quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coisas da caixa de mensagens

O SPAM DA CESTA DE NATAL NESTLÉ ESTÁ DE VOLTA, VERSÃO 2010.
Abrindo meu e-mail deparo novamente com o spam da Cesta de Natal Nestlé. Já perdi a conta de quantas vezes este spam volta. Quando não é a Cesta de Páscoa, vem a Cesta de Natal. E ainda colocam no meio da mensagem um e-mail inexistente, como se fosse do responsável da Nestlé... o coitado ia contar e-mail que não era brincadeira. Veja bem, no e-mail que recebi tinha uns 40 endereços que receberam cópia. Estes 40 enviam para outros 15 e já são 600 e estes enviam para outros 15 e já são 9000. Serão 9000 Cestas de Natal Nestlé, com as últimas novidades e um PREJÚ desse tamanho... Eu respondo a todos para não divulgar e informo que é um spam. Mas, na maioria das vezes já é tarde e o e-mail já está sendo reenviado sem qualquer verificação.
O texto é péssimo. Praticamente é o mesmo de 2003, mudando só a data.

"Olá Pessoal,
E só enviar e receber uma cesta NESTLÉ. Funciona mesmo, é só mandar que eles mandam mesmo.
Nestlé 2010

Com os novos lançamentos da linha Nestlé para 2010, precisamos estar divulgando essa linha para o maior numero de pessoas, e uma estratégia encontrada por nosso depto. de marketing foi a divulgação via email. Divulgue esse mail para 15 pessoas com copia para  ca.veklischer@nestle.com.br que entraremos em contato com você e enviaremos um lindo kit com todas as novidades da linha Nestlé 2010.

Atenciosamente,

CARLOS ADOLPHO VEKLISCHER

Nestle Brazil
Gerente de Marketing
"

E ainda escrevem "precisamos estar divulgando". E Nestlé Brazil... com Z??

QUAL É SUA IDADE INTERIOR? 

Mas, também recebi um outro interessante, com um link para verificar sua idade interior.


É só clicar e responder as perguntas. O link é da Unimed, então, pode saber, vai pender para o lado da saúde.
Eu, devido a alimentação com carne quase que diariamente, envelheci um pouco. Após o teste, o meu resultado foi este...
Putz, 3 anos mais velho!!
Preciso fazer uns exerciciozinhos...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Meus tempos de jornaleiro (1)

