sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Retrospectiva do PIG em oito anos

A má vontade da imprensa e de colunistas com o governo Lula produz as maiores gafes jornalísticas. Para eles nada, mas nada mesmo, que o governo Lula fez tem algum valor.
Se você ler somente as manchetes dos jornais pensará que o Brasil é o pior país do mundo, que não dá para viver aqui, tantas são as coisas horríveis que o governo Lula faz.
Venhamos e convenhamos... o governo Lula tem seus erros e acertos. O problema é que a mídia não reconhece nenhum, unzinho só, dos acertos do governo. Um pequeno exemplo é o Estado de Minas de terça-feira, 28 de dezembro de 2010. Veja a manchete principal e dê só uma olhadinha nos destaques à esquerda...entre três notícias boas e uma ruim... manchete para a ruim.

Clique para ler no blog da Maria Frô, a compilação das frases.
É o blog que tem a compilação mais completa.

E Feliz Ano Novo! 2011 de muita paz, saúde e prosperidade.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Descontração de fim de ano

Estas são as mais famosas frases ditas antes de morrer:

"Atira se for homem!"
"Atravessa correndo que dá."
"Ah, não se preocupe, o que não mata, engorda"
"Fica tranquilo que este alicate é isolado"
"Sabe qual a chance de isso acontecer? Uma em um milhão"
"Essa camisa do Palmeiras não é minha não....eu sou corinthiano como vocês..."
"Adoro essas ruas pois são super tranquilas"
"Tem certeza que não tem perigo?"
"Meu sonho sempre foi saltar de para-quedas. E neste instante vou realizá-lo. E eu mesmo o dobrei!"
"Aqui é o PT-965 decolando em seu primeiro vôo solo"
"Confie em mim"
"Aqui é o piloto. Vamos passar por uma ligeira turbulência"
"Capacete? Imagina, tá calor"
"Eu sempre mudei a temperatura do chuveiro com ele ligado. Não ia ser hoje que alguma coisa iria acontecer"
"Deixa comigo"
"Desce desse ônibus e me encara de frente, sua bicha!"
"Você é grande mas não é dois!"
"Vamos lá que não tem erro"
"Pode mexer. É Pitbull, mas é mansinho"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Papai Noel já virou mau exemplo...

Alguns cientistas não têm mais o que fazer. Resolveram analisar... o Papai Noel. E as análises chegam a conclusões estarrecedoras. Resumindo: Papai Noel causa medo às crianças menores de 5 anos; é uma farsa de rosto infantilizado para causar empatia e barba e cabelos brancos para transmitir sabedoria; em relação à saúde ele é culpado de ser um mau exemplo para a sociedade, porque ele é... obeso. Países que mais veneram Papai Noel têm os maiores índices de obesidade infantil.
Inacreditável!
Nunca, em minha feliz infância, comi um doce a mais devido ao "mau exemplo" da figura obesa do Papai Noel. Crianças obesas, em sua maioria, derivam de descontrole alimentar. Não sou expert em coisa alguma, mas crer que uma imagem de gordo vai fazer uma criança comer mais do que deve, é de amargar. Meus filhos não são obesos e quando crianças, em todos os Natais, estiveram expostos ao "mau exemplo" do Papai Noel obeso.
Quanto ao terror, são muitas as fotos que mostram que os pais das crianças insistem que elas tirem fotos junto ao Papai Noel. Ora, qualquer pai aí sabe que crianças menores de 6 anos, em sua maioria, detestam sentar em colo de estranhos. Ainda mais de um velhinho bonachão, todo de vermelho, com barba e cabelos longos, onde mal se consegue perceber características da face. Já as crianças com mais idade, acham aquilo uma "babaquice", mas dão um sorriso maroto para agradar os pais. E, sim, tem aquela molecada que adora Papai Noel, gordo, magro, feio, bonito, parente disfarçado ou estranho caracterizado.
Lembro que eu acreditei em Papai Noel até os 7 anos, mais ou menos. Na minha época não recebíamos essa avalanche de informações que a criançada recebe hoje. Não havia tv no meu dia a dia. Crianças brincavam com outras crianças e não ficavam escutando conversas de adultos. Hoje, as crianças são bombardeadas pela tv e internet. No momento que começam a ter noção da realidade, percebem logo que Papai Noel é só aquele cara fantasiado do shopping.
A matéria do site G1 - Globo, você pode ler, clicando AQUI.
Se desejar ver somente as fotos das crianças aterrorizadas com Papai Noel, clique AQUI (as fotos estão no Chicago Tribune e você tem que clicar na imagem para visualizar as outras).
São fotos do livro "Scared of Santa – Scenes of terror in toyland" (Harper Collins, 2008, inédito no Brasil) – em tradução livre, “Assustados com Papai Noel – Cenas de terror na terra dos brinquedos”.
Antes que o Papai Noel apareça magrinho...
Feliz Natal para todos!

Flagrantes de BH (3)

Nossa BH, não tem praia, mas tem os jatos d'água da Praça da Estação!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Projeto de Lei Complementar 277/05

O Projeto de Lei Complementar 277/05 trata da aposentadoria especial para deficientes. São muitos os meus amigos deficientes que dia sim, dia não, mandam e-mail perguntando se já podem se aposentar. A todos eu esclareço que não basta ser deficiente, é necessário um tempo de contribuição com o INSS. A vantagem da Lei é a redução no tempo de contribuição, de acordo com a deficiência, se leve, moderada ou severa (grave).
Quando eu ainda estava na diretoria da cooperativa, enviei sugestões ao então Deputado Federal, Leonardo Mattos, o autor da Lei; e divulguei maciçamente este PL. Leonardo Mattos é um dos poucos políticos portadores de deficiência que deu atenção aos surdos. Nnormalmente um político cadeirante dá atenção específica aos cadeirantes, um político cego, aos deficientes visuais. Os surdos nunca tiveram um representante político surdo; todos que se candidataram, perderam.
Eis as últimas informações sobre o PL 277/05:
"15 de abril de 2010 - Os trabalhadores com deficiência no Brasil deram mais um passo para alcançar o direito da aposentadoria especial. Na noite de quarta-feira (14/04), às 22h15min, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade (385 deputados presentes) o Projeto de Lei Complementar 277/05, que permite a redução do tempo de contribuição dessas pessoas à Previdência Social. “Este projeto é um dos mais importantes para a vida do segmento. Com sua aprovação vamos melhorar, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas com deficiência”, afirmou o autor da proposta ex-deputado federal, vereador Leonardo Mattos (PV).
O Parlamentar agradeceu o empenho do presidente da Câmara, Michel Temer, que conseguiu fazer com que 385 deputados estivessem presentes na votação.
Segundo Mattos, atualmente existem milhares de deficientes trabalhadores, os quais enfrentam diversas dificuldades diariamente, pois o trabalho é uma situação nova para o segmento. Além disso, por causa do impacto da vida laborativa e do desgaste físico que o trabalho acarreta, muitos deficientes se sentem na obrigação de aposentarem-se prematuramente por invalidez, pois não têm o tempo de contribuição nem a idade exigida pela legislação.
“As pessoas com deficiência merecem este beneficio e seria irresponsabilidade de nossa parte se não o concedermos”, destacou Leonardo Mattos.
O Projeto
De acordo com a proposta aprovada, os deficientes poderão contribuir segundo o grau de deficiência. No caso de leve serão 30 anos de contribuição para homens e 25 anos para mulheres; Para a moderada, 27 anos para os homens e 22 anos para as mulheres (três a menos que a regra atual). Já se a deficiência for grave, a redução será de cinco anos: 25 anos para o homens e 20 anos para a mulheres.
A aposentadoria por idade também poderá ser requisitada com cinco anos a menos que a idade exigida atualmente, de 65 anos para homem e 60 para mulher. Ambos deverão ter contribuído por um mínimo de 15 anos.
Um regulamento especificará o grau de limitação física, mental, auditiva, intelectual ou sensorial, visual ou múltipla que classificará do segurado como pessoa com deficiência. O regulamento também definirá em que grau (leve, moderada ou grave) cada deficiência será enquadrada.
Em todos os casos, o grau de deficiência será atestado por perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a cada cinco anos.
O texto aprovado foi uma emenda apresentada ao projeto original e segue agora para o Senado."

