domingo, 29 de novembro de 2009

Vacina contra meningite.

Muito importante esta campanha. Minas sai na frente e efetua a vacinação de crianças de 2 meses a 2 anos. Eu nasci em uma época que a vacinação não era algo tão importante como hoje e não havia campanhas de vacinação. Não tive caderneta de vacinação e não tenho "marquinha de vacina" no braço. Hoje o país está quase reduzindo a zero a poliomielite. E a varíola foi erradica no mundo. Mas, a meningite tem uma variedade grande, a campanha visa a meningite C (conjugada e pneumocócica), que são mais recorrentes em MG. É importante ressaltar que há vários tipos de meningite e a vacina não protegerá contra todos. Mas, estará protegendo contra as formas mais graves da doença, cujas doses de vacina custam muito caro, em média R$ 150,00 uma dose. Ou seja, a classe baixa não vacina suas crianças contra a meningite devido ao preço.
O Governo de Minas antecipou em 2 anos a vacinação gratuita, que constará do calendário de vacinação nacional a partir de 2011. Pode ser uma atitude eleitoreira, mas tudo bem, é algo que merece elogios, pois visa o bem estar da população. Meus filhos foram vacinados em todas as campanhas e têm as cadernetas de vacinação totalmente preenchidas. Mas não foram vacinados contra meningite.
Eu lembro (que ironia) que,  poucos meses ou um ano antes de ficar surdo, fui justamente ao Hospital Santa Marta (Formiga-MG), junto com meu primo, tomar a vacina contra varíola. Era aplicada com aquelas pistolas que pareciam revólveres. Quase um ano depois (1973) estava dando entrada no hospital, com os sintomas clássicos de meningite: dor de cabeça (assustadora; eu chorava de dor), vômito intenso, febre altíssima e prostração. Seria transferido para cá, Belo Horizonte, e sairia do hospital João Pualo II, já surdo.
Portanto, saber que hoje já há uma vacinação em massa contra essa doença e que muitas crianças poderão estar imunizadas contra as graves sequelas que ela causa, é uma notícia muito gratificante.
Pessoas como eu, que perderam algo muito importante devido à doença, é que valorizam ainda mais a campanha.

Você pode ler mais sobre a campanha e a meningite nesta reportagem do jornal.Hoje em Dia (clique para ler).


A barra de vídeos do blog

Não tem como eu selecionar os vídeos que gostaria que estivessem na barra de vídeos. Apenas posso inserir preferências de pesquisa, mas a exibição é aleatória e própria do youtube.
Os vídeos exibidos são sobre surdos, humor, gran turismo (videogame). Para fechar a janela que abre, basta clicar em "acabei de assistir".
Muito útil também é a Pesquisa no blog. Basta digitar uma palavra, assunto, tema, etc, que a pesquisa retornará os posts que contêm a palavra.
São novidades que o Blogger implantou e eu resolvi testar.
Hoje o Governo de Minas (Aécio Neves) vacinou as crianças contra meningite. Muito importante isto!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Joãozinho não tem jeito mesmo

O Joãozinho estava no banheiro da escola, com a mão na massa (ops!). A professora, jovem, bonitona, vai atrás do aluno, entra no banheiro e o flagra fazendo o que não devia.
- Joãozinho, o que é isso???
- Puxa vida, professora, que susto! A senhora não  morre tão cedo...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O TDD (telefone para surdos)