Fui proprietário de uma banca de revistas durante 5 anos. Porém, sozinho, o trabalho de jornaleiro é super cansativo. Eu mesmo ia nas distribuidoras e agências dos jornais, para efetuar os pagamentos, devolver as revistas que encalhavam e pegar as novas. De segunda a sexta, todas as manhãs, eu ia nas distribuidoras e nas agências dos jornais. Mas, sábados e domingos eu também trabalhava na parte da manhã, porque eram os dias de maior venda. Minha banca ficava próxima a um clube e, naqueles tempos, domingo era o dia de melhor venda dos jornais, sem contar que os jornais de domingo também custavam mais (é assim até hoje). Almoçava ali na banca mesmo, trazia marmita em caixa térmica (isopor). Água e banheiro, no clube. O porteiro da manhã ficou amigo, principalmente porque no princípio, minha esposa trabalhou muitos dias comigo. O da tarde ficou amigo também, menos; até que um dia eu defendi o filho dele, que lavava carros dos sócios do clube, de uns moleques da vila, que o agrediram. O mais complicado eram os porteiros que pegavam o terceiro turno, a partir das 17 horas. Nesta hora eu estava indo embora e, portanto, não conseguia enturmar com eles. Um dos trabalhadores do clube, serviços gerais, que ficou meu amigo era o Nivaldir, gay assumido. Ele me contava o caso dele com o namorado, que não foi morar junto por causa do pai, que era viúvo e ele não teve coragem de deixar sozinho. Ele me ajudava bastante. O lavador de carros, o Ricardo, que morava na vila, também me ajudava muito. Eles buscavam a água para mim, evitando que eu mesmo fosse no clube. Às vezes eu solicitava que comprassem algum lanche na padaria (longe, tinha que descer o morro), ou o cigarro que eu vendia picado. Esse longo preâmbulo é só para eu contar uma história de preconceito, um preconceito estranho...
Como eu disse, os porteiros do terceiro turno só me viam fechar a banca e eu passava ali no clube, antes de ir embora, para beber água ou usar o banheiro. Um porteiro deste turno; eu nunca entendi porque, não gostou de mim. Fazia uma cara feia quando eu entrava no clube para beber água ou usar o banheiro. Será que ele se sentia dono do clube? E olhe que eu, nunca, nunca mesmo, deixava de pedir, com toda educação:
- Eu poderia usar o banheiro, por favor?
- O senhor permite que eu encha minha garrafa de água, por favor?
Isto, com todos os porteiros, independente se fossem ou não amigos, nunca deixava de pedir por favor.
Mas, este porteiro do terceiro turno fazia uma expressão de muita má vontade. E surdo lê muito bem as expressões faciais. Como eu já estava indo embora, a maioria das vezes eu solicitava:
- Posso beber água, por favor?
Ele fazia aquela expressão de quem não gostou, mas deixava eu entrar. Até que um dia, estava indo embora e parei na portaria do clube e solicitei:
- O senhor me dá licença para eu beber água, por favor?
Ele sabia que eu era surdo, pois falou fazendo o gesto de negativo:
- Acabou a água!
Eu entendi de primeira, mas solicitei também:
- Tudo bem... mas eu poderia usar o banheiro? Desde meio-dia não vou ao banheiro!
Com muita má vontade ele aquiesceu e eu entrei. O banheiro e o bebedouro ficavam logo à esquerda da portaria. Entrei no banheiro para aliviar (era realmente um martírio ficar tantas horas sem ir ao banheiro, mas eu tinha muito receio de deixar a banca sem ninguém vigiando, pois havia uns moleques que furtavam). Qual não foi minha surpresa, ao sair do banheiro, ver um dos sócios do clube bebendo água tranquilamente no bebedouro. Puxa vida, doeu! Passei pelo porteiro só o encarando, não disse o costumerio "obrigado"; minha expressão era de rancor mesmo.
No outro dia conto para o Nivaldir:
- Nivaldir, você sabe que um porteiro me negou água?
- Que isso, Jairo? Tá brincando? O Fininho?
- Não, o Fininho é gente boa. Um porteiro do terceiro turno, forte, de óculos.
- Ah, sei, qual é. Como assim, ele te negou água?
Contei o ocorrido no dia anterior. Que tive o maior espanto quando ele disse que a água acabou e eu vi os sócios bebendo água normalmente.
- Não acredito! Mas, pode deixar, Jairo, que isso não fica assim!
- Calma, Nivaldir. Talvez a água acabou mesmo e ele não sabia que já tinha voltado.
O Nivaldir riu:
- Que a água acabou daonde? O clube tem mais de três caixas-d'água. Desde que tô aqui, mesmo quando acaba a água da rua, o clube não fica sem água.
Naquele mesmo dia, soube quão valioso é um amigo. Quando fui solicitar ao mesmo porteiro, licença para beber água, ele mudou completamente o modo de agir. A forma como ele falou, que eu podia ir beber, sem expressão nenhuma de má vontade, com uma cortesia que nunca tinha visto e até mesmo um sorriso, me deixaram até mesmo constrangido.
No outro dia, conto ao Nivaldir que o porteiro mudou da água para o vinho. Então, fiquei sabendo que o meu amigo procurou o encarregado (responsável pelos porteiros e zeladores) e contou sobre mim (surdo, trabalhava na banca, pedia aos porteiros água e permissão de uso do banheiro; mesmo assim, poucas vezes ao dia) e que o porteiro do terceiro turno, sem qualquer motivo, estava me negando água. O Nivaldir me conta que na hora o encarregado não falou nada. Mas, depois ele ficou sabendo que o encarregado chamou o porteiro e deu a maior bronca. Os outros funcionários contaram para o Nivaldir que o encarregado disse que se o porteiro negasse água para "o rapaz" mais uma vez só, ele podia dar adeus ao emprego.
Agradeci ao Nivaldir, embora ele dissesse que eu não tinha nada que agradecer, era um absurdo alguém negar água, principalmente que a água nem era dele. 
Mas, eu agradeci e agradecerei sempre. As boas lembranças da época em que trabalhei na banca, são proporcionadas por estes amigos, simples e humildes, mas que respeitam e valorizam todos, deficientes ou não, diferentes ou não...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Gambiarras!