Site do, hoje, Vereador Leonardo Mattos. Clique AQUI.
O texto acima foi extraído desta página. Clique AQUI.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Meus tempos de jornaleiro - O marinheiro

O Cláudio apareceu na banca apoiado em muletas, para comprar o jornal de domingo. Ele tinha uma amputação na perna direita, logo abaixo do joelho. Posteriormente, aparecia para comprar cigarro picado. Ficou espantando quando soube que eu era surdo. E tempos depois disse que ficou satisfeito por eu ter perguntado logo:
- O que houve com sua perna?
- Eu tive um ferimento e como sou fumante inveterado, ele não cicatrizou. Gangrenou e teve que amputar. Por causa do cigarro mesmo!
- E você continua fumando.
- Agora também não importa mais.
Ele era marinheiro. Morava em Campos, RJ, e vivia em navios e no mar. Essa era a vida dele. Contava casos da marinha, dos navios petroleiros, com entusiasmo. Como o navio demorava para fazer uma curva. Ele contava, rindo, que era tranqüilo, uma tempestade em alto mar, devido a segurança do navio.
Mas, ele demonstrava uma amargura muito grande pelo revés causado com a amputação. Talvez por isso se tornou um bom amigo. Ele percebeu que em épocas diferentes, enfrentamos quase o mesmo dilema. Eu lhe contei que houve uma mudança muito brusca no meu viver, a partir do momento em que acordei surdo no hospital. Mas, que graças a Deus, eu consegui superar todas as dificuldades e... foi com esta frase que iniciamos longos debates sobre religião. Porque ele disse que não acreditava mais em Deus, não tinha como. Que ele era muito religioso, mas considerava a religião uma enganação mesmo!
- Você pediu a Deus que não amputassem sua perna, certo?
Ele me olhou surpreso e riu:
- Eu não disse isso...
- Mas, chego a esta conclusão devido ao fato de que, quando estamos em situação de extrema dificuldade, costumamos buscar a Deus, ao contrário dos momentos em que estamos bem, que sequer lembramos de agradecer. Aí vem o problema, que é o fato de Deus não atender o que pedimos. Para muitos é assim mesmo, se somos atendidos, estamos com Deus, mas se Ele não nos atende, então Ele é o culpado.
- Sim, eu pedi muito a Deus que não me amputassem a perna. Minha vida era a marinha. Mas, Deus não existe, é apenas uma ilusão vendida pelas igrejas, todas as igrejas.
Foram muitos e muitos debates sobre religião, Deus, Cristo. Ele estava na casa da irmã dele, próximo à banca. E quase todos os dias aparecia na banca, comprava cigarro picado e conversava muito comigo. Aprendeu o alfabeto manual; e eu, como bom “ouvinte”, era uma espécie de terapia para ele. Me contava quase tudo que o envolvia: o benefício do INSS pela invalidez, a possibilidade de usar uma prótese, o filho que tinha em Campos (era separado); familiares de Goiás, que ele visitava de vez em quando, entre tantos outros fatos relevantes.
Um dia apareceu com a prótese; ainda de muletas. Explicou que estava se adaptando, que ainda tinha muito medo de cair. Mas, que iria largar as muletas em breve. Já não era mais o marinheiro carrancudo, que mal sorria. Ria de nossos debates e lembro da vez que estávamos, novamente, discutindo religião:
- Bom, você diz que Deus não existe. Vamos retrocedendo, para termos idéia de onde viemos, de como tudo surgiu.
- Voltamos para a pré história, para o homídio, para os dinossauros, para a terra sem nada, vazia, para o mundo sem os planetas, antes do Big Bang, que é a teoria que acho mais plausível.
- E como ocorreu o Big Bang, Cláudio?
- Não havia nada... e a explosão de uma poeira cósmica deu início a tudo isso.
- Para causas e efeitos é necessário uma reação, certo?
- Sim, e daí?
- Daí que eu pergunto: quem jogou esta poeira cósmica que começou tudo? – e fiz o gesto de quem joga algo para o alto.
Ele riu, ficou sem resposta. Reconheceu que eu era um bom debatedor. Eu disse que tinha a vantagem de estar ali na banca, cercado de revistas que forneciam muitos ensinamentos, temas, teorias e opiniões.
Uns três meses antes de eu vender a banca, ele não aparecia mais frequentemente. Estava voltando a viver, outros interesses, mulheres. Planejava alguma coisa, para Goiás ou mesmo voltar para Campos, embora ele reconhecesse que voltar para Campos seria um martírio, ficar perto do mar, dos navios, daquilo que ele mais amou na vida.
Foram mais ou menos três anos que ele passou a conviver comigo ali na banca. E depois destes três anos ele estava seguindo outros caminhos. Somos todos passageiros... e um dia, o meu amigo marinheiro, também passou.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Reclamar com o Bispo... já não funciona mais atualmente.

Parece que nem reclamar com o Bispo adianta!
No meu post sobre política eu disse que enviei um e-mail à CNBB, reclamando da posição da Igreja Católica nas eleições deste ano. Foi um e-mail educado, questionando se esta é uma atitude correta, uma vez que a igreja anda perdendo fiéis e tem problemas muito mais sérios que ficar opinando sobre eleições.

Que triste! Já se vão dois meses e o Bispo não se dignou a responder meu e-mail. Site da CNBB - clique aqui.
Clicando em "Fale conosco" surge uma lista de e-mails. Pena que não respondem a pobres mortais insignificantes como eu.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coisas da caixa de mensagens

O SPAM DA CESTA DE NATAL NESTLÉ ESTÁ DE VOLTA, VERSÃO 2010.
Abrindo meu e-mail deparo novamente com o spam da Cesta de Natal Nestlé. Já perdi a conta de quantas vezes este spam volta. Quando não é a Cesta de Páscoa, vem a Cesta de Natal. E ainda colocam no meio da mensagem um e-mail inexistente, como se fosse do responsável da Nestlé... o coitado ia contar e-mail que não era brincadeira. Veja bem, no e-mail que recebi tinha uns 40 endereços que receberam cópia. Estes 40 enviam para outros 15 e já são 600 e estes enviam para outros 15 e já são 9000. Serão 9000 Cestas de Natal Nestlé, com as últimas novidades e um PREJÚ desse tamanho... Eu respondo a todos para não divulgar e informo que é um spam. Mas, na maioria das vezes já é tarde e o e-mail já está sendo reenviado sem qualquer verificação.
O texto é péssimo. Praticamente é o mesmo de 2003, mudando só a data.

"Olá Pessoal,
E só enviar e receber uma cesta NESTLÉ. Funciona mesmo, é só mandar que eles mandam mesmo.
Nestlé 2010

Com os novos lançamentos da linha Nestlé para 2010, precisamos estar divulgando essa linha para o maior numero de pessoas, e uma estratégia encontrada por nosso depto. de marketing foi a divulgação via email. Divulgue esse mail para 15 pessoas com copia para  ca.veklischer@nestle.com.br que entraremos em contato com você e enviaremos um lindo kit com todas as novidades da linha Nestlé 2010.

Atenciosamente,

CARLOS ADOLPHO VEKLISCHER

Nestle Brazil
Gerente de Marketing
"

E ainda escrevem "precisamos estar divulgando". E Nestlé Brazil... com Z??

QUAL É SUA IDADE INTERIOR? 

Mas, também recebi um outro interessante, com um link para verificar sua idade interior.