O TDD é um aparelho telefônico para surdos, com um teclado aclopado, para digitação das mensagens. TDD é a sigla em inglês para Telephone Device for Deaf (aparelho de telefone para surdos). Poucos sabem que é uma invenção de um cientista surdo: Robert Weitbrecht. Mas, a tecnologia para redução dos aparelhos (eram enormes) demorou muito. A invenção acabou suplantada pelos celulares, que permitem o envio de mensagens de texto, muito mais práticos. Ainda existem TDD's pelo Brasil afora. Nunca havia utilizado o TDD, devido justamente ao celular, até...
Semana passada, na hora do almoço, fui ao banco depositar um dinheiro para meu filho. Já estava no interior do banco quando percebi que esqueci de trazer o papel com o número da agência e o da conta. Estava sem meu celular há dias, pois o mesmo estragou. Não tinha certeza se meu filho precisava do valor depositado naquele dia. Se estivesse no meu local de trabalho, claro que pediria a um colega para ligar para mim, mas como eu faço somente uma hora de almoço, não tinha como voltar e pedir alguém para ligar. Lembrei dos TDD's e fui para a companhia telefônica na Rua Tamoios. É a Oi a responsável pelos telefones públicos de BH. Comprei um cartão de créditos e fui até o aparelhinho. Li as instruções, apertei botões, coloquei o cartão, mas nada do telefone funcionar. Fui ao balcão e solicitei:
- Preciso de ajuda para utilizar o telefone para surdos.
A moça me fitou espantada e apontou para uma outra pessoa:
- Fala com ela lá.
Fui até a outra moça, aliás, uma senhora, pois aparentava ter minha idade.
- Você poderia me ajudar a usar o telefone ali. - apontei para o TDD.
Como quase todas as pessoas que não me conhecem ou que têm um primeiro contato, ela considerou que eu fosse um caipirão:
- Este telefone aí é para os surdos. Use aquele lá - apontou para um telefone comum.
- Não, eu preciso usar este telefone. Eu sou deficiente auditivo! - eu tenho muita paciência, sei que as pessoas ainda estão engatinhando no aprendizado de como tratar os deficientes.
A senhora me fita espantada. Surdo, falando normal, dicção perfeita... ainda assim considera que eu estou errado, que não entendo nada do aparelho:
- Não tem jeito, a outra pessoa também tem que ter um aparelho igual este.
EU ensino para a senhora sobre o TDD:
- Somente se a outra pessoa for surda. Quando um surdo liga para uma pessoa ouvinte, há uma intermediária que transmite as mensagens por voz, para o receptor. Eu preciso somente utilizar este aparelho, com o intermediário, porque minha esposa não é surda.
Ela mexe daqui, mexe de lá, aperta a tecla para ligar o teclado (isto eu também fiz), insere o cartão, mas nada do telefone chamar. Liga para o número da ajuda, que está no aparelho, não resolve nada, aliás, piora:
- Você tem que fazer ligação sem cartão.
"Que eu saiba, o serviço não é gratuito!", eu ia falar, mas apenas disse:
- Então faça a ligação, por favor.
Ela aperta mais alguns botões, disca o número 142 (ih, este eu não prestei atenção. Tinha que ligar para este número, que é a central intermediária).
Não adianta, não consegue fazer a ligação.
Viramos atração das atendentes; a moça do balcão fica rindo disfarçadamente; as da venda de cartões chegam até a portinhola para nos olhar. O jovem segurança também chega, pergunta porque a atendente estava tentando usar aquele telefone, crendo que sou ouvinte e que poderia usar um telefone comum. Ele aponta as instruções (ah, como se eu não tivesse lido!!), manda apertar outros botões. Nada de nada.
Cansei!
- Senhora, não adianta. A senhora poderia fazer a ligação para mim? È só ligar para minha esposa e perguntar se precisa depositar o dinheiro do meu filho hoje, porque eu esqueci o número da conta.
Ela disse ok, perguntou qual era o número. Ligou. Alguém atendeu e ela já estava falando:
- É o rapaz aqui que quer saber o número da conta...
- Rapaz, não. Jairo. Quem está falando?
- Sua esposa mesmo. O que você quer saber mesmo?
Precisava do número da conta e agência. Ela perguntou e o segurança pegou papel e anotou.
Desligou e me entregou o papel.
Agradeci, reclamando:
- Obrigado, mas é um absurdo que ninguém sabe como utilizar o aparelho.
- Não, a gente sabe, mas, mas... um problema...
- Na hora que eu mais precisei, não foi possível utilizar! De qualquer forma, obrigado.