Brasileiro não desiste mesmo.
Se não tem a coisa certa, a gente improvisa.
Eis umas boas gambiarras.


No trampo, na hora do almoço, você faz uma sopinha da hora, mas quando vai comer, percebe que só tem garfo...

Bom, um copinho plástico resolve o problema...

Ao puxar o cinto de segurança do carro, ele vem todo na sua mão.
Caramba, não vou para casa (ou até a oficina) sem cinto...




Não encontra um abridor?
Fácil, use um pedaço de madeira, parafuso e porca e pronto.
Lembro do Bar do Seu Mozart, em Formiga. Ele usava um abridor deste tipo, só que com um prego mesmo.




Levaram o rádio do carro ou o carro não tem rádio mesmo?
Fica uma beleza...






Esses caixas eletrônicos modernos... Alguns têm uma péssima visão do menu. Você vira o rosto mais pra lá, um pouco mais pra cá, mas, mesmo assim está difícil ler.
Mais uma utilidade dos maridos.
Mesmo se você pedir ajuda desta forma para um estranho, você está seguro, pois ele não poderá ler sua senha... (aconselhável não fazer isso)


Acabou a fralda e enquanto alguém vai comprar um pacote, basta improvisar.
Pena que o modelito é só para "machos".
Não demora e arrajam uma gambiarra para as meninas também...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Futebol de rua

Meu colega de trabalho me enviou e-mail com o texto que reproduzo, sem modificações:

As 10 regras do Futebol de Rua, o verdadeiro futebol de macho!

1. A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.

2. O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.

3. O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.

4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

5. FORMAÇÃO DOS TIMES
Varia de 3 a 70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

6. O JUIZ
Não tem juiz.

7. AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:
a) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
c) Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.

8. AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições nos casos de:
a) Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
b) Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando a partida após utilizar aquela água santa da torneira do quintal de alguém.
c) Em caso de atropelamento.

9. AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.

10. A JUSTIÇA ESPORTIVA
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes e quem pegar uma pedra antes, rsrsrsrsrsrsrsrs

QUEM NÃO JOGOU, PERDEU UM DOS MELHORES MOMENTOS DA VIDA.

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 Na minha rua, em Formiga, tinha um campinho e na maioria das vezes a galera jogava lá, pois era uma excelente área de esquina, com grama (há uma casa no local, atualmente). Jogávamos também atrás da Sede (Sede da Banda de São Vicente Férrer); rua de terra. Mas, também jogávamos na rua calçada, com o pessoal que morava após a esquina da Rua 13 de Maio. E na rua do meu primo, onde eu passava os fins de semana (rua calçada).
No campinho, tínhamos a torcida da vizinhança. Muitos familiares simplesmente se debruçavam nas janelas (que davam para a rua) e assistiam ao jogo ("pelada"), comentando, torcendo, vaiando, rindo.
Na rua do meu primo, às vezes, meu tio também participava (ele foi um famoso jogador do Vila Esporte Clube). Mas, era "covardia", pois mesmo sendo ele e mais um, contra quatro ou cinco, ele e o parceiro (meu primo ou eu) ganhavam. Gostávamos que meu tio jogasse porque, quando a bola caía em algum quintal vizinho, a presença dele facilitava a devolução. Meu primo só gostava de jogar em parceria com o pai dele, porque quando era adversário e perdia, desandava a reclamar disso e daquilo, a falar que "foi falta", que "não valeu"! Meu tio não o privilegiava e dizia para ele parar com o choro de perdedor.
Bons tempos! Não existia ainda o videogame. Hoje, muitos garotos só sabem jogar uma partida de Winning Eleven no Playstation ou Fifa no Xbox. Nada contra, que eu adoro videogame também. Mas, as "peladas" na rua, não tem comparação.
O futebol continua sendo um entretenimento que une crianças e adultos, proporcionando momentos de muita diversão. Há pouco tempo, eu era o adulto no meio dos meus filhos e sobrinhos, jogando bola no campinho, lá no sítio de minha irmã. Eles rindo, porque eu só ficava na "banheira", uma vez que não tenho mais fôlego para correr como antes, uso óculos e sou um verdadeiro perna de pau. Em criança, pelo menos, eu jogava alguma coisa...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Flagrantes de BH (2)

