terça-feira, 16 de agosto de 2011

Moro, num país multirracial


Somos um país multirracial.


Em uma pesquisa publicada no site da BBC quase metade dos brasileiros, 49%, declarou que os imigrantes tornam o país mais interessante de se viver e outros 47% acreditam que a imigração traz benefícios econômicos para o Brasil.
A pesquisa foi feita em razão do terrorista norueguês, que disparou e matou mais de 70 pessoas, porque considera que a “invasão” multirracial é prejudicial ao país (dele). E o terrorista ainda escreveu muitos textos alardeando suas idéias preconceituosas. Citou o Brasil como exemplo de país que não deu certo, por culpa da miscigenação. Mas, eu acho que o Brasil deu certo justamente por causa disso. Não temos inimigos. Posso receber tranquilamente um chinês, um japonês, um russo, um palestino, um israelita, um africano, um muçulmano, etc, etc, todos com um abraço amistoso.
O preconceito nos outros países é tão grande que num primeiro momento o atentado na Noruega foi creditado a um muçulmano. Depois tiveram que revelar, envergonhados, que era um cidadão norueguês, fundamentalista cristão.
O racismo que temos no Brasil envolve muito mais a elite, que detesta a ascensão dos pobres, principalmente os negros. Mas, em outras esferas, o negro é plenamente aceito e respeitado.
E em relação à religião, convivemos pacificamente com evangélicos, budistas, protestantes, espíritas, etc, etc. Em São Paulo, por exemplo, encontra-se numa mesma rua, templos, igrejas católicas e igrejas protestantes. Pastores, padres e rabinos vez ou outra se encontram nas ruas e se tratam com o maior respeito.
Em Formiga, quando eu era pequeno escutava o pregador protestante nas noites de domingo. Eles tinham alto-falantes onde na Igreja Católica está o sino. Logo abaixo da Praça da Matriz de São Vicente Férrer, fica a Igreja Protestante. Lembro que meu amigo Tonho ficou amigo dos filhos do pastor e por tabela eu também andei junto com eles uns tempos.
Isso é muito bonito, porque em outros países, além do preconceito contra os imigrantes, há o preconceito contra as demais religiões.
Gosto deste meu Brasil e sinto orgulho de poder dizer que não, não tenho etnia pura, sou uma mistura de índio, africano e europeu. Um médico japonês cuidou de mim, quando criança; um outro, espírita, deu alguns pontos no meu pé; o português é dono da padaria aqui do meu bairro; já tive um espanhol como chefe e um monte de turco já passou pelo meu viver. Temos o hábito de chamar de turco os árabes e os libaneses. Eles só acham graça e continuamos todos amigos. Os argentinos são inimigos somente no futebol. No meu Cruzeiro Sorin foi ídolo. Hoje tem o Montillo. Eu só torço contra a Seleção Argentina mesmo. Falando de futebol, o nosso também é multirracial. A Portuguesa e o Vasco foram fundados por portugueses, o Cruzeiro e o Palmeiras, por italianos. Em São Paulo há grandes comunidades: japonesa, italiana, libanesa. Quando há jogos da Copa do Mundo, sempre surgem reportagens com os torcedores de praticamente todas as outras seleções.
Porque este país recebe de braços abertos todos os imigrantes.
Eu tenho muito orgulho disso!!

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