Tenho que lembrar de reclamar com a Oi, que os atendentes não estão capacitados para ajudar quem precisa utilizar o telefone para surdos.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O implante coclear e a campanha dos surdos - I

Resumo rápido: um grupo de quatro otorrinolaringologistas procuram a Rede Globo e entregam uma carta a dois diretores de Marketing Social da Rede Globo, a respeito da novela Cama de Gato, que tem um personagem surdo (Tarcísio), pedindo para prestarem atenção no Implante Coclear (IC), tendência mundial em tratamento de surdez severa e profunda, e que consideram um retrocesso o uso de Libras na novela (palavras do Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento). O mesmo insiste ainda que deve-se respeitar os surdos adultos que não tiveram a oportunidade de serem implantados e que hoje desejam continuar surdos. Mas, que não se pode negar às crianças pequenas o direito de serem ouvintes.
O que causou um problema entre estes médicos e a comunidade surda foi a crítica à Libras. A Libras é uma linguagem própria dos surdos, com características (fonologia, morfologia, sintaxe e semântica). Libras não é o português em sinais. Em Portugual, a linguagem de sinais (LGP) é diferente da Libras.
Os surdos não são iguais em sua vivência da surdez. Há surdos que falam, que lêem nos lábios, que escutam parcialmente, entre outros. Há surdos que se comunicam quase exclusivamente em Libras e surdos que não conhecem Libras. Há surdos como eu, bilingues, que utilizam Libras e Português. Há surdos que entendem português, mas não conseguem ler nos lábios e não sabem Libras. Esta grande diversidade de surdos cria alguns atritos entre nós mesmos. Há grupos de surdos oralizados totalmente contra a Libras. Há grupos de surdos que utilizam somente Libras e que não consideram surdos oralizados como partícipes de sua comunidade. Ou seja, nós surdos também temos a nossa Babel.
O que os surdos como eu, que convivem bem entre estas comunidades, sempre pedimos é compreensão de ambas as partes. Compreensão e respeito.
O vídeo dos surdos (que criaram um site sobre o assunto Luta Libras) sobre este pedido dos médicos à Rede Globo radicaliza um pouco. Teme que no futuro os surdos nem existam mais, que as comunidades surdas vão desaparecer. Como dizem... nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Impossível que as comunidades surdas desapareçam. Há surdos, mesmo implantados, que utilizam Libras também.
E os médicos esqueceram de passar as informações completas sobre o implante coclear; uma das quais muito importante mesmo: nem todo surdo pode ser implantado. O próprio site oficial sobre o IC diz, sobre os candidatos ao implante: No entanto, os resultados variam de individuo para individuo, em função de uma série de fatores, entre eles, memória auditiva, estado da cóclea, motivação e dedicação e programas educacionais e/ou de reabilitação. Você pode ler lá no próprio site oficial, claro (Site oficial do Implante Coclear). O site não faz nenhuma apologia à implantação indiscriminada dos surdos. Inclusive não oculta o fato que a cirurgia para implantação coclear pode causar complicações (paralisia facial, por exemplo).
Os surdos com perda leve devem continuar utilizando os aparelhos auditivos (AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual)).
Lembrando que, em ambos os casos, AASI e IC, é necessário motivação, entusiasmo e persistência para o aprendizado de "ouvir" os sons.

O vídeo da comunidade surda:







Santo Antônio das Roças Grandes...