Essa foto é de outubro, quando os candidatos estavam em campanha. Não lembro qual era o candidato que manteve este "elefante" na Praça da Estação, nem se concorria a deputado estadual ou federal.

Tem um caminhãozinho ali ao lado do elefante com propaganda política também.
Eu tirei a foto de modo a ocultar o nome do candidato porque ia postá-la ainda no período das eleições. Mas, o tempo passou e eu acabei não postando. O candidato merece os créditos pela criatividade, mas eu não lembro qual é.
Se alguém souber, que me informe.

domingo, 7 de novembro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (6)

Os brinquedos de antigamente não se preocupavam muito com  segurança. Ainda assim, era muito raro acontecer algum acidente com a garotada, ou se acontecia, a gente levantava e continuava brincando. Os velocípedes eram de metal, cheio de parafusos, pontas, etc. Era a alegria da meninada.
Eu e minha irmã caçula à epoca (anos 60), quando íamos para a escola passávamos na Farmácia Santa Luzia, para admirar um velocípede que ficava lá (devia ser do filho do dono da farmácia). Era um velocípede verde, bonito, com um assento para o carona, na parte de trás, rebaixado. Naqueles anos eu e minha irmã acreditávamos piamente que em um Natal o Papai Noel iria trazer um daqueles velocípedes para nós.

Não sei quem tinha um jeep. Acho que era meu primo, mas não tenho certeza. Lembro que eu gostava muito desse brinquedo. Mas, era muito caro para os padrões da minha família. Não sei porque ele desapareceu nos anos seguintes. Uma vez eu parei na casa de um colega rico e fiquei entretido com os brinquedos eletrônicos e com um carrinho tipo jeep (acho que era um fusca), que ele tinha. Tanto que quase levei uma surra de minha mãe, porque esqueci das horas e só apareci em casa com a noite chegando e ela já tinha me procurado na escola, na casa do meu primo e dos vizinhos. Minha mãe entendeu que eu fiquei deslumbrado com os brinquedos do colega rico e só me passou um sermão.

Hoje, estes brinquedos são feitos de plástico rígido, não são mais exclusividade da classe alta. Quase todo moleque tem um. O tempo passou, há normas rigorosas de segurança para os brinquedos. Não tem parafuso e se tiver algum, ele é recoberto com capinha de plástico. Sequer chamam de velocípede... mudaram o nome para velotrol.

Como não podíamos ter estes brinquedos chiques, fazíamos os nossos, com madeira e rolimãs. O difícil era conseguir quatro rolamentos do mesmo tamanho. Muitas vezes o carrinho de rolimã tinha duas rodas traseiras de um tamanho e as rodas dianteiras de outro.
Eu e meu primo brincamos muito de carrinho de rolimã. Sempre íamos nas oficinas por perto para pedir os rolamentos. Nós mesmos construíamos os carrinhos, com madeira de caixotes, pregos e pelo menos um parafuso com porca, para que ele pudesse virar (as rodas da frente). Em Formiga era mais complicado brincar de carrinho de rolimã, porque as ruas eram calçadas e não asfaltadas. Tínhamos que achar um bom passeio em declive. 
Muitas vezes chegávamos em casa com braços ou pernas ralados, devido aos tombos. Mas, no outro dia, lá estávamos nós novamente, brincando com os carrinhos de rolimã.