É só clicar e responder as perguntas. O link é da Unimed, então, pode saber, vai pender para o lado da saúde.
Eu, devido a alimentação com carne quase que diariamente, envelheci um pouco. Após o teste, o meu resultado foi este...
Putz, 3 anos mais velho!!
Preciso fazer uns exerciciozinhos...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Meus tempos de jornaleiro (1)

Fui proprietário de uma banca de revistas durante 5 anos. Porém, sozinho, o trabalho de jornaleiro é super cansativo. Eu mesmo ia nas distribuidoras e agências dos jornais, para efetuar os pagamentos, devolver as revistas que encalhavam e pegar as novas. De segunda a sexta, todas as manhãs, eu ia nas distribuidoras e nas agências dos jornais. Mas, sábados e domingos eu também trabalhava na parte da manhã, porque eram os dias de maior venda. Minha banca ficava próxima a um clube e, naqueles tempos, domingo era o dia de melhor venda dos jornais, sem contar que os jornais de domingo também custavam mais (é assim até hoje). Almoçava ali na banca mesmo, trazia marmita em caixa térmica (isopor). Água e banheiro, no clube. O porteiro da manhã ficou amigo, principalmente porque no princípio, minha esposa trabalhou muitos dias comigo. O da tarde ficou amigo também, menos; até que um dia eu defendi o filho dele, que lavava carros dos sócios do clube, de uns moleques da vila, que o agrediram. O mais complicado eram os porteiros que pegavam o terceiro turno, a partir das 17 horas. Nesta hora eu estava indo embora e, portanto, não conseguia enturmar com eles. Um dos trabalhadores do clube, serviços gerais, que ficou meu amigo era o Nivaldir, gay assumido. Ele me contava o caso dele com o namorado, que não foi morar junto por causa do pai, que era viúvo e ele não teve coragem de deixar sozinho. Ele me ajudava bastante. O lavador de carros, o Ricardo, que morava na vila, também me ajudava muito. Eles buscavam a água para mim, evitando que eu mesmo fosse no clube. Às vezes eu solicitava que comprassem algum lanche na padaria (longe, tinha que descer o morro), ou o cigarro que eu vendia picado. Esse longo preâmbulo é só para eu contar uma história de preconceito, um preconceito estranho...
Como eu disse, os porteiros do terceiro turno só me viam fechar a banca e eu passava ali no clube, antes de ir embora, para beber água ou usar o banheiro. Um porteiro deste turno; eu nunca entendi porque, não gostou de mim. Fazia uma cara feia quando eu entrava no clube para beber água ou usar o banheiro. Será que ele se sentia dono do clube? E olhe que eu, nunca, nunca mesmo, deixava de pedir, com toda educação:
- Eu poderia usar o banheiro, por favor?
- O senhor permite que eu encha minha garrafa de água, por favor?
Isto, com todos os porteiros, independente se fossem ou não amigos, nunca deixava de pedir por favor.
Mas, este porteiro do terceiro turno fazia uma expressão de muita má vontade. E surdo lê muito bem as expressões faciais. Como eu já estava indo embora, a maioria das vezes eu solicitava:
- Posso beber água, por favor?
Ele fazia aquela expressão de quem não gostou, mas deixava eu entrar. Até que um dia, estava indo embora e parei na portaria do clube e solicitei:
- O senhor me dá licença para eu beber água, por favor?
Ele sabia que eu era surdo, pois falou fazendo o gesto de negativo:
- Acabou a água!
Eu entendi de primeira, mas solicitei também:
- Tudo bem... mas eu poderia usar o banheiro? Desde meio-dia não vou ao banheiro!
Com muita má vontade ele aquiesceu e eu entrei. O banheiro e o bebedouro ficavam logo à esquerda da portaria. Entrei no banheiro para aliviar (era realmente um martírio ficar tantas horas sem ir ao banheiro, mas eu tinha muito receio de deixar a banca sem ninguém vigiando, pois havia uns moleques que furtavam). Qual não foi minha surpresa, ao sair do banheiro, ver um dos sócios do clube bebendo água tranquilamente no bebedouro. Puxa vida, doeu! Passei pelo porteiro só o encarando, não disse o costumerio "obrigado"; minha expressão era de rancor mesmo.
No outro dia conto para o Nivaldir:
- Nivaldir, você sabe que um porteiro me negou água?
- Que isso, Jairo? Tá brincando? O Fininho?
- Não, o Fininho é gente boa. Um porteiro do terceiro turno, forte, de óculos.
- Ah, sei, qual é. Como assim, ele te negou água?
Contei o ocorrido no dia anterior. Que tive o maior espanto quando ele disse que a água acabou e eu vi os sócios bebendo água normalmente.
- Não acredito! Mas, pode deixar, Jairo, que isso não fica assim!
- Calma, Nivaldir. Talvez a água acabou mesmo e ele não sabia que já tinha voltado.
O Nivaldir riu:
- Que a água acabou daonde? O clube tem mais de três caixas-d'água. Desde que tô aqui, mesmo quando acaba a água da rua, o clube não fica sem água.
Naquele mesmo dia, soube quão valioso é um amigo. Quando fui solicitar ao mesmo porteiro, licença para beber água, ele mudou completamente o modo de agir. A forma como ele falou, que eu podia ir beber, sem expressão nenhuma de má vontade, com uma cortesia que nunca tinha visto e até mesmo um sorriso, me deixaram até mesmo constrangido.
No outro dia, conto ao Nivaldir que o porteiro mudou da água para o vinho. Então, fiquei sabendo que o meu amigo procurou o encarregado (responsável pelos porteiros e zeladores) e contou sobre mim (surdo, trabalhava na banca, pedia aos porteiros água e permissão de uso do banheiro; mesmo assim, poucas vezes ao dia) e que o porteiro do terceiro turno, sem qualquer motivo, estava me negando água. O Nivaldir me conta que na hora o encarregado não falou nada. Mas, depois ele ficou sabendo que o encarregado chamou o porteiro e deu a maior bronca. Os outros funcionários contaram para o Nivaldir que o encarregado disse que se o porteiro negasse água para "o rapaz" mais uma vez só, ele podia dar adeus ao emprego.
Agradeci ao Nivaldir, embora ele dissesse que eu não tinha nada que agradecer, era um absurdo alguém negar água, principalmente que a água nem era dele. 
Mas, eu agradeci e agradecerei sempre. As boas lembranças da época em que trabalhei na banca, são proporcionadas por estes amigos, simples e humildes, mas que respeitam e valorizam todos, deficientes ou não, diferentes ou não...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Gambiarras!

Brasileiro não desiste mesmo.
Se não tem a coisa certa, a gente improvisa.
Eis umas boas gambiarras.


No trampo, na hora do almoço, você faz uma sopinha da hora, mas quando vai comer, percebe que só tem garfo...

Bom, um copinho plástico resolve o problema...

Ao puxar o cinto de segurança do carro, ele vem todo na sua mão.
Caramba, não vou para casa (ou até a oficina) sem cinto...




Não encontra um abridor?
Fácil, use um pedaço de madeira, parafuso e porca e pronto.
Lembro do Bar do Seu Mozart, em Formiga. Ele usava um abridor deste tipo, só que com um prego mesmo.




Levaram o rádio do carro ou o carro não tem rádio mesmo?
Fica uma beleza...






Esses caixas eletrônicos modernos... Alguns têm uma péssima visão do menu. Você vira o rosto mais pra lá, um pouco mais pra cá, mas, mesmo assim está difícil ler.
Mais uma utilidade dos maridos.
Mesmo se você pedir ajuda desta forma para um estranho, você está seguro, pois ele não poderá ler sua senha... (aconselhável não fazer isso)


Acabou a fralda e enquanto alguém vai comprar um pacote, basta improvisar.
Pena que o modelito é só para "machos".
Não demora e arrajam uma gambiarra para as meninas também...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Futebol de rua

Meu colega de trabalho me enviou e-mail com o texto que reproduzo, sem modificações:

As 10 regras do Futebol de Rua, o verdadeiro futebol de macho!

1. A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.

2. O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.

3. O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.

4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

5. FORMAÇÃO DOS TIMES
Varia de 3 a 70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

6. O JUIZ
Não tem juiz.

7. AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:
a) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
c) Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.

8. AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições nos casos de:
a) Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
b) Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando a partida após utilizar aquela água santa da torneira do quintal de alguém.
c) Em caso de atropelamento.

9. AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.

10. A JUSTIÇA ESPORTIVA
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes e quem pegar uma pedra antes, rsrsrsrsrsrsrsrs

QUEM NÃO JOGOU, PERDEU UM DOS MELHORES MOMENTOS DA VIDA.