Um dia eu estava indo com minha mãe pela cidade e vi um ônibus com destino a Santo Antônio das Roças Grandes. Eu perguntei minha mãe:
- Tem este Santo Antônio também?
- Tem e é perto daqui. Fica em Sabará.
Sabará faz parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
- Temos que ir lá um dia. - disse minha mãe, meio pensativa.
- Porque?
- Por que quando você ficou surdo e estava no hospital, rezei muito para Santo Antônio das Roças Grandes. Para você melhorar. A Olímpia também.
Olímpia era minha madrinha.
Estou lembrando disto porque assisto alguns capítulos da novela Viver a Vida. Por causa da moça (Luciana) que fica tetraplégica. É interessante acompanhar a história de deficientes, embora seja uma deficiência completamente diversa da minha.
Quando a moça sofreu o acidente e estava imobilizada na cama do hospital, conversou com a mãe. E lembro que uma parte dos diálogos era o pedido da moça à mãe:
- Vai dar tudo certo, minha filha.
- Mãe, você promete que eu vou ficar boa?
- Sim, minha filha. Eu prometo.
E imaginei o quanto minha mãe rezou pela minha recuperação. O quanto ela prometeu, o quanto sofreu, enquanto eu estava em coma no hospital. Minha mãe mesmo havia me contado que passou uma semana sem se alimentar direito, a semana em que fiquei em coma. E quando ela me contou que tinha rezado tanto, imaginei o que ela passou. São coisas que a gente só vem a entender depois que temos os nossos próprios filhos. As dores que sentem, doem muito mais em nós. O que sofrem, são sofrimentos nossos também. A ligação que temos com os filhos é muito forte. Mas, enquanto filhos, não temos noção desta ligação. Depois que tive meus filhos foi que imaginei minha mãe rezando, pedindo, implorando, para que o filho sobrevivesse. Eu saí do hospital surdo, mas, estava em perfeitas condições físicas e mentais. Podia caminhar com minhas próprias pernas, podia fazer as coisas independentemente... só não podia mais ouvir. Meu mundo ficou em silêncio, mas lembro do apoio familiar, da preocupação de minha mãe comigo, o receio que eu ficasse revoltado, que eu tentasse alguma coisa errada. Mas, eu era otimista desde pequenininho. Com o apoio familiar, com a benção de minha mãe, continuei tocando a vida, vivendo a vida, mesmo que os sons já não fizessem mais parte dela.
:) 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Videogames!

Eu gosto de videogame. Gosto muito mesmo. Eu sou dos tempos do Atari, depois Nintendinho, Supernintendo, Playstation I, Playstation II e hoje já existe o Playstation III, que eu ainda não tenho. Sempre gostei dos jogos de corrida, o Enduro do Atari, foi o primeiro jogo de corrida que joguei. Fora um muito parecido, de máquina de fliperama. Não lembro o nome. Era um joguinho linear, sem fim, que os meus meninos acharam o maior lixo, "uma porcaria", disseram na época, quando mostrei para eles num simulador de Atari para computador. Ficaram perguntando qual era o objetivo do jogo, e eu disse que o único objetivo era a pontuação, visto que o jogo não tinha fim. Aliás, a maioria dos jogos daquela época não tinham fim. Eu jogava também River Raid, e por mais que avançasse no grande rio, nada de chegar ao fim. São os jogos da primeira geração, cujos gráficos eram realmente pobres e os jogos eram repetitivos.
Veio a segunda geração e uma verdadeira revolução nos games. Com Super Mário Bros, descobrimos que os jogos poderiam ter princípio, meio e fim. Havia um objetivo nos jogos. Salvar princesas, derrotar inimigos, ganhar corridas. Aí começou a melhorar um bocado os jogos de corrida. Com o Supernintendo (Super NES), eu detonei Top Gear 1, 2 e 3000. Estes jogos eram bastante divertidos, pois o essencial era decorar a pista, saber onde brecar e tinha o nitro (ah, ah, Need For Speed), para conseguir passar os carros que estavam em primeiro. O nitro você tinha que pegar durante a corrida, ficava solto pelas pistas. Joguei F Zero também, mas o meu preferido sempre foi Top Gear. Isto até que surgiu o Playstation...
Com o P1, o CD que veio junto tinha alguns demos. E o demo de corrida era Gran Turismo. Os gráficos, a pista, tudo uma beleza. Claro que comprei o CD. E aí começou a verdadeira diversão. Lembro que eu estava tentando correr, mas não podia. Meu filho mais velho, que frequentava a loja de videogames, foi quem explicou:
- Pai, você tem que tirar a carteira primeiro.
- Esse jogo tem isso também?
- Se não tirar a carteira, não pode correr.
Em um primeiro momento achei que não ia ser legal. E também, para tirar a carteira precisava de uma boa habilidade. Eu que jogava Top Gear (permite fazer as curvas sem frear, só é necessário frear quando a curva é em 90 graus), encontrei dificuldade para me adaptar ao simulador. Mas, como era possível passar com bronze, fui tirando bronze em todas as provas e comecei a disputar as corridas. Todos os Gran Turismo foram muito bons. Só não zerei os primeiros porque era muito cansativo jogar 60 ou 99 voltas dos endurance. Meu filho mais novo até jogou 99 voltas de uma das endurance. Lembro que o melhor carro era um Toyota Castrol Supra GT.
No Gran Turismo 4 criaram uma opção muito interessante, B-spec. Você comanda o piloto (como um chefe de equipe) e manda acelerar, ultrapassar e ir para os boxes. Este modo também pode aumentar a velocidade do tempo em até 3x. O que é muito bom para passar as corridas de 24 horas. Corridas de 2 horas terminam em menos de 1. Mas, corridas de 24 h acabam durando umas 12 h, devido ao desgaste dos pneus, que obriga o piloto (independente de ordem sua) a entrar no box. E quando ele entra, o tempo volta para a velocidade normal. Ou seja, mesmo se você deixar em B-spec, para ganhar tempo, necessariamente você deve acompanhar o jogo, para aumentar a velocidade quando o carro entrar no box. Atualmente já estou perto de zerar o jogo (99,1%). Das 80 provas para conseguir as carteiras, eu forcei a barra para tentar colocar todas de ouro, mas não consegui. Tem duas provas que tem que fazer um ziguezague em volta de cones. Nestas duas, só consigo prata.
Agora, está para lançar o Gran Turismo 5. O problema: somente para Playstation III, que está custando mais de R$ 1.200,00. Vou ter que fazer uns sacrifícios para poder comprar um ou...
Vou ali assaltar um banco e já volto.

