terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Boas festas!

Fim de ano...
Festas, orações, confraternizações...
Os que por aqui passaram, visitaram, leram, clicaram, comentaram, tenham um 2010 cheio de realizações e conquistas.
E que continuem acompanhando meu blog.
Feliz 2010.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Prá turma que entende de política

José Serra estava em Copenhague, mesmo sem ser convidado. Mas, foi filmado e apareceu no Jornal Nacional. O pessoal não perdeu a deixa, principalmente porque ele conversou justamente com o Arnold Schwarzenegger, que todo mundo lembra como ator e não como governador da Califórnia. Eis o que conversaram:

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

E os bêbados...

Os bêbados, talvez por causa da fala arrastada, às vezes conseguem entabular uma conversação comigo com mais facilidade. Em Formiga eu tinha contato com alguns bêbados, visto que eu também frequentava os botecos do bairro. Eu era jovem e ajudava os bebuns, sem preconceitos. Lembro de uma vez que ajudei o Seu Zuca. Ele estava sentado no meio-fio tentando tirar a botina. E bêbado até falar chega, não conseguia. Eu me aproximei e perguntei:
- O que foi Seu Zuca?
- Esta botina está me matando. Vou tirar.
- E vai embora descalço?
- Sim! Vou descalço mesmo.
Eu brinquei com ele, falando que ele tinha acabado com o estoque do Bar do Seu Evaristo. E comentando coisas atoas. Tirei as botinas do coitado. Uma dificuldade! Amarrei os cadarços de uma na outra e coloquei no ombro dele. Ajudei-o a levantar-se. E ele se foi, cambaleando.
Dias depois, minha mãe me conta:
- O seu tio estava rindo hoje, contando o que o Seu Zuca falou com ele.
- Falou o que?
- Ele falou para o seu tio: "Gomes, o Jairo não é surdo não, ele FINGE de surdo!!"

Confusões que eu apronto comigo mesmo.

Surdez é uma deficiência não visível. As pessoas não sabem que sou surdo, até que falem comigo. No meio da multidão sou considerado uma pessoa normal. E muitas vezes as pessoas conversam comigo e eu não entendo nada do que dizem. Elas praticamente conversam sozinhas. Duas, no máximo quatro, frases soltas, que eu não respondo e fica por isso mesmo. Porém, há os que perguntam algo (eu consigo "ler" o tom de interrogação nos olhos da pessoa) e eu respondo "não sei". Quando estão somente comentando sobre algo, eu fico concordando com a cabeça, com expressão de desinteresse, o que faz a pessoa interromper o monólogo. Não informar que sou surdo é uma forma de evitar que a pessoa fique e me deixe constrangido. Porque eu falo normalmente e para muitos ainda há a associação de SURDO e MUDO. Embora muitas vezes eu utilize a frase: "desculpe, eu não escuto", na maioria das vezes que percebo que é uma pergunta, eu respondo "não sei".
Há ocasiões que o "não sei" acaba causando constrangimentos para mim mesmo. Estava chegando em casa, desci do ônibus e uma moça me perguntou:
- O senhor poderia me informar... uma ....perto?
Por mais que eu tenha me esforçado para tentar ler toda a frase, não consegui compreender o que ela desejava saber. E respondi com o inevitável "não sei". Fui em casa, troquei de roupa e decidi ir comprar pão. Ao entrar na padaria e cumprimentar a moça do caixa e algumas balconistas (afinal, já resido no bairro há mais de 8 anos), quem eu vejo fazendo um lanche? A moça que tinha solicitado uma informação na hora que eu desci do ônibus. Pelo modo como ela me fuzilou com os olhos, na mesma hora traduzi perfeitamente qual foi a pergunta que ela fez:
- O senhor poderia me informar onde tem uma padaria aqui perto?
Comprei os pães e saí rapidinho, sem olhar novamente para a moça.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Revistas semanais que perderam a importância