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 Na minha rua, em Formiga, tinha um campinho e na maioria das vezes a galera jogava lá, pois era uma excelente área de esquina, com grama (há uma casa no local, atualmente). Jogávamos também atrás da Sede (Sede da Banda de São Vicente Férrer); rua de terra. Mas, também jogávamos na rua calçada, com o pessoal que morava após a esquina da Rua 13 de Maio. E na rua do meu primo, onde eu passava os fins de semana (rua calçada).
No campinho, tínhamos a torcida da vizinhança. Muitos familiares simplesmente se debruçavam nas janelas (que davam para a rua) e assistiam ao jogo ("pelada"), comentando, torcendo, vaiando, rindo.
Na rua do meu primo, às vezes, meu tio também participava (ele foi um famoso jogador do Vila Esporte Clube). Mas, era "covardia", pois mesmo sendo ele e mais um, contra quatro ou cinco, ele e o parceiro (meu primo ou eu) ganhavam. Gostávamos que meu tio jogasse porque, quando a bola caía em algum quintal vizinho, a presença dele facilitava a devolução. Meu primo só gostava de jogar em parceria com o pai dele, porque quando era adversário e perdia, desandava a reclamar disso e daquilo, a falar que "foi falta", que "não valeu"! Meu tio não o privilegiava e dizia para ele parar com o choro de perdedor.
Bons tempos! Não existia ainda o videogame. Hoje, muitos garotos só sabem jogar uma partida de Winning Eleven no Playstation ou Fifa no Xbox. Nada contra, que eu adoro videogame também. Mas, as "peladas" na rua, não tem comparação.
O futebol continua sendo um entretenimento que une crianças e adultos, proporcionando momentos de muita diversão. Há pouco tempo, eu era o adulto no meio dos meus filhos e sobrinhos, jogando bola no campinho, lá no sítio de minha irmã. Eles rindo, porque eu só ficava na "banheira", uma vez que não tenho mais fôlego para correr como antes, uso óculos e sou um verdadeiro perna de pau. Em criança, pelo menos, eu jogava alguma coisa...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Flagrantes de BH (2)

Essa foto é de outubro, quando os candidatos estavam em campanha. Não lembro qual era o candidato que manteve este "elefante" na Praça da Estação, nem se concorria a deputado estadual ou federal.

Tem um caminhãozinho ali ao lado do elefante com propaganda política também.
Eu tirei a foto de modo a ocultar o nome do candidato porque ia postá-la ainda no período das eleições. Mas, o tempo passou e eu acabei não postando. O candidato merece os créditos pela criatividade, mas eu não lembro qual é.
Se alguém souber, que me informe.

domingo, 7 de novembro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (6)

Os brinquedos de antigamente não se preocupavam muito com  segurança. Ainda assim, era muito raro acontecer algum acidente com a garotada, ou se acontecia, a gente levantava e continuava brincando. Os velocípedes eram de metal, cheio de parafusos, pontas, etc. Era a alegria da meninada.
Eu e minha irmã caçula à epoca (anos 60), quando íamos para a escola passávamos na Farmácia Santa Luzia, para admirar um velocípede que ficava lá (devia ser do filho do dono da farmácia). Era um velocípede verde, bonito, com um assento para o carona, na parte de trás, rebaixado. Naqueles anos eu e minha irmã acreditávamos piamente que em um Natal o Papai Noel iria trazer um daqueles velocípedes para nós.

Não sei quem tinha um jeep. Acho que era meu primo, mas não tenho certeza. Lembro que eu gostava muito desse brinquedo. Mas, era muito caro para os padrões da minha família. Não sei porque ele desapareceu nos anos seguintes. Uma vez eu parei na casa de um colega rico e fiquei entretido com os brinquedos eletrônicos e com um carrinho tipo jeep (acho que era um fusca), que ele tinha. Tanto que quase levei uma surra de minha mãe, porque esqueci das horas e só apareci em casa com a noite chegando e ela já tinha me procurado na escola, na casa do meu primo e dos vizinhos. Minha mãe entendeu que eu fiquei deslumbrado com os brinquedos do colega rico e só me passou um sermão.

Hoje, estes brinquedos são feitos de plástico rígido, não são mais exclusividade da classe alta. Quase todo moleque tem um. O tempo passou, há normas rigorosas de segurança para os brinquedos. Não tem parafuso e se tiver algum, ele é recoberto com capinha de plástico. Sequer chamam de velocípede... mudaram o nome para velotrol.

Como não podíamos ter estes brinquedos chiques, fazíamos os nossos, com madeira e rolimãs. O difícil era conseguir quatro rolamentos do mesmo tamanho. Muitas vezes o carrinho de rolimã tinha duas rodas traseiras de um tamanho e as rodas dianteiras de outro.
Eu e meu primo brincamos muito de carrinho de rolimã. Sempre íamos nas oficinas por perto para pedir os rolamentos. Nós mesmos construíamos os carrinhos, com madeira de caixotes, pregos e pelo menos um parafuso com porca, para que ele pudesse virar (as rodas da frente). Em Formiga era mais complicado brincar de carrinho de rolimã, porque as ruas eram calçadas e não asfaltadas. Tínhamos que achar um bom passeio em declive. 
Muitas vezes chegávamos em casa com braços ou pernas ralados, devido aos tombos. Mas, no outro dia, lá estávamos nós novamente, brincando com os carrinhos de rolimã.

As imagens do velocípede e do jeep são do site da Brinquedos Bandeirante. Aliás, um site muito interessante, pois a página Museu do Brinquedo (clique AQUI para acessar), tem imagens de muitos brinquedos do passado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fim do blábláblá de política

Este é o meu derradeiro post sobre política, acreditando que não ocorrerá mais nada que mereça comentar. Serra conseguiu, insuflando os militantes peessedebistas com o preconceito (infelizmente, também grande parte de pessoas católicas). Uma estudante de Direito (nossa, eu que não quero precisar dos serviços desta futura advogada), através do twitter incitou racismo e crime contra os nordestinos. E ainda conseguiu uma leva de seguidores. Ela postou o comentário racista e apagou. Mas, a rede é muito mais rápida do que se imagina e na noite de domingo, após a vitória de Dilma, não aceitando democraticamente a derrota, passaram a pregar a morte dos nordestinos e a culpá-los pela eleição da presidente. Clique aqui e veja reportagem sobre a xenofobia contra os nordestinos. A boa notícia é que ela será processada. Mas, é muito triste perceber que o engajamento político de algumas pessoas beira o fanatismo. Eu reclamo, e muito, da imprensa favorável ao Serra, mas jamais de um eleitor dele. Tenho amigos, colegas de trabalho, familiares, que votaram e votam no Serra e respeito plenamente o direito dos mesmos de votarem em quem eles quiserem.
A imprensa, infelizmente, dando corda à idéia de que o nordeste foi responsável pela vitória de Dilma, colocou o mapa do Brasil, por estados, em azul e vermelho. Ocorre que em nosso país, os votos do governador estadual não tem ligação com os votos aos candidatos a presidente. O que vale para a eleição presidencial são os votos dados ao candidato. Assim, aqui em Minas Gerais, o candidato a governador eleito foi do PSDB, mas na eleição para presidente, Dilma ganhou (58,5 x 41,5). Também fizeram as contas, contrariando o propagandeado, de que os nordestinos elegeram Dilma. Contando somente a votação do Sul e Sudeste, Dilma seria eleita da mesma forma, com maioria simples, pois em MG e RJ ela recebeu uma votação expressiva..
O jornal Estado de São Paulo sim, colocou o mapa correto para visualização da eleição presidencial, POR MUNICÍPIO. Clique aqui e veja o mapa eleitoral por município. Este mapa não mostra país dividido coisa nenhuma. Para visualizar os votos por município basta passar o cursor sobre o mapa. Clicando no + repetidamente, você amplia o mapa e as setas servem para arrastar. Muito interessante, pois pude ver que em minhas duas cidades, Belo Horizonte e Formiga, Serra ganhou, com diferença mínima em BH (menos de 0,78%) e um pouco mais em Formiga (5,44%).
Tentando dar uma levantada de bola para o candidato derrotado, alguns dizem que 44% disseram não ao Lula. É outra enganação. Nem todos que votaram no Serra estavam julgando o governo Lula. Conheço muitos eleitores de Serra que aprovam o governo Lula. Lembrando também que muitos dos indecisos, que estavam preparados para votar na Dilma, foram massacrados com notícias negativas sobre a candidata, utilizando, principalmente a religião, e mudaram de voto. São muitos os fiéis, evangélicos e católicos, que seguem a recomendação dos pastores e padres. Como eu disse, a utilização da religiosidade foi uma das coisas mais tristes dessa eleição.

