segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Poesia no Dia dos Mortos

Quando eu era mais jovem tinha uma coleção de poesias que falavam de morte. Na juventude nos arriscamos ao máximo, nos consideramos imortais e poderosos. Depois ficamos comedidos e cautelosos. Morrer é a única certeza que temos na vida.


"Mas quando preludia ave d’aurora 
E quando à meia-noite o céu repousa, 
Arvoredos do bosque, abri os ramos… 
Deixai a lua pratear-me a lousa!"
(Lembrança de Morrer, Álvares de Azevedo)

"Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto."
(Oh captain! My captain!, Walt Whitman)
Ó, capitão!Meu capitão!, poema que ficou famoso no filme Sociedade dos Poetas Mortos)

"Dêem-me um terno de Ministro
Ou roupa nova de noivo...
E assim solene e sinistro,
Quero ser um tal defunto,
Um morto tão acabado,
Tão aflitivo e pungente,
Que sua lembrança envenene
O que resta aos amigos
De vida sem minha vida.
- Meus amigos, lembrem de mim.
Se não de mim, deste morto,
Deste pobre terrível morto
Que vai se deitar para sempre
Calçando sapatos novos!"
(O Defunto, Pedro Nava)


Eu lembro que, por mais que falasse de morte, escrevesse ou colecionasse poesias sobre morte, nunca deixei de amar a vida, tanto que para minha lápide a frase que deveria constar seria:
"Aqui jaz, Jairo Fernando, bem contra sua vontade!"


As poesias completas estão no meu Google Docs.
Poesia no Dia dos Mortos
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