escrevendo. Quando comecei a estudar no ISI e a conhecer diversos surdos, percebi que eu não era assim tão diferente dos demais. Embora minha fala fosse perfeita, minha surdez era até mais profunda que muitos dos meus colegas, pois sou 100% surdo. Era engraçado alguns colegas com dificuldade para falar, mas ouvindo parcialmente e eu, com facilidade para falar e não ouvindo nada. Mas, o que me deixou muito alegre foi a descoberta da língua de sinais e a possibilidade de “conversar” sem esforço de leitura labial ou escrevendo. Apesar de muitos especialistas em educação discordarem da língua de sinais, esta é uma forma de comunicação muito importante na vida dos surdos.
Só vim a tomar conhecimento dos intérpretes de sinais muito tempo depois, quando já estava trabalhando e participei de algumas palestras. Considerei muito importante o trabalho do profissional que traduzia em sinais o que o palestrante falava.
Em dezembro de 2005, o Presidente Lula assinou o Decreto 5.626, que regulamentou as leis que dispõem sobre a Língua Brasileira de Sinais- Libras, tornando oficial a Libras como língua dos surdos.
Mais recentemente, trabalhando junto com os surdos e com o CMPPD (Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência), tive contato com diversos intérpretes. Alguns deles trabalharam especificamente comigo (tradutor pessoal).
Em convenções ou eventos longos, que têm a presença de muitos surdos, diversos intérpretes se revezam na tarefa de tradução.