As imagens do velocípede e do jeep são do site da Brinquedos Bandeirante. Aliás, um site muito interessante, pois a página Museu do Brinquedo (clique AQUI para acessar), tem imagens de muitos brinquedos do passado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fim do blábláblá de política

Este é o meu derradeiro post sobre política, acreditando que não ocorrerá mais nada que mereça comentar. Serra conseguiu, insuflando os militantes peessedebistas com o preconceito (infelizmente, também grande parte de pessoas católicas). Uma estudante de Direito (nossa, eu que não quero precisar dos serviços desta futura advogada), através do twitter incitou racismo e crime contra os nordestinos. E ainda conseguiu uma leva de seguidores. Ela postou o comentário racista e apagou. Mas, a rede é muito mais rápida do que se imagina e na noite de domingo, após a vitória de Dilma, não aceitando democraticamente a derrota, passaram a pregar a morte dos nordestinos e a culpá-los pela eleição da presidente. Clique aqui e veja reportagem sobre a xenofobia contra os nordestinos. A boa notícia é que ela será processada. Mas, é muito triste perceber que o engajamento político de algumas pessoas beira o fanatismo. Eu reclamo, e muito, da imprensa favorável ao Serra, mas jamais de um eleitor dele. Tenho amigos, colegas de trabalho, familiares, que votaram e votam no Serra e respeito plenamente o direito dos mesmos de votarem em quem eles quiserem.
A imprensa, infelizmente, dando corda à idéia de que o nordeste foi responsável pela vitória de Dilma, colocou o mapa do Brasil, por estados, em azul e vermelho. Ocorre que em nosso país, os votos do governador estadual não tem ligação com os votos aos candidatos a presidente. O que vale para a eleição presidencial são os votos dados ao candidato. Assim, aqui em Minas Gerais, o candidato a governador eleito foi do PSDB, mas na eleição para presidente, Dilma ganhou (58,5 x 41,5). Também fizeram as contas, contrariando o propagandeado, de que os nordestinos elegeram Dilma. Contando somente a votação do Sul e Sudeste, Dilma seria eleita da mesma forma, com maioria simples, pois em MG e RJ ela recebeu uma votação expressiva..
O jornal Estado de São Paulo sim, colocou o mapa correto para visualização da eleição presidencial, POR MUNICÍPIO. Clique aqui e veja o mapa eleitoral por município. Este mapa não mostra país dividido coisa nenhuma. Para visualizar os votos por município basta passar o cursor sobre o mapa. Clicando no + repetidamente, você amplia o mapa e as setas servem para arrastar. Muito interessante, pois pude ver que em minhas duas cidades, Belo Horizonte e Formiga, Serra ganhou, com diferença mínima em BH (menos de 0,78%) e um pouco mais em Formiga (5,44%).
Tentando dar uma levantada de bola para o candidato derrotado, alguns dizem que 44% disseram não ao Lula. É outra enganação. Nem todos que votaram no Serra estavam julgando o governo Lula. Conheço muitos eleitores de Serra que aprovam o governo Lula. Lembrando também que muitos dos indecisos, que estavam preparados para votar na Dilma, foram massacrados com notícias negativas sobre a candidata, utilizando, principalmente a religião, e mudaram de voto. São muitos os fiéis, evangélicos e católicos, que seguem a recomendação dos pastores e padres. Como eu disse, a utilização da religiosidade foi uma das coisas mais tristes dessa eleição.

Não faltava mais nada... o jornal O Globo continua batendo na tecla de país dividido e que os estados ricos elegeram governadores do PSDB e os atrasados e pobres, elegeram de outros partidos. (êta jornal preconceituoso!) Não tem lógica, pois como já foi dito, MG elegeu governador do PSDB, mas votou maciçamente em Dilma. O pior é que a revista Veja, que mais caluniou Lula e a Dilma, sai com uma edição extra, ELOGIANDO a futura presidente. É a maior piada...

