domingo, 7 de novembro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (6)

Os brinquedos de antigamente não se preocupavam muito com  segurança. Ainda assim, era muito raro acontecer algum acidente com a garotada, ou se acontecia, a gente levantava e continuava brincando. Os velocípedes eram de metal, cheio de parafusos, pontas, etc. Era a alegria da meninada.
Eu e minha irmã caçula à epoca (anos 60), quando íamos para a escola passávamos na Farmácia Santa Luzia, para admirar um velocípede que ficava lá (devia ser do filho do dono da farmácia). Era um velocípede verde, bonito, com um assento para o carona, na parte de trás, rebaixado. Naqueles anos eu e minha irmã acreditávamos piamente que em um Natal o Papai Noel iria trazer um daqueles velocípedes para nós.

Não sei quem tinha um jeep. Acho que era meu primo, mas não tenho certeza. Lembro que eu gostava muito desse brinquedo. Mas, era muito caro para os padrões da minha família. Não sei porque ele desapareceu nos anos seguintes. Uma vez eu parei na casa de um colega rico e fiquei entretido com os brinquedos eletrônicos e com um carrinho tipo jeep (acho que era um fusca), que ele tinha. Tanto que quase levei uma surra de minha mãe, porque esqueci das horas e só apareci em casa com a noite chegando e ela já tinha me procurado na escola, na casa do meu primo e dos vizinhos. Minha mãe entendeu que eu fiquei deslumbrado com os brinquedos do colega rico e só me passou um sermão.

Hoje, estes brinquedos são feitos de plástico rígido, não são mais exclusividade da classe alta. Quase todo moleque tem um. O tempo passou, há normas rigorosas de segurança para os brinquedos. Não tem parafuso e se tiver algum, ele é recoberto com capinha de plástico. Sequer chamam de velocípede... mudaram o nome para velotrol.

Como não podíamos ter estes brinquedos chiques, fazíamos os nossos, com madeira e rolimãs. O difícil era conseguir quatro rolamentos do mesmo tamanho. Muitas vezes o carrinho de rolimã tinha duas rodas traseiras de um tamanho e as rodas dianteiras de outro.
Eu e meu primo brincamos muito de carrinho de rolimã. Sempre íamos nas oficinas por perto para pedir os rolamentos. Nós mesmos construíamos os carrinhos, com madeira de caixotes, pregos e pelo menos um parafuso com porca, para que ele pudesse virar (as rodas da frente). Em Formiga era mais complicado brincar de carrinho de rolimã, porque as ruas eram calçadas e não asfaltadas. Tínhamos que achar um bom passeio em declive. 
Muitas vezes chegávamos em casa com braços ou pernas ralados, devido aos tombos. Mas, no outro dia, lá estávamos nós novamente, brincando com os carrinhos de rolimã.

As imagens do velocípede e do jeep são do site da Brinquedos Bandeirante. Aliás, um site muito interessante, pois a página Museu do Brinquedo (clique AQUI para acessar), tem imagens de muitos brinquedos do passado.

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