Ah, eu gosto de Tomb Raider também, mas aí já é outra história.

Agradecimento ao BloggerSPhera, que me ensinou como colocar as legendas nas imagens.

As notícias da semana... (Parte II)

Eu leio muitos blogs, porque a blogosfera é mais antenada com as notícias deste nosso país e, principalmente, não ficam "maquiando" as notícias. Porque quando a notícia é a favor do governo, sai uma notinha nos jornais, ou a manchete é truncada. Se você ler só a manchete entenderá que uma notícia positiva é negativa. Os grandes jornais, por exemplo, não publicaram quase nada sobre o cancelamento do SARESP. Você sabe o que é isto? Afora os paulistas, provavelmente a maioria dos brasileiros não sabe. SARESP significa Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. O Google taí, se você quiser saber mais sobre este sistema. Mas, o que tem a ver o SARESP com jornais e blogosfera? É que você pode colocar lá no Google, e pesquisar, "cancelamento do SARESP", e tudo que vai retornar da pesquisa será de blogs ou de sites. Os grandes jornais? Nadica de nadica. Porquê? Por que é uma notícia negativa para o Governo Paulista e o Sr. José Serra não permite que tais notícias sejam manchetes de jornais. Mas, hoje isso não adianta muito, uma vez que a blogosfera está antenada. E foi justamente através de sites e blogs que vim a tomar conhecimento deste problema da SARESP. E o Renato Rovai (clica aqui para ler lá) publica hoje um post falando justamente disto: uma pesquisa do Vox Populi informa que o brasileiro está mudando pouco a pouco a forma de procurar notícias. A TV ainda lidera, mas sites e blogs já estão em segundo lugar na preferência dos entrevistados. Estes blogueiros, que eu leio e estão listados ao lado, estão muito mais bem informados que os jornais. E o principal deles é que não editam a notícia. Na maioria das vezes, transcrevem por inteiro uma entrevista, ou uma tradução de algum jornal estrangeiro.
Como eu não sou repórter, nem jornalista, comento a notícia, ainda mais que este meu site é sobre o mundo de silêncio dos surdos. Mas, os surdos hoje são bastante antenados com o dia a dia do país. Como eu relatei no post O Gol do Cruzeiro na Madrugada, antigamente era muito mais difícil eu ter acesso às notícias. Somente o jornal impresso mesmo.
No site do Azenha tem a tradução de uma entrevista do Presidente Lula, muito legal, principalmente pelo que ele expõe, com um conhecimento profundo do país e do mundo. O pessoal comentou que mais parecia uma resposta ao Caetano Veloso, que disse e depois disse que não disse o que disse: que o Lula era analfabeto. Uma bobagem, esta de destratar o Presidente, principalmente porque ele conseguiu melhorar o país em muita coisa. Ainda tem muita coisa errada, ainda tem muita coisa que devemos cobrar e criticar no presidente, mas com a mídia toda caindo de pau e ocultando todas as boas conquistas, não dá.
E a decisão dos ministros do STJ foi unânime: a BHTRANS não pode multar. Quáquáquá... A BHTRANS foi criada para ser auxílio à Polícia de Trânsito. Mas, depois desvirtuou sua função. Passou a ser Guarda de Trânsito Municipal e, mais do que auxiliar no trânsito, passou a multar no trânsito. Aqueles policiais militares de bonezinho branco não eram mais vistos nas ruas de BH. Eles eram os responsáveis pelo trânsito e agora estão de volta. A BTRANS vai recorrer, claro. Mas, a população já obteve uma pequena vitória.
Ah, e comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim.