Fim do blabláblá político.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil

A maioria dos jornais estampou manchete parecida. A primeira mulher presidente do Brasil. A Era Dilma. Mas, O Globo e o Estado de São Paulo preferiram manchetes com Lula antes do nome da Dilma, dizendo que ele é o vitorioso (ESP) e que ele elegeu Dilma (Globo). Ou seja, a mídia vai continuar fazendo de tudo para prejudicar a candidata eleita e diminuir o que ela conquistou. Pois foi esta mesma mídia que dizia que Dilma era um poste, que não resistiria a um debate com o preparadíssimo Serra, que era uma invenção do Lula. E no segundo turno foram justamente os debates que reavivaram a militância petista. Precisamente no debate da Band, quando Serra bateu e levou, levou muito mais do que bateu.
De minha parte, estou satisfeito com a vitória da candidata. Para presidente eu já votei, seis vezes no número 13.
Política é um tema muito polêmico e nesta eleição eu fiquei deveras triste com a oposição. José Serra jogou sujo o quanto pode. Quando percebeu que o assunto sobre o aborto estava tirando votos da Dilma, que iam para a Marina, conseguiu arregimentar setores da Igreja Católica e junto com a mídia, tornou este um assunto quase diário na campanha. Entrou com tudo no tema religioso, inclusive apareceu lendo a Bíblia em seu horário político. Parecia uma eleição para Papa. Foi então que descobriram que a esposa do candidato havia feito um aborto. Que hipocrisia, heim? Com esta revelação, o assunto aborto sumiu da campanha do candidato. Tentou ainda incutir nos partidários petistas a pecha de violentos. E simulou uma agressão! Atingido por uma bolinha de papel, foi no hospital fazer uma tomografia computadorizada, enquanto o vice teimava que um objeto de mais ou menos 2 kg tinha atingido o candidato.
Sabendo da farsa, Lula fez a melhor comparação possível: José Serra tentava imitar Rojas. Enquanto não se sabia de simulação alguma, Serra era a vítima. Depois da descoberta da simulação, ele passou a ser o vilão. E ainda contou com a ajuda da Rede Globo, que dedicou longos 7 minutos no seu Jornal Nacional, a dizer que Serra havia sido atingido por um outro objeto. Chamou até mesmo um técnico para opinar. A internet, felizmente, é muito rápida. Quase no mesmo dia, pessoas desconstruiram toda a defesa global, alegando manipulação do vídeo. Em reproduções quadro a quadro é perceptível que houve manipulação, que imagens foram colocadas superpostas e por aí vai. A Globo teve que se manifestar, dizendo que somente reproduziu o vídeo de um repórter da Folha de São Paulo.
A entrada de bispos do sul do país com planfetagem contra a Dilma me deixou muito, muito triste. Sou católico, mas sabemos hoje que camisinha, aborto, gays e outros assuntos são temas que a Igreja não soube se modernizar para tratar. A Igreja sabe que o aborto é praticado de duas formas: as que têm condições financeiras e pagam um médico e as que não têm e utilizam métodos agressivos. Assim, quem continua pagando o pato é a mulher pobre, que muitas vezes morre junto com o filho. Eu sou totalmente contra o aborto. Mas, tapar os olhos e apenas dizeer que é contra não é a solução. Deve-se discutir este assunto e isto a Igreja não quer. Mas, permitiu que seus bispos utilizassem o púlpito para pregações partidárias. Não todos, claro, mas muitos o fizeram. E isto foi o que me deixou muito triste, triste e chateado a ponto de enviar e-mail para a CNBB reclamando da atuação da Igreja nesta eleição.
Nunca fui contra FHC. Nas duas vezes que Lula perdeu a eleição pra FHC o meu desejo foi o mesmo: que ele governe para todos os brasileiros. Não o considero um presidente tão ruim. Mas, ele governou muito mais para a elite do que para os pobres. Lula, sim, proporcionou a todas as classes sociais benefícios que o tornaram bastante popular.

Hoje: camisa do meu Cruzeiro; R$ 99,00; camiseta com estrelas; R$55,00; ver o William Bonner tratando a Dilma com o maior respeito e tendo que mostrar a vida dela em partes no Jornal Nacional; não tem preço!!

Este é o nosso país. Que continue crescendo.
Meu blog não trata de política, mas o momento merece.