Não faltava mais nada... o jornal O Globo continua batendo na tecla de país dividido e que os estados ricos elegeram governadores do PSDB e os atrasados e pobres, elegeram de outros partidos. (êta jornal preconceituoso!) Não tem lógica, pois como já foi dito, MG elegeu governador do PSDB, mas votou maciçamente em Dilma. O pior é que a revista Veja, que mais caluniou Lula e a Dilma, sai com uma edição extra, ELOGIANDO a futura presidente. É a maior piada...

Fim do blabláblá político.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil

A maioria dos jornais estampou manchete parecida. A primeira mulher presidente do Brasil. A Era Dilma. Mas, O Globo e o Estado de São Paulo preferiram manchetes com Lula antes do nome da Dilma, dizendo que ele é o vitorioso (ESP) e que ele elegeu Dilma (Globo). Ou seja, a mídia vai continuar fazendo de tudo para prejudicar a candidata eleita e diminuir o que ela conquistou. Pois foi esta mesma mídia que dizia que Dilma era um poste, que não resistiria a um debate com o preparadíssimo Serra, que era uma invenção do Lula. E no segundo turno foram justamente os debates que reavivaram a militância petista. Precisamente no debate da Band, quando Serra bateu e levou, levou muito mais do que bateu.
De minha parte, estou satisfeito com a vitória da candidata. Para presidente eu já votei, seis vezes no número 13.
Política é um tema muito polêmico e nesta eleição eu fiquei deveras triste com a oposição. José Serra jogou sujo o quanto pode. Quando percebeu que o assunto sobre o aborto estava tirando votos da Dilma, que iam para a Marina, conseguiu arregimentar setores da Igreja Católica e junto com a mídia, tornou este um assunto quase diário na campanha. Entrou com tudo no tema religioso, inclusive apareceu lendo a Bíblia em seu horário político. Parecia uma eleição para Papa. Foi então que descobriram que a esposa do candidato havia feito um aborto. Que hipocrisia, heim? Com esta revelação, o assunto aborto sumiu da campanha do candidato. Tentou ainda incutir nos partidários petistas a pecha de violentos. E simulou uma agressão! Atingido por uma bolinha de papel, foi no hospital fazer uma tomografia computadorizada, enquanto o vice teimava que um objeto de mais ou menos 2 kg tinha atingido o candidato.
Sabendo da farsa, Lula fez a melhor comparação possível: José Serra tentava imitar Rojas. Enquanto não se sabia de simulação alguma, Serra era a vítima. Depois da descoberta da simulação, ele passou a ser o vilão. E ainda contou com a ajuda da Rede Globo, que dedicou longos 7 minutos no seu Jornal Nacional, a dizer que Serra havia sido atingido por um outro objeto. Chamou até mesmo um técnico para opinar. A internet, felizmente, é muito rápida. Quase no mesmo dia, pessoas desconstruiram toda a defesa global, alegando manipulação do vídeo. Em reproduções quadro a quadro é perceptível que houve manipulação, que imagens foram colocadas superpostas e por aí vai. A Globo teve que se manifestar, dizendo que somente reproduziu o vídeo de um repórter da Folha de São Paulo.
A entrada de bispos do sul do país com planfetagem contra a Dilma me deixou muito, muito triste. Sou católico, mas sabemos hoje que camisinha, aborto, gays e outros assuntos são temas que a Igreja não soube se modernizar para tratar. A Igreja sabe que o aborto é praticado de duas formas: as que têm condições financeiras e pagam um médico e as que não têm e utilizam métodos agressivos. Assim, quem continua pagando o pato é a mulher pobre, que muitas vezes morre junto com o filho. Eu sou totalmente contra o aborto. Mas, tapar os olhos e apenas dizeer que é contra não é a solução. Deve-se discutir este assunto e isto a Igreja não quer. Mas, permitiu que seus bispos utilizassem o púlpito para pregações partidárias. Não todos, claro, mas muitos o fizeram. E isto foi o que me deixou muito triste, triste e chateado a ponto de enviar e-mail para a CNBB reclamando da atuação da Igreja nesta eleição.
Nunca fui contra FHC. Nas duas vezes que Lula perdeu a eleição pra FHC o meu desejo foi o mesmo: que ele governe para todos os brasileiros. Não o considero um presidente tão ruim. Mas, ele governou muito mais para a elite do que para os pobres. Lula, sim, proporcionou a todas as classes sociais benefícios que o tornaram bastante popular.

Hoje: camisa do meu Cruzeiro; R$ 99,00; camiseta com estrelas; R$55,00; ver o William Bonner tratando a Dilma com o maior respeito e tendo que mostrar a vida dela em partes no Jornal Nacional; não tem preço!!

Este é o nosso país. Que continue crescendo.
Meu blog não trata de política, mas o momento merece.

sábado, 30 de outubro de 2010

Uma escola na roça

Lembrando de coisas dos bons tempos de infância, lembrei também quando fomos numa roça, próxima de Formiga, onde minha irmã mais velha dava aulas.
Fomos eu, meu primo e minha tia. Pegamos carona no caminhão de leite. Era um caminhão Ford F600, cheio de latões de leite. Eu e meu primo entusiasmados com a viagem, principalmente por ir ali, ao lado do motorista, vendo a estrada à frente. Quando saímos da rodovia MG 050 e pegamos uma estrada de terra, havia um outro caminhão à nossa frente. O caminhão à frente levantava uma nuvem de poeira, tornando a visibilidade praticamente nula. Mas, o motorista do F600 não estava nem aí; acelerava, acompanhando a nuvem de poeira. Minha tia, preocupada, chegou a pedir ao motorista:
- Vai mais devagar, moço. Com essa poeirada não dá para ver a estrada.
- Calma, dona Madalena. Eu conheço esta estrada como a palma da minha mão. Pego esta estrada todos os dias.
- Mesmo assim. Não dá para ver nada!
O motorista riu e continuou seguindo a poeira.
Chegamos sãos e salvos na escola. Uma área arrumada para a festa. Os alunos de minha irmã fizeram apresentações, cantando, vestidos a caráter. Pais e mães admirados que os filhos estivessem participando, ativos, como "meninos da cidade". Cantaram, uma aluna e um aluno:
- "Côco de Mim, onde tu vais, olê Martim..."
E cantando, o garoto diz que vai comprar chapéu e pergunta quanto custa e a garota responde que custa um réis; o garoto reclama que está muito caro e a garota termina com um "então vai tomar banho, olê Martim". Isto arranca risos dos pais.
Depois, as três empregadinhas, que cantam sobre o trabalho, a lavadeira, a cozinheira e a passadeira. São todas atrapalhadas, deixando a água entornar, a comida queimar e o ferro estourar. Lembro que meu primo, por muitos dias, ficou a alugar esta cantilena, devido ao linguajar das alunas:
- "Somos as treis impregadinhas, gostamo muito de trabaiá..." - cantava meu primo, imitando a voz fina das alunas. Nós ríamos a não poder mais.
Ali também vimos o apreço e o respeito que os pais tinham pela minha irmã.
- Dona "Parecida", trouxe aqui um queijo para a senhora.
- Aqui tem umas broas que eu mesma fiz pra senhora.
Esta demonstração de apreço, de respeito, são os bons exemplos que levamos para toda vida. Mais do que sermões, blábláblas, a visão daqueles fazendeiros rudes, suas esposas humildes, todos tratando minha irmã com tanta deferência, foi um ensinamento perfeito. São imagens assim que moldam o caráter das crianças, pois mostram o quão valioso é ser correto na vida.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (5)

Algumas guloseimas...
 As balas Soft eram redondas. Mas, tinham um problema: a medida que a bala diminuía, ficava fininha e cheia de arestas. Era um risco cortar a garganta. Também eram fáceis de engolir. Eu ganhei um pacote destas balas, com a redação sobre o Imposto de Renda, que ficou em terceiro lugar entre todas as escolas de Formiga.