Eis alguns dos problemas junto aos intérpretes, relacionados à justiça.
Contratados para trabalhar como intérpretes em audiência, alguns mostraram grande despreparo para a função. O problema não era tanto deles, mas sim dos próprios juízes, que os contratavam, ou simplesmente pediam a “ajuda” deles. Eles eram supervisores de trabalho dos surdos no tribunal, mas isto não quer dizer que eram intérpretes qualificados para trabalhar em uma audiência. Infelizmente, são muitos os que acreditam que se uma pessoa sabe Libras, ela pode ser intérprete. Não pode. O trabalho de intérprete envolve muito mais do que simplesmente traduzir uma conversa informal. Numa audiência, muitas vezes ocorre de alguns questionamentos serem rápidos demais e o intérprete deve estar bastante atento para não deixar escapar o que é realmente relevante. Lembro de um intérprete tão tranquilo, refastelado numa cadeira ao lado do Juiz, excessivamente tranquilo, que não traduzia para a escrivã o que o surdo estava depondo. Lembro que levei uma reprimenda do Juiz, quando falei em alto e bom som, que o surdo tinha “falado” uma coisa e o intérprete tinha traduzido outra. Aliás, esta é uma das grandes dificuldades que enfrentam os intérpretes novatos: traduzir a fala de uma pessoa para Libras é bem mais fácil que traduzir Libras para o português, principalmente se a língua do surdo for somente Libras. É necessário muita atenção com sinais idênticos para diversas palavras, tipo “sábado” e “laranja”. “Eu paguei sábado”, um desatento traduz como “Eu paguei as laranjas”. Eram tantos os intérpretes ruins que surgiam nas audiências que tenho quase certeza que eles não eram intérpretes profissionais e sim os supervisores de trabalho dos surdos nos setores. A pior tradução ocorreu com um juiz indagando sobre “carteira de trabalho” e a intérprete traduzindo como “multa” (mas, falando “carteira de trabalho”). O próprio surdo estranhou que a intérprete fizesse tanto o sinal de “multa” e ele mesmo questionou o porque disso. Ela ficou muito constrangida quando o próprio surdo a corrigiu, com sinais, “Multa errado, errado! Sinal certo “carteira de trabalho”". Ora, como é possível isto em uma audiência que está decidindo coisas importantes para diversas pessoas? O despreparo é jurídico, mas os próprios intérpretes jamais deveriam aceitar trabalhar em audiências sabendo que isto representa uma enorme responsabilidade, se ainda não estiverem plenamente capacitados. O problema é que alguns juízes e alguns intérpretes consideram os surdos “dependentes sociais” que não têm conhecimento do que sejam as leis e acreditam que eles, juízes e intérpretes, vão ajudar os surdos da melhor forma. É um erro crasso. Tanto réus quanto requerentes só querem uma boa interpretação do que dizem e que a justiça seja imparcial. Pior ainda foi a intérprete que era amiga do requerente, ambos prestavam serviço para a mesma empresa (ela, como supervisora de trabalho dos surdos e o requerente como prestador de serviço). O advogado do réu interpelou o juiz sobre isso, mas ele considerou normal. No decorrer dos testemunhos lembro de como a intérprete ficou envergonhada e parou de interpretar, quando a testemunha disse, com riqueza de detalhes, como o requerente ameaçou uma pessoa. Era perceptível a decepção da intérprete com este fato. Ela gaguejou “a-ameaçou?” e parou de traduzir. Como a testemunha falava e gesticulava ao mesmo tempo (surdez parcial), a escrivã não perdeu os fatos e os transcreve integralmente.
Relato estes acontecimentos, que eu presenciei pessoalmente, para demonstrar o quanto é necessário estar capacitado para o trabalho de intérprete. Saber Libras é o requisito essencial, mas não é o suficiente. É necessário conhecer os diversos tipos de surdos, conviver com eles e ter discernimento para não se envolver com o que está em julgado. Muitas vezes os intérpretes, por conviverem com os surdos, acabam tomando partido na contenda. E isto não deve ocorrer. A imparcialidade é essencial.
A sociedade também não sabe, até hoje, como lidar com os surdos. A diversidade dos surdos causa uma grande confusão. Uma das piores confusões ocorrem quando as pessoas que lidam com um ou dois surdos, se fiam neste padrão. Estas pessoas acabam acreditando que todos os surdos serão como os que com ela convive. Já houve momentos em que tive que explicar a algum chefe de setor por onde trabalhei, que o outro surdo não iria entender o texto com as instruções sobre algum serviço. E o espanto do chefe de setor:
- Como assim, não vai entender? Está muito bem explicado.
E eu, pacientemente, esclarecendo que nem todos os surdos entendem o português como eu entendo. Que para alguns a explicação tem que ser pessoal, ao lado dele, mostrando como se faz. O intérprete também deve saber disso, conhecer o surdo suficientemente para utilizar Libras sem apoio da língua portuguesa ou, como no meu caso, podendo usar datilologia para uma ou outra palavra sem correspondente em Libras.
Ainda na questão jurídica, um juiz questionou o fato de na audiência constar a presença de três intérpretes. O intérprete do réu, o do requerente e o do tribunal. Mas não permitiu explicações. Seria ótimo se tivesse a oportunidade de esclarecer ao Sr. Juiz que os surdos necessitam que seja desta forma. O intérprete do tribunal está à disposição do juiz, não dos surdos presentes. O intérprete do tribunal vai traduzir a Libras para o português. E as perguntas do juiz ao réu ou requerente. Mas, não vai traduzir se o juiz e o advogado começarem algum embate técnico. Por isso requerente e réu levam seus próprios intérpretes. Eles vão traduzir tudo, até mesmo conversações dos advogados.
Os intérpretes que trabalharam para os tribunais em audiências das quais participei, não eram intérpretes profissionais. Os intérpretes profissionais trabalharam nas mesmas audiências, sendo um com o réu e outro com o requerente Porém, eles não podiam inquirir os erros dos intérpretes escolhidos pelo juiz.
Estes meus relatos são sobre pendências simples, audiências preliminares, consideradas de conciliação, envolvendo causas trabalhistas ou cíveis. Não sei como funciona em causas criminais, muito mais complexas. Mas, acredito que sim, mesmo em causas criminais, acusador e réu devem ter seu próprio intérprete. Lembro do advogado perguntando porque eu insistia em ter minha intérprete do lado. Eu respondi, sinceramente:
- Porque eu me sinto mais seguro. Minha intérprete não deixará passar nada importante sem traduzir para mim. A confiança que tenho na minha intérprete pessoal é praticamente a mesma que tenho na sua defesa da minha causa.
Os intérpretes que têm alguns problemas com os surdos são alguns intérpretes religiosos. Devido a questão religiosa, eles modificam os sinais referentes a Jesus, Maria, entre outros. Os surdos que sempre lutaram por sua língua oficial não concordam que intérpretes religiosos modifiquem sinais tradicionais. Como é possível que uma religião faça o sinal de Jesus de uma forma, outra diferente, só porque não seguem os mesmos credos? Uma das coisas que os surdos identificam logo como sinal oriundo de religião é o sinal utilizar a primeira letra da palavra como base. O surdo cria o sinal de forma espontânea, observando o que mais se aproxima do mesmo. A origem do sinal “sapato” tem a ver com sapato, embora um ouvinte dificilmente associaria o sinal a sapato. Diria que não tem nada a ver. Mas, o sinal tem sua origem nas antigas calçadeiras de sapatos, que eram bastante comuns antigamente. Na época em que eu estava mais partícipe da comunidade surda, o fato de alguns intérpretes religiosos estarem usurpando a criatividade dos surdos para criação de sinais, era uma questão discutida constantemente.

O trabalho dos intérpretes é de extrema importância para a socialização/participação dos surdos.