Já fui assinante da revista Veja, de 1994 a 1998. Deixei de assinar a revista, contrariado com uma reportagem sobre Itamar Franco, que destratava o mesmo e, de carona, os mineiros. Muitos dos meus amigos pensaram que deixei de assinar Veja por causa do Lula, outro desafeto da revista, que eu, particularmente digo que, sim, merece críticas, mas não da maneira que a revista faz, sem exaltar as conquistas. Nada disso, o problema foi mesmo a matéria sobre o Itamar e o desrespeito aos mineiros. Eu até escrevi uma carta para a revista (a internet e os e-mails ainda estavam engatinhando), reclamando da matéria, ironizando que o texto cairia bem no programa dos Cassetas, mas não numa revista que, à época, eu considerava uma revista séria. Dessa forma só vim a receber exemplares da revista através das promoções; receba tantos exemplares gratuitos para conhecer a revista e depois assine. Não dava, não voltei a assinar.

Em 2004 assinei a revista Época, entendendo que a mesma seguiria um caminho melhor. Mas, após o término da assinatura, não renovei a mesma. Não foram as matérias contra o Lula, que a revista até se mostrou um tanto imparcial. Mas uma coluna da Ruth de Aquino que, comentando sobre a família Nardoni e a morte da pequena Isabella, conseguiu colocar o Lula no meio da história, claro, de modo negativo. Para ela, sim, foi e-mail, reclamando, não da coluna, que até estava ok, mas da inserção do governo no meio de um fato inerente ao mesmo. Ela respondeu o e-mail, educadamente, mas neutra, finalizando com um "espero que as próximas colunas o agradem". Não sei se era resposta automática. Continuei recebendo a revista por mais uns 2 anos, gratuitamente, até que a mudança de endereço ocasionou o corte definitivo do envio dos exemplares.


Hoje, ao ler os blogs que acompanho (Escrevinhador, Rodrigo Vianna), deparo com uma crítica à revista, que elegeu os 100 brasileiros mais influentes de 2009. Afora as figurinhas carimbadas de sempre (Aécio, Serra, Lula, FHC), tivemos alguns nomes bastante contraditórios (Gilmar Mendes, José Sarney, Renan Calheiros, Kátia Abreu). Mas, até aí tudo bem, afinal, a política é uma seara difícil demais! O que contrariou muita gente foi um nome entre os Guias & Pensadores. Não dá para entender como o nome de Ali Kamel entrou nesta lista. Ele é o autor de um livro que diz que no Brasil não há racismo, outro sobre o Islã e um dicionário sobre os discursos do Lula. Também é o diretor de jornalismo da Globo. Daí a ser um grande guia ou pensador, vai uma distância muito grande (A lista dos 100)

Disse comigo mesmo: se não tivesse cancelado a assinatura antes; estaria cancelando hoje.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

As vantagens de ser surdo.

Claro que muitos dirão que não há nenhuma vantagem em ser surdo. Mas, a partir do momento que você está numa situação, digamos, delicada, devemos procurar nos adaptar à mesma. E aprender a tirar vantagens da situação.
Uma das maiores vantagens em ser surdo é que eu durmo a noite toda tranquilo. Nem o sonzão do vizinho, nem foguetes, trovões e sirenes de carro de polícia; nada disso atrapalha meu sono. Mas, é importante lembrar que aparelhos de som não incomodam os surdos, desde que não estejam próximos. Se meu filho coloca o som em volume muito alto, eu (100% surdo) vou lá reclamar. É que as vibrações incomodam da mesma forma que o som incomoda seus ouvidos.
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Meu filho chegou junto com um colega de serviço. Eu estava na sala, assistindo tv.
- Benção, pai.
- Deus te abençoe, meu filho. - cumprimento o colega. - Boa noite, rapaz! Tudo bom?
- Tudo bem! E o senhor?
- Também! Fique à vontade.
Eles vão para o quarto, meu filho vai tomar um banho e eles vão sair para um festa da firma.
No outro dia, meu filho me conta que, no quarto o colega dele falou:
- Percebi que seu pai estava assistindo a tv, mas a tv estava sem som! Não entendi!
Meu filho caiu na gargalhada e esclareceu:
- Meu pai não escuta, então, ele tira o som da tv.
Dessa forma assisto tv até altas horas da madrugada e não incomodo ninguém!