Me esbaldei com estas balas até falar chega. 

As pastilhas Dulcora tinham cada uma de um sabor diferente (cor diferente também) na mesma embalagem. Cada pastilha era embrulhada separadamente.

Bolimbola era chiclete em formato de bolinha. Atualmente tem um chiclete parecido com este (em formato de bola), Bubbalo. Ou já é passado também?

Os chocolates em forma de moeda faziam com que eu desembrulhasse com o maior cuidado, para aproveitar a embalagem. Embrulhava alguma coisa redonda com a embalagem e sacaneava os amigos, oferecendo o "chocolate". Tinha paciência para serrar o cabo de vassoura, para que ficasse mesmo parecido com o chocolate.

Os mini-chicletes Adams, que colocava uns dez de uma só vez na boca.

E as paçoquinhas, que ainda hoje são produzidas.

Estas eram algumas das guloseimas dos meus tempos de criança.

E as guloseimas caseiras, vendidas na porta da escola, quebra-queixo, pirulito, cocada e pé-de-moleque. A gente comprava e reclamava que o vendedor partiu um pedaço bem maior para o colega.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A última do brasileiro

A vingança do português :
Dois portugueses estão a conversar. Um pergunta ao outro:
- Sabes a última do brasileiro?
- Não.
- Para votar vale qualquer documento, exceto o Título de Eleitor!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (4)

A Sylvapen produzia as canetinhas com mil cores, que conquistou os estudantes à época.
Mas, ela produziu também um aparelhinho etiquetador chamado Sylvaletra. Para todo lado que se lê sobre este aparelho, ele é tratado como engenhoca. Não tem jeito, era uma engenhoca mesmo.

Servia para etiquetar todas as coisas, principalmente as escolares. O círculo branco tinha as letras do alfabeto e os números. Passava-se a fita por uma abertura lateral e selecionava-se a letra a gravar. Apertava-se o botão e a maquininha gravava a letra (por pressão) e avançava um espaço. Assim, de letra em letra, era possível escrever qualquer coisa com a etiquetadora. A fita era adesiva. Bastava tirar a proteção e colar a fita no objeto a etiquetar.

Esse aparelhinho era caro. Porém, uma de minha irmãs (professora de Educação Física) ganhou a engenhoca e me repassou. Ao tentar fazer uma etiqueta descobri porque o aparelhinho tinha sido dado. Estava com defeito! Ao gravar a letra, ele não dava o devido espaço. Ainda assim insisti com o aparelhinho, fazendo etiquetas com o resto de fita que veio junto. Eu gravava uma letra e puxava a fita manualmente, para dar o espaço. Ficava meio tosco, mas era uma alegria, uma tecnologia espetacular para a época.

Não foi possível usar por muito tempo, porque fui na papelaria comprar fita e descobri que custava bem mais do que minhas economias de passagem de ônibus. Eram quatro passagens por dia e eu economizava uma, voltando a pé da escola até o centro (eu e o Adão; nos bons tempos do Instituto Santa Inês). Tentei diversas gambiarras, utilizando papel comum ou cartolina, que eu cortava no tamanho da fita. Falhou; o papel rasgava e a cartolina não fornecia boa visibilidade das letras.

Hoje a garotada ganha um computador, impressora e etiquetar as coisas é muito mais simples do que outrora. Tem as folhas próprias com etiquetas autoadesivas e basta imprimir. As coisas de antigamente eram muito mais difíceis de ganhar e talvez por isso mais valorizadas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um outro silêncio

Abro o e-mail e minha irmã informa que um amigo faleceu na madrugada.
Um amigo de Formiga. Amigo de infância.
Sinto-me totalmente impotente diante da morte, da distância e da impossibilidade de mudar o curso da vida. Lágrimas correm pelo meu rosto.
Ele era mais novo que eu, mas enfrentava alguns problemas de saúde. De imediato surgem as lembranças de quando éramos apenas crianças, brincando na rua 13 de maio, jogando bolinha de gude. Eu, ele, minha irmã mais nova, a caçula à época. Quando a vida não trazia preocupações, só diversão, brincadeira. A inocência de que tudo, por mais difícil que fosse, era superável. Algumas coisas não são.
Crescemos ali no mesmo bairro, jogando bola no campinho, soltando papagaio. Mesmo depois que eu fiquei surdo ele continuou amigo. Trabalhamos juntos informalmente, garotos ainda, num mercadinho ali na rua 13 de maio. Depois, quando eu já era maior de idade, vim para Belo Horizonte trabalhar e nos distanciamos. Casei, o curso da vida muda e não tem como; era muito difícil eu encontrá-lo.
Anos depois, estava visitando minha mãe e ele apareceu. Conversamos amenidades; rimos muito porque ele perguntou se eu pintava o cabelo. Eu disse que não e perguntei porque? Era porque ele já tinha os cabelos brancos, embora fosse mais novo que eu e os meus tinham poucos fios brancos. Ele se foi, já não morava mais ali no bairro. Minha mãe observou, corretamente, que ele tinha uma boa afinidade comigo. Essas coisas tão simples, tão banais, é que nos deixam assim, angustiados, diante do fato de pessoas que fizeram parte do nosso viver, um dia se vão. Embora a convivência não fosse marcante, só o pensamento de que ele estava lá, em Formiga, que mais dia ou menos dia a gente se encontraria novamente, preenchia o vazio que agora se faz presente.
Faz-se silêncio também em minhas lembranças...
Que descanse em paz, meu amigo, Josué.

domingo, 17 de outubro de 2010

Comemorando...

Preste atenção no final...


O importante é competir...(e comemorar!)

Tempos bons que não voltam mais (3)

Estas canetinhas faziam parte do material escolar da maioria dos estudantes. As canetinhas Sylvapen foram um grande sucesso na época

Havia diversas embalagens, com quantidades diferentes.

Eu usava estas canetinhas para fazer minhas revistas em quadrinhos, nos anos 70. A vantagem destas canetas era a ponta fina, muito útil para qualquer tipo de enfeite.

Só a embalagem em caixinha que era um problema. De longe parecia (sem tirar nem por) um maço de Marlboro.

Na época eu estudava no Instituto Santa Inês e as responsáveis pelo instituto eram as freiras do Colégio Monte Calvário. Lembro da Irmã, que era Vice-Diretora chamando o meu colega:
- Adão, vou informar sua mãe que você está fumando e trazendo maço de cigarro para a escola. Sem contar que você poderá levar uma suspensão de 15 dias.
Eu e o Adão tínhamos 14 anos na época e realmente fumávamos escondidos, mas somente fora do colégio. Mas, nunca compramos maço de cigarro, pois nem eu, nem ele, levaríamos maço para casa. Por isso, o Adão respondeu meio que provocando:
- Qual é, Irmã! Onde que a senhora viu eu com maço de cigarro? - O Adão tinha surdez moderada, possibilitando ouvir uma conversação e respondia quando o chamavam (de perto).
- Eu vi o Jario te entregando um maço de cigarro aí, agora. Você guardou na sua pasta!
As Irmãs eram tão rigorosas, nos deixavam temerosos de tudo, que não percebemos o que estava ocasionando o engano.
- Eu??? - a Vice-Diretora já havia me colocado de castigo umas três vezes, devido as peraltices que eu aprontava e eu só queria evitar outro horário na sala dela. (Esclareço que, apesar de muito bagunceiro, eu sempre fui excelente aluno. Não tirava notas baixas e tinha um aproveitamento acima da média.)
Numa pequena pausa entre a acusação e o medo que nos impedia de raciocinar direito, lembrei que pouco antes eu entregara a caixinha de Sylvapen para o Adão e lembrei também que eu já tinha comentado com ele que parecia um maço de Marlboro.
- Ah, é a caixinha de canetas. Mostra pra Irmã, Adão, a caixinha de Sylvapen.
O Adão abriu a pasta e exibiu a caixinha para a Irmã. Ela riu e disse:
- Ah, bom...
E eu provoquei:
- Como a senhora sabe que a caixinha parece um maço de cigarro, Irmã? A senhora já fumou Marlboro?
A Irmã ficou séria:
- Jairo e Adão, já para a sala!
Fomos caladinhos. Mas eu comentei entredentes para o Adão.
- Aposto que já fumou sim! Escondido lá na clausura dela.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tempos bons que não voltam mais.... (2)

Este era o tênis da hora... Cano baixo ou cano alto.