As notícias da semana... (Parte I)

Engraçado, eu vou lendo notícia dali, notícia daqui e quando resolvo comentar, as notícias já são "velhas". A menina que foi expulsa da Uniban, o futebol (meu Cruzeiro chegando), o Presidente Lula e seu reconhecimento internacional, a blogosfera.
A menina que foi expulsa da Uniban (Talibã?) é mais um daqueles absurdos que custamos crer estejam ocorrendo nos dias de hoje, e principalmente, no nosso Brasil. Nosso país tropical, onde usar pouca roupa é uma norma, não exceção. A maioria já assistiu os vídeos, viu a jovem e o famoso vestido. Vestido que não parece tão curto assim não, embora os alunos do contra digam que ele vai subindo e que acabava deixando as partes íntimas à mostra. Caramba, não dá para entender os jovens... OS jovens... que ficaram contra a moça. Lembro da minha juventude e da galera na escola, bolando artimanhas para conseguir visualizar as roupas íntimas das meninas. Não existe mais isso? Descobrir cor de calcinha hoje, não dá mais mesmo, pois mesmo com calça comprida a parte superior das calcinhas fica à mostra. Alguns dos que protestaram contra a jovem disseram que a roupa dela era imoral, contrária ao ambiente universitário. Como outros blogueiros bem disseram, então que a "Unitaliban" baixasse as normas sobre vestimentas femininas. A garota foi ofendida como "puta", ou seja, se você é do sexo feminino e usa um vestido curto, você é puta. Tanta coisa para se discutir numa universidade e uma galera resolve criticar... modo de vestir de uma jovem. A universidade foi na onda (se a maioria dos seus alunos estava contra...) e publica nota em jornal, informando que a moça foi expulsa. Piorou! A coisa repercutiu ainda mais. Não demorou muito e a universidade revoga a decisão. Acredito que não só a aluna, mas as mulheres em geral, foram ofendidas, pois em pleno século XXI, estão julgando a mulher pelo seu modo de vestir. Neste quesito (vestimenta), o problema é estritamente feminino. Você jamais verá uma manchete do tipo: "Jovem é expulso de universidade por usar bermuda acima do joelho".
E o Palmeiras perdeu, roubado, mas perdeu...Engraçado que agora o Palmeiras botou a boca no trombone e   conseguiu mandar o Simon (o juiz) para a geladeira. Mas, quando este mesmo Palmeiras ganhou do meu Cruzeiro, após o juiz anular uns trinta penaltes claríssimos, o que eles disseram mesmo? Ah, sim, coisas do tipo: "essas coisas acontecem no futebol!", "o juiz errou, mas isso não era um problema deles (palmeirenses)".  Eu, que assistia o jogo pela net, quase tive um ataque cardíaco diante de tanta roubalheira. Estes 3 pontinhos que o Palmeiras levou e que por direito deveriam ser do Cruzeiro, colocariam meu time lá na luta pelo título (tem chances ainda, mas mínimas). Não sou a favor deste tipo de erro, porque é muito descarado. O Eugênio Simon já prejudicou muito o meu Cruzeiro. Mas, algumas vezes a gente concorda: o lance é duvidoso, com os replays dá para ter certeza que foi penalti, que foi mão na bola, falta dura, etc, etc. Na hora, o juiz só viu uma vez, pode confundir, realmente. Mas, neste lance de domingo passado, o Simon estava bem posicionado e ele viu sim, que o gol foi legítimo. Mas, anulou (tinha que anular?). Na derrota do Cruzeiro para o Fluminense um membro da comunidade do Cruzeiro no orkut disse que o dirigente da Unimed comprou a derrota do Cruzeiro, para tirar o Fluminense da degola, e mantê-lo na Primeira Divisão. Cada boato que surge, caramba! Só prestam para confundir ainda mais a nossa já confusa cabecinha...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ainda os perigos do trânsito para os surdos...