Intérprete não é somente interpretar em Libras. Devem também saber interpretação oralista (repete o que a pessoa/palestrante/professor está falando com vagar, para os surdos oralizados). Os surdos oralizados que não conhecem Libras necessitam de ajuda à deficiência da mesma forma que os demais surdos. Porém, o surdo oralizado não bilingue precisa de um intérprete oralista. E nos casos de vídeos, a legenda. Os surdos oralizados não têm interesse em aprender ou divulgar a Libras, pois para eles a língua mãe é o português. Os intérpretes devem estar capacitados a fazer a interpretação oralista e a respeitar o desejo do surdo oralizado de ter um intérprete exclusivamente para isto.

Para mim, o intérprete que utiliza Libras e oralismo não incomoda. Normalmente este intérprete também não incomoda os surdos que só utilizam Libras, pois ele se fixa apenas aos sinais. Eu aproveito as duas linguagens que o intérprete utiliza (Libras e oralismo) para compreensão da mensagem. Mas, o surdo somente oralizado não se sente confortável diante do intérprete que utiliza oralismo e Libras.

É imprescindível que todos os tipos de deficiência auditiva sejam respeitados (surdos com Libras, oralizados e surdos com IC (Implante Coclear)). Muitos dos surdos com IC preferem o intérprete oralista, pois aproveitam as duas possibilidades (ouvindo com o IC e fazendo leitura labial) para compreensão da mensagem.

Meu agradecimento a estes profissionais que executaram o seu trabalho com grande profissionalismo.
Agradecimento especial aos seguintes intérpretes:
- Estes, que foram meus intérpretes pessoais em diversas situações: R.A.R. e J.S.O.
- E os que trabalharam comigo, em palestras, reuniões, assembléias, audiências, campanhas, eventos, escola: S.M.O., D.G.M., R.L., F.G., T.P.P., M.
(Para evitar problemas aos profissionais intérpretes, muitos deles famosos junto à comunidade surda de BH, preferi colocar apenas as iniciais de seus nomes)

Vídeo Institucional, do Palácio do Planalto, sobre o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (assista em tela cheia, para uma melhor qualidade).

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O ensino de Libras e o português