Os mais famosos eram os cano alto.

Eu ganhava muita coisa do meu primo, cuja família tinha mais recursos financeiros; e ganhei um All Star, preto, igual o da foto. Usei este tênis até falar chega.

O All Star esteve no auge nos anos 70. Depois, houve uma retração e dificilmente se encontrava All Star nas lojas de calçados.

Atualmente a marca voltou a ser referência para os jovens.

Este tênis só ficou famoso depois que o jogador de basquete norte-americano, Chuck Taylor, os adotou como sapato preferido. O jogador gostou tanto do tênis que se apresentou na fábrica e deu idéias inovadoras para o calçado. Isso tem tempo pra caramba!, 1921.

São muitos os modelos. São muito bonitos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tempos bons que não voltam mais...

Recebi e-mail com imagens de coisas antigas, que a garotada de hoje sequer tem idéia do que seja. Antigamente as coisas eram mais valorizadas, tinham mais personalidade. Hoje valorizam muito mais a tecnologia, brinquedos eletrônicos e por aí vai.
Um MP3 armazena milhares de músicas. A garotada não imagina como era difícil armazenar música.

As fitas cassettes (ou K7) vinham em embalagens variadas. Os gravadores eram pesados e complicados. Só os de carro eram mais práticos. Gravava-se diversas músicas e depois era uma dificuldade encontrar a música preferida gravada entre tantas.

Engraçado também era o momento de gravar. Alguns gravadores gravavam também o som ambiente. Lembro de meu amigo trancado no quarto, com janelas fechadas e gravando músicas. Eu chegava na casa dele, não sabia que estava gravando e berrava:
- Ô, Tonhooooo!
Ele ficava irritadíssimo, pois tinha que gravar tudo de novo. Algumas vezes me mostrou a gravação da música e de repente, no meio da melodia, o meu grito superava tudo.
Meu tio tinha um gravador, gravava muita coisa, mas justamente por eu ter ficado surdo, nunca pensei em pedir a ele as fitas que ele gravou. Tinha até mesmo uma gravação em que eu cantava um samba antigo "Ninguém tasca (O Gavião)", de Pedrinho Rodrigues. Não há muita referência sobre ele, mas a internet (ah, ah, rendemos-nos ao futuro) permite encontrar  letras e  músicas do cantor. Nestes anos (fim dos anos 60 e início dos anos 70) eu ainda ouvia e esta música estava fazendo muito sucesso. Lembro que minha irmã mais nova também cantou uma música, mas como era muito longa, meu tio interrompeu.
É certo que hoje é muito mais fácil gravar, reproduzir, copiar e "baixar" músicas, mas a magia daqueles tempos não tem comparação.

domingo, 10 de outubro de 2010

A cobrança de escanteio que entrou para a história... (Contando ninguém acredita...)

Era só bater um córner. Mas, o jogador (Steven Davis, da Irlanda do Norte) entra para a história da pior forma possível. O que ele fez, ao cobrar um escanteio contra a Itália, sexta-feira passada, entra para os anais do absurdo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Golaço de calcanhar... (Contando ninguém acredita)

Na Irlanda do Norte, golaço de calcanhar de Mattie Burrows.
Não basta ser um gol de placa, precisa ser aos 47 m do segundo tempo e dar a liderança para o time.
Glentoran 1 a 0 Portadown.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Bom domingo! Vote consciente, cumpra seu dever cívico

Para saber o seu local de votação, basta acessar o link do TSE:
(http://www.tse.gov.br/internet/servicos_eleitor/consultaNome.htm)
Digitar nome, data de nascimento e nome da mãe. Não precisa dos dados do Título de Eleitor. Lembrando das regras, aprovadas pelo STF, de que é necessário um documento OFICIAL COM FOTO, para votar.
Documentos que serão aceitos:
- Carteira de Identidade.
- Carteira de Trabalho.
- Carteira de Motorista.
- Passaporte.

Documentos tipo carteirinha de clube, crachá de empresa, NÃO SERÃO ACEITOS. Apresentar somente o Título de Eleitor também NÃO SERÁ ACEITO.

Bom domingo!

Marketing pra cachorro!

Você vai adotar um cãozinho?
O marketing é a alma do negócio.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Aposentadoria diferenciada para deficientes

Quando ainda trabalhava junto aos surdos participei ativamente da campanha do ex-Deputado Federal Leonardo Mattos, pois ele foi um dos que mais batalharam para a aprovação do Projeto de Lei que beneficia os deficientes com aposentadoria diferenciada. Leonardo é deficiente físico, cadeirante, e batalhou realmente para a aprovação deste projeto. É um dos poucos políticos deficientes que ampliou sua participação em benefício de todos e não somente dos deficientes que têm a mesma deficiência dele. Os deficientes físicos mais complexos, como os tetraplégicos, os deficientes mentais, os que têm deficiencias múltiplas, entre outros, têm uma expectativa de vida menor. Devido a este fato foi que o Projeto de Lei buscou reduzir os prazos para a aposentadoria dos deficientes. Também não ignorou os demais deficientes, que têm deficiências menos complexas. Assim, o Projeto de Lei procura beneficiar todos de acordo com o grau da deficiência. A redução no tempo de contribuição, de acordo com o grau da deficiência, seria; de 5 anos, para o grau leve, de 8 anos, para o grau moderado e de 10 anos, para o grau severo. Também na idade, redução de 5 anos. Os homens deficientes poderiam solicitar a aposentadoria com 60 anos e as mulheres deficientes com 55, desde que o deficiente tenha contribuido com o INSS por pelo menos 15 anos.
A aprovação do Projeto de Lei pela Câmara dos Deputados ocorreu em 14 de abril de 2010.
A matéria está repercutindo atualmente entre os surdos, talvez porque não foi dado o devido destaque quando da aprovação. Recebi diversos e-mails divulgando a aprovação, mas alertei a todos que a data era 14 de ABRIL e não setembro. O projeto seguiu para análise do Senado Federal. Somente políticos com trânsito nas duas casas poderia informar como está o andamento do processo.
Se aprovada, esta será uma Lei muito importante para os deficientes.
Leia a matéria no site G1: clique aqui.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tropa de Elite e o Ibope

A Rede Globo, politicamente é um horror, pois para ela o Brasil está atrasado, quebrado, falta tudo e o governo não faz nada certo. Mas, afora a política, reconheço o esforço da emissora em colocar Closed Caption em seus programas, beneficiando os deficientes auditivos. Ontem, com espanto, percebi que o Esporte Espetacular estava com legendas! E logo depois, o Programa do Didi, também com legendas. Lembrei, com nostalgia, que assisti Os Trapalhões durante anos, quando ainda ouvia e mesmo depois que fiquei surdo continuei acompanhando o programa, independente da dificuldade de compreensão de muitas esquetes. Devido à política, e principalmente devido à proximidade das eleições, não assisto aos jornais da Globo. Assisto o Fantástico, em parte, pelos gols da rodada e também pelas matérias sobre a natureza (o lagarto caminhando sobre as águas é uma imagem marcante).
Estava aguardando os gols e surgiu a reportagem sobre o filme Tropa de Elite 2. Passam algumas cenas do filme, as gravações na favela, o Capitão Nascimento que agora é Coronel, o Bope e o Caveirão. Minha esposa adentra o quarto e eu estou rindo alto. Ela se espanta;
- O que que tem de engraçado neste filme cheio de violência, Jairo??
- É que apareceu as legendas Closed Caption do Capitão Nascimento falando ali para a tropa: "Vocês devem se conscientizar que o IBOPE é de extrema importância para a segurança pública"!!

Este é um dos problemas do Closed Caption. Palavras parecidas, mas totalmente fora do contexto. Os programas geradores de caption são de reconhecimento da voz ou de uma pessoa digitando os textos em tempo real.