Minha amiga reclama:
- Jairo, você falou sobre os riscos que os surdos correm com ambulâncias, carros de bombeiro e de polícia e eu fiquei matutando...
- Mas, é verdade. São riscos reais.
- Pois então, lembrei de outros riscos relacionados ao trânsito.
- E...
- Carros com vidros escuros, que não sabemos se estão estacionados, ou apenas parados (com o motor ligado). E que de repente, arrancam.
- Estes também já me causaram alguns sustos. E já que estamos falando disso, também os carros que dão marcha-a-ré. E os que entram na contra-mão.
- Você ainda  aumentou a lista...
- Uma vez eu estava no ponto do ônibus, tinha um carro com vidros tudo escuro, no acostamento. De noite, não dava para ver nada. Eu resolvi recostar no carro e aí, dei um pulo assustado, ao sentir o barulho do motor.
- Hehehe... 
(Os surdos sentem os barulhos, principalmente quando têm contato físico com o objeto. Se eu tocar um rádio, sei se ele está ligado ou não).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Poesia no Dia dos Mortos

Quando eu era mais jovem tinha uma coleção de poesias que falavam de morte. Na juventude nos arriscamos ao máximo, nos consideramos imortais e poderosos. Depois ficamos comedidos e cautelosos. Morrer é a única certeza que temos na vida.


"Mas quando preludia ave d’aurora 
E quando à meia-noite o céu repousa, 
Arvoredos do bosque, abri os ramos… 
Deixai a lua pratear-me a lousa!"
(Lembrança de Morrer, Álvares de Azevedo)

"Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto."
(Oh captain! My captain!, Walt Whitman)
Ó, capitão!Meu capitão!, poema que ficou famoso no filme Sociedade dos Poetas Mortos)

"Dêem-me um terno de Ministro
Ou roupa nova de noivo...
E assim solene e sinistro,
Quero ser um tal defunto,
Um morto tão acabado,
Tão aflitivo e pungente,
Que sua lembrança envenene
O que resta aos amigos
De vida sem minha vida.
- Meus amigos, lembrem de mim.
Se não de mim, deste morto,
Deste pobre terrível morto
Que vai se deitar para sempre
Calçando sapatos novos!"
(O Defunto, Pedro Nava)


Eu lembro que, por mais que falasse de morte, escrevesse ou colecionasse poesias sobre morte, nunca deixei de amar a vida, tanto que para minha lápide a frase que deveria constar seria:
"Aqui jaz, Jairo Fernando, bem contra sua vontade!"


As poesias completas estão no meu Google Docs.
Poesia no Dia dos Mortos
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