quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tempos bons que não voltam mais (4)

A Sylvapen produzia as canetinhas com mil cores, que conquistou os estudantes à época.
Mas, ela produziu também um aparelhinho etiquetador chamado Sylvaletra. Para todo lado que se lê sobre este aparelho, ele é tratado como engenhoca. Não tem jeito, era uma engenhoca mesmo.

Servia para etiquetar todas as coisas, principalmente as escolares. O círculo branco tinha as letras do alfabeto e os números. Passava-se a fita por uma abertura lateral e selecionava-se a letra a gravar. Apertava-se o botão e a maquininha gravava a letra (por pressão) e avançava um espaço. Assim, de letra em letra, era possível escrever qualquer coisa com a etiquetadora. A fita era adesiva. Bastava tirar a proteção e colar a fita no objeto a etiquetar.

Esse aparelhinho era caro. Porém, uma de minha irmãs (professora de Educação Física) ganhou a engenhoca e me repassou. Ao tentar fazer uma etiqueta descobri porque o aparelhinho tinha sido dado. Estava com defeito! Ao gravar a letra, ele não dava o devido espaço. Ainda assim insisti com o aparelhinho, fazendo etiquetas com o resto de fita que veio junto. Eu gravava uma letra e puxava a fita manualmente, para dar o espaço. Ficava meio tosco, mas era uma alegria, uma tecnologia espetacular para a época.

Não foi possível usar por muito tempo, porque fui na papelaria comprar fita e descobri que custava bem mais do que minhas economias de passagem de ônibus. Eram quatro passagens por dia e eu economizava uma, voltando a pé da escola até o centro (eu e o Adão; nos bons tempos do Instituto Santa Inês). Tentei diversas gambiarras, utilizando papel comum ou cartolina, que eu cortava no tamanho da fita. Falhou; o papel rasgava e a cartolina não fornecia boa visibilidade das letras.

Hoje a garotada ganha um computador, impressora e etiquetar as coisas é muito mais simples do que outrora. Tem as folhas próprias com etiquetas autoadesivas e basta imprimir. As coisas de antigamente eram muito mais difíceis de ganhar e talvez por isso mais valorizadas.

2 comentários:

  1. Que saudades! Meu pai nos deu uma Silva Letra quando éramos crianças, eu e meu irmã. E hj tenho um filho de 30 anos e eu falei desse aparelho, ele disse, Silva Letra? Nome engraçado! E eu busquei na internet e achei essa página e mostrei a ele. Minha infância foi linda!!

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  2. Obrigado pelo seu comentário. Que bom que minha postagem lhe trouxe boas lembranças da sua infância.

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