Quando não estamos em época política eu assisto o Jornal da Globo, que começa meia-noite, às vezes, meia-noite e quarenta e cinco. Acontece muitas vezes, de repente, a legenda desaparece e eu perco a conclusão da reportagem, mas não perco o bom humor e digo para minha esposa:
- O digitador do texto da legenda dormiu...
Algumas vezes creio que dormiu mesmo, apoiando a mão no teclado, pois a legenda mostra AAAAAAAAAAAAAAAA...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Você sabia dos Gigantes do Norte?

Estava assistindo o Programa do Jô Soares, terça-feira, 14, e os entrevistados eram anões, que jogam no time Gigantes do Norte. Eles são 29 anões, embora alguns não apresentem a característica de nanismo genético, pois têm apenas baixa estatura (nanismo nutricional). Lá no nordeste são chamados de "gabirus". Interessante a união dos anões, criando um time de futebol, que é uma pequena empresa. Os lucros são divididos entre todos (os lucros dos jogos).
"Gigantes do Norte - Primeiro time de futebol de anões do mundo, que joga em Belém do Pará. A estrela do time é Vagner Love, ou melhor, Casemiro Leal, 1,20m de altura, óculos escuros, correntes no pescoço e discurso de craque. O time começou em 2007, com o anão Alberto, conhecido como "Capacidade", que era mascote do time paraense Tuna Luso."

Eu assisti o programa com as legendas Closed Caption. Infelizmente não tem como colocar as legendas no youtube (aliás, tem, mas somente quem gera o vídeo).



Fiquei satisfeito de ver a alegria de todos eles, humildes, simples, mas cheios de bom humor.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Goleiro comemora antes da hora (Contando ninguém acredita!)

O goleiro defendeu o penalti, mas comemorou antes da hora, não olhou a bola em efeito... bom, contando ninguém acredita, por isso taí o vídeo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A legislação que não resolve

Leio reportagem informando que a Associação dos Surdos do Acre pede a inclusão da Libras na propaganda política. Clique aqui para ler.
Como sempre, é perceptível que a legislação (no caso a resolução nº 23.191, do TSE), não resolve o problema dos surdos. A resolução diz que, em relação à propaganda eleitoral na televisão, deverá utilizar a Libras ou a legenda (partindo do pressuposto que os surdos entendem ambas as linguagens). E a opção será feita pela coligação e partidos políticos. Ora, é claro que os partidos escolhem a legenda, pois basta uma edição do vídeo, ao contrário da Libras, que necessita de um profissional (no caso, o intérprete de Libras). Porque, em relação aos custos, o intérprete é bem mais caro que uma simples edição de vídeo.
O problema já foi discutido anteriormente com partidos políticos, que reclamaram, pois a pequena imagem com o intérprete atrapalha a propaganda que é dirigida também aos ouvintes. Os ouvintes passam a prestar atenção na imagem do intérprete e não captam a mensagem do candidato. Da mesma forma a imagem do intérprete não satisfaz os surdos que não sabem Libras. Os surdos oralizados, os surdos com perda leve, idosos com perda auditiva severa, não entendem Libras e, claro, ficam sem entender o que o candidato está falando.
O "ou" que consta da resolução acaba prejudicando parte da comunidade surda.
Para mim, que entendo Libras e português, a imagem do intérprete é péssima, pois é minúscula, não possibilitando a compreensão correta da mensagem. Mesmo sentando a um passo da tv, fica difícil entender a mensagem. Aqui em MG somente um político do PV tem o intérprete de Libras. Os demais utilizam a legenda. Mesmo a legenda pode se tornar um incômodo, pois alguns candidatos colocam uma legenda minúscula, que também obriga o surdo a sentar quase colado na tv.
A solução ainda está longe do ideal, claro. Deveriam utilizar ambas as linguagens, mesmo sabendo que os marqueteiros têm razão; o quadro com a imagem do intérprete realmente desvia a atenção do ouvinte.
Talvez no futuro criem uma tv que mostrará o intérprete de Libras opcionalmente. Hoje, as tv's saem de fábrica com a opção de "Closed Caption". Mas, ainda temos muitas tv's antigas, sem esta opção. Esta também poderia ser uma opção para a propaganda política na tv (o CC). Mas, ainda levará anos para que isto seja viável. É necessário que todas as tv's em residências do nosso país, tenham a opção de CC. Daqui uns 20, 30 anos, pode ser. Por enquanto, em relação à Libras e a propaganda política, em termos de custos, vigorará a opção pelas legendas.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Deficiências...

Amigos da minha esposa e de minha cunhada fizeram um churrasco no quintal, que era compartilhado por ambas famílias, em um dos tantos endereços que moramos. Todos ouvintes, mas a maioria aprendeu logo a conversar comigo e quando eu não entendia alguma coisa, pediam socorro à minha esposa. Tomando cerveja, saboreando carne assada e jogando conversa fora. De repente, minha sobrinha pede minha atenção:
- Tio Jairo, coloca um jogo no videogame para mim.
Ela teve que repetir, pois não entendi nada. Minha esposa deu as "instruções" de falar só uma palavra e depois completar com o que deseja em relação à esta palavra (minha esposa soprou que eu perguntaria).
- Videogame! - diz minha sobrinha.
- Que que tem o videogame? - hehehe, minha esposa é experiente.
- Colocar um jogo para mim.
Fui lá e coloquei um jogo. Ela começou a jogar com o filho de uma das amigas convidadas. Volto para minha cerveja, o pessoal comenta que tenho uma paciência com "estes meninos enjoados". Logo depois o amigo da minha sobrinha é quem pede minha atenção:
- Você tem jogo de corrida?
- Heim? - não tinha nem olhado para ele ainda e ele já tinha falado. Minha esposa explicou para o garotinho que ele tinha que esperar eu olhar para ele primeiro, para só então falar.
- Você tem jogo de corrida?
- Tenho, eu gosto de jogo de corrida. Você já jogou Gran Turismo?
- Já! Meu colega tem esse jogo.
Uma vez que a conversação girava em torno de games, eu entendia facilmente o que ele estava falando, pois meu cérebro, já sabendo o tema, facilitava a leitura labial.
- Eu gosto de jogo de corrida e de futebol. - eu disse.
- Você coloca o jogo de corrida para mim?
- Está bem, vamos lá.
Fui colocar o jogo de corrida para o garoto, joguei um pouco com ele, rindo porque ele era ruim. Minha sobrinha alugando o garotinho porque ele não conseguia me vencer.
Volto para a cerveja e desta vez é a mãe do rapazinho que conversa comigo:
- Você realmente tem paciência com as crianças, não é, Jairo?
- Normal, ainda mais por causa do videogame, que eu jogo muito.
- O Beto (o garotinho) também gosta, mas eu não permito que fique direto no videogame.
- Quantos anos ele tem?
- Sete. Sabe, ele tem um problema... mas me deixou espantada agora.
- Que problema?
- Ele gagueja. Mas, quando ele estava conversando com você ele não gaguejou.
- A conversa toda? - eu me espantei, afinal, como eu sou surdo, nem poderia imaginar que o garotinho gaguejava.
- Sim! Durante toda a conversa com você ele não gaguejou nenhuma vez.
Eu ri.
- Não tenho uma explicação lógica, mas talvez, justamente por me ver como deficiente, ele se sentiu seguro e não gaguejou. Instintivamente percebeu que há pessoas com problemas ainda mais sérios que o dele. Ao lidar comigo, deficiente, ele ganhou segurança.
- Talvez.. É muito raro ele não gaguejar.
Este fato ocorreu cinco anos atrás. Não sei mais do garotinho. Espero, sinceramente, que ele tenha superado a gagueira. Ficou o espanto da mãe dele - e meu, depois que fiquei sabendo que ele gaguejava - pelo simples fato de não gaguejar no momento que conversava com um surdo.

Pesquisando sobre gagueira, que é uma patologia da fala, li as sugestões para que a criança ganhe confiança e pare de gaguejar e me espantei com uma das sugestões que é "olhar nos olhos da criança quando ela estiver a falar". Eu ri, porque sendo surdo e durante uma conversação, obrigatoriamente eu tenho que manter o olhar fixo no rosto da pessoa. A gagueira não é bem uma deficiência, embora muitos a classifiquem como "deficiência da fala".