sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vôlei feminino conquista medalha de ouro

O vôlei feminino sempre foi mais complicado. Enquanto os homens ou se consagravam facilmente ou perdiam numa boa, com as mulheres a história é diferente. Sem contar que nosso vôlei demorou a despontar no cenário mundial. Era quinto ou sexto, não conseguia nada melhor. Eu assisti a conquista da primeira medalha olímpica do vôlei feminino em 1996, bronze, porque o Brasil não conseguiu ir à final. Enfrentou Cuba na semifinal e perdeu no tie-break. (curiosamente nesta madrugada o Brasil ganhou a medalha de ouro no tie-break, contra Cuba). Naqueles anos, Ana Moser, Ana Paula, Fernanda Venturini, Márcia Fu, Vilma, Hilma e Leila eram as protagonistas. Eu conheci a jogadora Hilma, mineira, que era atleta do Minas Tênis Clube. Na época em que eu tinha a banca de revistas, as jogadoras do Minas Tênis Clube vieram disputar um jogo no clube perto da minha banca. E pararam para comentar a capa de alguma revista feminina. Das atletas, só reconheci a Hilma, a mais famosa, devido à seleção. Fiquei espantado com a altura de todas elas. Elas comentaram comigo alguma coisa da revista, eu disse que era surdo e foi justamente a Hilma que falou, mais devagar, com alguns sinais “deixa a gente ver uma reportagem da revista”. Bem que hoje eu teria coragem de perguntar como é a sensação de enfrentar as cubanas, que foram as maiores rivais do Brasil durante anos! As cubanas eram mestres em provocar as brasileiras, conseguindo desconcentrar as jogadoras mais “esquentadas”. Após um ponto, o normal é o jogador se voltar para sua equipe e comemorar. As cubanas, antes de se virarem, apontavam, faziam caretas ou encaravam e as brasileiras e riam. Atualmente, a rivalidade é só na quadra mesmo, não há mais aquele clima de guerra. As meninas do vôlei já me deram muitas alegrias e também uma tristeza enorme quando perderam a semifinal para a Rússia em Athenas, 2004. Eu e meu colega Elcio estávamos assistindo o jogo no trabalho e ficamos tão tristes que mal conseguimos voltar a trabalhar. O Brasil ganhava de 2x1 e no quarto set vencia por 24x19. Inacreditável, mas não conseguiu derrubar mais uma bola. A jogadora Mari foi considerada grande culpada da derrota, ela teve quatro chances de derrubar a bola e errou. Lembro do meu colega reclamando na hora:
- Mas, ela é ruim demais.
- Colega, ela não é ruim. O problema é que o time brasileiro não muda a jogada. Já são quatro bolas lançadas para ela ao invés de tentarem pelo meio.
Ele concordou comigo ao ver que o bloqueio russo ia direto para a ponteira.
Nessa madrugada o Brasil começou bem, ganhou fácil o primeiro set. Mas, o segundo foi das cubanas. O Brasil fez 1x0, Cuba empatou, o Brasil fez 2x1, Cuba empatou novamente. Tie-break de novo. Comecei a ficar apreensivo. As brasileiras costumam se descontrolar quando o jogo fica difícil. Foi assim no Grand Prix deste ano, perderam a final para os EUA, após terem vencido as norteamericanas com facilidade no decorrer da competição. O Brasil já tinha vencido Cuba durante este Pan por 3x1. Mas, o Brasil conseguiu alguns pontos de vantagem e fechou os 15 pontos após grande superação (finalzinho do vídeo). Foi nesse momento que eu me levantei, xingando, reclamando, quase pulando “dentro” da televisão. Já eram 02h40min da madrugada e não deu para gritar. O jeito foi pular e vibrar sem som. Aguardo a cerimônia de premiação, vejo a alegria das jogadoras, a emoção e o choro. Me emociono também. Fico muito feliz de ver a bandeira brasileira no lugar mais alto do pódio. Aliviado, vou dormir, que logo mais teria que acordar para trabalhar. Minha esposa acorda e reclama:
- Você estava pulando uma hora dessas?
- As meninas do Brasil ganharam a medalha de ouro!!
- Ah, não! Já são 3 h da madrugada!
- Foi difícil, mas ganhamos!
- Só você mesmo!!

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