Devido aos erros da forma de ensino no passado, a maioria dos Instrutores de Libras não sabe português. Os que ensinam Libras básica não enfrentam problemas, pois em sua maioria, os alunos ainda estão em formação escolar, ou não têm curso superior. Da mesma forma, os que ensinam Libras para crianças não enfrentarão perguntas do tipo: “o que é escrutínio?” Escrutínio não tem sinal próprio em Libras, assim como diversas outras palavras mais difíceis. Eu me lembro de alguns dos meus professores de Libras, reclamando justamente da falta de conhecimento da língua portuguesa, por parte dos instrutores. Algumas vezes, em coisas muito banais, como confundir o significado de palavras homônimas:
- O pato nada. – em português, a palavra “nada”, do verbo nadar.
- Pato nada – em Libras, com o sinal para “nada” como sinônimo de nenhum, vazio, sem valor.
Acesse o programa clicando AQUI
Infelizmente, erros de tradução para palavras homônimas é comum em diversos programas de tradução de Libras, como o ProDeaf, por exemplo (veja imagem). Porém, o programa é um dos melhores que existem e meu blog passará a contar com o tradutor de sites do ProDeaf, o WebLibras.
Outro exemplo:
- Você sabe o caminho para a casa de Pedro? –em português. Caminho, substantivo, itinerário.
- Você sabe caminho casa Pedro? – em Libras, com a palavra caminho utilizada como verbo (caminhar, andar).
A justificativa da maioria dos Instrutores de Libras é que estão ensinando Libras e não interessa o português. Enquanto para alunos do mesmo nível escolar ou inferior, isso não é um problema, para alunos com nível escolar superior, gera desconforto. Algumas das aulas de que participei como aluno, para formação de instrutor, geravam incansáveis debates, porque eu e alguns outros colegas, afeitos a muitos questionamentos, perguntávamos demais qual seria o sinal correspondente para uma ou outra palavra.
Certa vez, o instrutor reclamou:
- É aula de Libras! Esquece o português!!
Mas eu o questionei:
- Mas eu vou ensinar Libras para pessoas que falam e escrevem em português. Muito do que eu pergunto é porque eu sei que um aluno ouvinte vai perguntar. Preciso saber como agir quando não há correspondente em Libras para tantas palavras em português. Tem o sinal para revista (impresso), mas não tem sinal para revista (do verbo revistar).
O professor aceita os argumentos, mas muito a contragosto. Ele detestava ter que dar exemplos para palavras que, às vezes, ele também não sabia o significado.
O que muitos não querem entender é a necessidade de um melhor conhecimento de português quando o Instrutor de Libras ministra aulas para professores ou alunos de curso superior. Um aluno do Curso de Libras, que é professor, com mestrado, fica deveras decepcionado ao perceber que o instrutor não tem conhecimento do português, que o instrutor simplesmente não sabe o que significa “esporádico”. O professor tem amplo conhecimento das matérias, está aprendendo, mas não aceita muito bem que quem agora está lhe ensinando não sabe o significado de palavras básicas do português.
Também para os intérpretes, o Instrutor de Libras deve ter amplo conhecimento de Libras/Português. O intérprete vai lidar com estas duas línguas. Ele precisa saber que não há sinal para diversas palavras e que ele utilizará classificadores, evitando a repetição constante de palavras com datilologia. E que a datilologia deve ser utilizada quase que exclusivamente para nomes pessoais. A datilologia utilizada para palavras que não têm correspondente em Libras não ajuda se o surdo não tiver conhecimento de português. Intérpretes de outras línguas são profundos conhecedores de sua língua mãe e da qual interpreta. Isso é essencial e não pode ser diferente em relação à Libras/Português.
Eu ministrei aulas para professoras e era constante o questionamento de diversas palavras em português. Em uma aula, as professoras queriam tradução de músicas para Libras e eu pedi que escrevessem, tentassem em Libras e que me perguntassem os sinais que não soubessem. Uma delas perguntou o sinal para “natureza”.  Eu fiz o sinal de árvores, mas ela esclareceu que o contexto era outro:
- Não é essa natureza. – me mostrou a parte da música – “Moro num país tropical, abençoado por Deus / E bonito por natureza, mas que beleza!”
Interiormente eu ri, porque percebi que ela estava me testando. Ela não explicou o sentido da frase. Ela só disse que não era “natureza” de ambiente. Era uma forma de verificar se eu sabia contextualizar a frase.
- Ah, sim. Natureza aí quer dizer que o país tem essa beleza natural, sem artificialismos. Vamos utilizar o sinal de “normal”, que também é usado para “natural”.
A minha aluna, professora, percebeu que eu a fitava com um sorriso irônico, de quem tinha entendido o que ela pretendia. Ela desviou os olhos, mas outra professora elogiou:
- Pois então, Jairo, você entende bem o português e facilita estes esclarecimentos. Fica difícil quando debatemos com outros instrutores, pois eles dão um contexto errado a diversas frases.
Esta foi uma aula que debatemos profundamente sobre os aspectos do aprendizado dos surdos. Que só agora está começando a crescer, sendo alvo de estudos e novas ideias. Eu defendi os colegas instrutores que não conhecem o português, mas que são excelentes Instrutores de Libras. Porque estão ensinando a Libras básica, em que se aprende os significados das palavras em conjuntos bastante divulgados (os meses, os dias, os anos, os animais, as frutas, as profissões, etc). Expliquei que são estes instrutores que dão a base de conhecimento para todos, pois eles são profundos conhecedores das imagens/sinais. Sim, imagens... lembrei de uma colega instrutora que utilizava em suas aulas, grandes cartazes com imagens de diversos objetos . Não escrevia praticamente nenhuma palavra em português.
- Então, não há tanto problema assim.
- O problema são aulas junto a alunas como vocês, que são professoras, com curso superior e que não se contentam em aprender simplesmente o significado de uma figura/sinal. Debatem, questionam, querem saber o “por que” e o “como”.
Frases em Libras, textos em Libras, eram a maior dificuldade junto às alunas. Eu repetia constantemente:

- Palavra = sinal -> fácil. Frase = Libras -> difícil.
Frases simples que elas tinham a maior dificuldade para traduzir em Libras, tipo: “Meu carro pifou na viagem”. Elas se atrapalhavam com o “pifou” e “na viagem”. Eu esclarecia que em Libras havia a liberdade da narração pessoal e não era necessária a tradução literal. Que podia simplesmente traduzir em Libras para “Eu viagem. Meu carro quebrou”. Que era importante a rapidez de raciocínio para encontrar sinônimos para “estragou”, “parou de funcionar”, “motor morreu”.
Por isso acredito que é importante que Instrutores de Libras que dão aulas para professores, alunos com curso superior ou em faculdades, devem sim, ter um bom conhecimento de português.

Muitos dos instrutores não gostam de ser questionados quanto ao seu conhecimento de português. Para eles, o que vale é o conhecimento em Libras. Há também a crença, errônea, de que todo surdo pode se tornar Instrutor. Há muita divergência nestas questões, mas o debate está longe de ser pacífico. Muitos são radicais, acreditam mesmo que não há nenhuma necessidade do instrutor conhecer português, que ele só precisa ser mestre em Libras. Ora, mas se quem ensina, por exemplo, Inglês, necessita ser fluente também em Português, porque o Instrutor de Libras não? É um debate que ainda está engatinhando junto aos Instrutores de Libras.