As notícias da semana




Sem blábláblá de política (argh), vamos aos fatos.

O Flamengo, quem diria, tem chances de ser campeão. A raiva é que meu Cruzeiro, se tivesse mantido os 2x1 sobre o Avaí (cedeu o 2x2), os  2x0 sobre o Fluminense (deixou virar 2x3) e o 1x0 sobre o Grêmio (cedeu 1x1), chegaria neste domingo com chance de ser campeão. Faltou um pouquinho de atenção. E este negócio de colocar time reserva no início do campeonato por causa da Libertadores também é um tiro no pé. Os jogos fáceis que perdeu no início do campeonato nos dariam hoje o título do brasileiro. Mas, futebol não é SE... é bola na rede, gols, resultados. Derrotas do início do campeonato serão lembradas desta forma mesmo: derrotas. Ninguém vai lembrar que era um time reserva que estava jogando.
Que o Flamengo seja campeão!
Leila Lopes, a professorinha da novela Renascer, que deu uma guinada de 180º e passou a fazer filmes pornô, morreu. De acordo com as publicações, foi suicídio. Lembrando que o ostracismo depois da fama, para os ex-famosos, é um tormento. Ela havia dito em uma reportagem recente, que sim, tentou voltar às novelas antes de enveredar pelos filmes pornô. Só que ninguém a chamou! É um caso muito triste!
Outro que morreu, cuja fama é devida à voz e não à imagem, foi Luis Lombardi, o Lombardi, do Programa Sílvio Santos. Até mesmo eu, que já não ouço nada há anos, já ouvi a voz dele. E como o brasileiro perde o amigo, mas não perde a piada, quando ele chegou no céu, adivinhem o que ele disse para Deus............ "Sílvio Santos vem aí... olêolá!"
E hoje ocorreu o sorteio para a Copa do Mundo do ano que vem, na África do Sul. Como sempre, os analistas, comentaristas e palpiteiros de plantão, analisaram, comentaram e deram palpites sobre os grupos da copa. Dizem que o Brasil está num grupo difícil, com Costa do Marfim, Coréia do Norte e Portugal. Porque consideram Portugal forte e dizem que Costa do Marfim é a mais forte das seleções africanas. Para mim, conversa fiada. Considero todos fracos. Forte somente as seleções tradicionais, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Holanda e nossos hermanos argentinos. O resto é figurante. Estou brincando! Isto é papo de torcedor. Acredito que são boas seleções, que vão vender caro uma derrota. E que o time do Dunga (que era o último da lista de técnicos de mais da metade da população e hoje é o primeiro) vai conseguir fazer boas apresentações desde o princípio.
Ontem, 3 de dezembro, foi o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A repercussão é menor, principalmente entre os surdos, porque nós temos o nosso próprio dia (26 de setembro). Mas, justamente devido a tantos dias de luta dos deficientes, foi que as conquistas surgiram, se consolidaram e hoje fazem parte do nosso dia a dia. Conquistas muito importantes para os surdos: closed caption em diversos programas de tv, telefone público para surdos, reconhecimento da LIBRAS, como linguagem, através da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, entre outras.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A importância do telefone para surdos

Eu relatei o problema que tive ao tentar utilizar um telefone público para surdos (TDD). Embora eu não tenha escrito nada contra o aparelho telefônico, vale lembrar que o TDD é muito importante para nós, surdos. Porque uma representante da Koller (clique aqui para ir ao site da empresa) postou um comentário ressaltando a importância do meu relato, para que problemas como o que ocorreu comigo, não ocorram mais. Há diversas vantagens em utilizar um telefone para surdos. Por exemplo: em caso extremos, a comunicação via TDD não deixa dúvidas: nossa mensagem está sendo enviada e recebida. Já fui membro de Conselhos de Deficientes e sei muito bem a importância de qualquer invento que beneficie os surdos (e os deficientes em geral). Portanto, não posso deixar de divulgar algo que auxilia a nós, surdos, a vencer uma das tantas barreiras da comunicação.